terça-feira, novembro 30, 2004

Phronesis

Quem compreende a “política” tem de compreender que toda ela se move através do compromisso. O compromisso implica omissões, implica silêncios, implica palavras, implica acções. Sabendo que essa é a sua natureza e sabendo que “estamos sempre a fazer política”, inclusive neste blogue, é preciso que se entenda o sentido das posições dos homens.
Um posicionamento é sempre algo dinâmico, algo dependente das circunstâncias, materiais, humanas, espirituais, que é por natureza o domínio da prudência.
A prudência é a ara dos ideais, onde se sacrifica o acessório, onde se rasteja na imundície com os olhos postos nas jóias do espírito. São estas o corolário da acção do Homem. São elas que legitimam a acção, porque são elas o fim, o destino do que se honra de ser homem completo.
Olhar os fins é fundamental. De importância similar, num momento posterior, é olhar os propósitos dos companheiros de viagem. Se não estiverem todos empenhados no mesmo rumo, no mesmo destino, é melhor que não encetem viagem em conjunto, de modo a prevenir que acabem todos num deserto à boleia!
Sem uma jornada existencial, onde todos se submetem a um mesmo destino, onde todos se submetam aos mesmos princípios, onde o rumo não seja decidido à medida das opiniões, não há empresa.
Resta hoje estudar, pois só do estudo poderá vir o rumo certo do futuro.

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Monarquia já!


Tenho nojo desta República! Tenho nojo destes ditadorzecos que governam por sondagem!
Dissolver uma maioria parlamentar é a maior piada dos democratas...
Afinal o "cartãozinho" sempre interessa...
Porque não repetir as eleições ad aeternum até que elas expressem a vontade do chefe-de-estado?

Metam o Louçã no Governo de vez...
Abortem tudo de uma vez...

Levantar-nos-emos!

domingo, novembro 28, 2004

Contribuir

Parecendo que não, e mesmo sem saber, já estou a contribuir...

sábado, novembro 27, 2004

Kantianos com Mísseis de Cruzeiro

Interessante texto (arrisca-se a ser um clássico) sobre a Teoria das Relações Internacionais da Administração Bush e que desmistifica a concepção neo-conservadora como derivada do "conservadorismo ideológico".
Para todos os que querem compreender um pouco sobre a natureza dos erros do mundo em que vivemos.

Conservadorismos

Muitos dos mais reputados pensadores políticos do século XX afirmaram o seu distanciamento das posições conservadoras. De Sardinha a Salazar a Pessoa, todos criticaram esse posicionamento político, por virtude este ter por base um imobilismo social, uma insubmissão à verdade e à prossecução do Bem Nacional, uma mera perspectiva de preservação de uma ordem instituída como um “bem-em-si-mesmo”, frequentemente como tentativa de preservação de privilégios do “status quo”. É verdade. Este era o conservadorismo que enfrentava o estabelecimento de uma ordem de paz e justiça em Portugal. Era um "conservadorismo social". Uma forma de imobilismo.

Fosse esta a natureza do Conservadorismo e não teria nunca existido o ideário conservador. Surgido da pena de Burke, o Conservadorismo revela-se como um ideal oposto às ideias de seu tempo. Um ideal de reforma da sociedade e da política.
O ponto comum a todos os autores do “conservadorismo ideológico” é o desafio à sociedade de seu tempo. Todos eles sabiam que o Antigo Regime estaria “ferido de morte” e que só uma restauração dos princípios, e não a recuperação “fetichista” de algum dos elementos da antiga ordem, poderia recuperar a grandeza das Nações da Europa. Burke recusava-se a aceitar a restauração da Monarquia Francesa sem os “corpos intermédios”. Donoso Cortés defendia, ao mesmo tempo que apelava à ditadura governativa, que esta só poderia ter fim com a restauração das antigas liberdades, recuperando a velha fórmula carlista de Deus, Pátria, Foros e Rei.
O Conservadorismo nunca teria existido se fosse uma mera apologia da situação.
Até porque esse lugar estava consagrado ao burguesismo-parlamentarista (defendido pelas ascendentes forças democratizantes) e às teorias monarquico-centalistas da “raison d´état” e dos positivismos hierárquico-extrincessistas de Pufendorf.
O Conservadorismo pretendia fazer a manutenção de um conjunto de “princípios e teorias” opostas aos que se começavam a fazer sentir e que mais tarde se “cristalizaram” em 1789 e 1848 e que se facilmente identificam com a Modernidade.
O Conservadorismo Ideológico forma-se assim como uma oposição aos ideais de Liberdade, Igualdade e Fraternidade secularizados. Apresenta-se como uma recuperação das variadas e particulares Tradições Nacionais, dos seus princípios espirituais, da sua linha filosófica platónica-aristotélica e agostiniana-tomista, a defesa da estrutura legislativa medieval (resultado da filosofia mencionada), a defesa do Direito Natural Clássico (da separação entre eixo político e religioso, contra o totalitarismo unificador de cariz moderno). Apresenta uma perspectiva “política” do Homem, da necessidade do político para cumprir a sua natureza, a realização mais completa da sua vocação natural.
Apresenta a necessidade de entender o Homem segundo uma perspectiva “comunitária”, do Homem como “herdeiro” de um acervo histórico, de uma preservação principiológica que emana do momento original e dos próprios propósitos tradicionais da filosofia política tradicional.
Encontramos assim os movimentos tradicionalistas, restauracionistas, conservadores, das mais variadas procedências, pugnando por essas ideias anti-modernas, em movimentos portugueses como o “Miguelismo”, o Nacionalismo Católico, o Integralismo Lusitano, todas intimamente ligadas com a Contra-Revolução.
Todas estas ideias são fruto da “revolução conservadora”, da constituição de um ideário político autónomo do conservadorismo. No fundo são aplicações práticas do conceito geral estabelecido por Burke nas “Reflexões sobre a Revolução em França” e actualizações circunstanciais do ideário do “Whig” britânico.

Porque é então que se vê um ataque tão forte ao “conservadorismo” nos autores referidos?
É importante observar que no século XIX se deu uma drástica mudança nas estruturas sociais, tendo sido encontrada uma posição de “compromisso” com os ideais revolucionários, liberais e modernos. Sobretudo após o ano negro de 1848 e as revoluções dele decorrentes, emergiu uma posição que via como única solução aos conflitos internos um compromisso. Emerge então um conservadorismo democratista e liberal. No fundo não passa de uma tentativa de “cristalizar” alguns conceitos liberais. Cria-se então o “conservadorismo social” como movimento político. A diferença entre o “conservadorismo ideológico” e o “social” é por demais evidente. O segundo apresenta-se como uma ideia que se pretende opor ao “esquerdismo revolucionário”, tentando a fixação de uma sociedade num “compromisso” e não numa “filosofia” e numa reflexão sobre o “justo”. Ao desarticular-se dessa forma a “direita”, esta perde a sua vinculação a princípios e ideais, tornando-se uma mera força de contenção. É esta ideia que preside à formação de princípios de Partidos Populares, de partidos que expressam as ideias do povo (preconceitos, concepções de justiça tantas vezes incoerentes) e do “establishment” e não de concepções verdadeiras de justiça fundadas nas concepções tradicionais. É contra esta perspectiva social do “conservadorismo” que todos os “conservadores ideológicos” lutam, afirmando o primado dos princípios, sobre a negociação da Justiça feita pela “direita” de hoje, quando, como nota Miguel Ayuso, “a história demonstra que terreno cedido é terreno perdido”.
Este tipo de “conservadorismo social” é teorizado por Michael J. Oakeshott e alcança o seu auge na definição do fundamento do “conservadorismo” como uma “disposição conservadora”, uma disposição natural de alguns homens em preservar o seu modo de vida. O Estado teria como mera função (segundo os preceitos liberais) preservar o modo de vida dos indivíduos, a epítome do Estado Liberal! O conservadorismo seria apenas uma “oposição à mudança”.

Assim sendo, encontraríamos como grandes conservadores da nossa sociedade e da constituição os Marxistas e Soaristas, na sua defesa férrea da Constituição de 76, nas interpretações rígidas da mesma.
É preciso ver mais além e compreender que qualquer identificação do “conservadorismo ideológico” com o “conservadorismo social” é uma arma de arremesso político que, apesar de muito difundida na sociedade, não passa de um chavão.
O conservadorismo ideológico é, por natureza genética, anti-situacionista.

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Tudo

De ler, como sempre, o Sexo dos Anjos de Manuel Azinhal.
Nos últimos dias então!...
Sardinha e outros, mais ou menos insólitos!

A reverência costumeira e merecida.

sexta-feira, novembro 26, 2004

Estranho...

É curioso que não se saiba nada sobre a canonização de grandes figuras católicas.
Recebi ontem de um amigo a mesma perplexidade.
Ao celebrarem-se hoje 500 anos do falecimento de Isabel "A Católica", ao vermos completamente bloqueado o processo do Santo Condestável, ao desprezo a que foi votado Juan Donoso Cortás, não deixa de ser interessante observar alguns processos de "turbo-beatificação", que mais parecem a inversão da ordem das coisas: A Igreja a correr atrás do Mundo, quando deveria ser o contrário...

Olavo de Carvalho

Pessoas Diferentes

Eric Voegelin foi um dos maiores filósofos do século XX. Sua obra “Order and History”, em cinco volumes, sintetiza e ordena numa reinterpretação global da história uma vastidão de conhecimentos quase inimaginável, das inscrições egípcias até as últimas novidades do direito, da economia e da lingüística. Dá de dez a zero em Hegel, Spengler e Toynbee somados. De origem pobre, Voegelin passou fome para estudar. Continuou homem simples, deslocado em ambientes chiques. No auge da glória acadêmica, usava ternos surrados, fumava charutos mata-rato e não tinha a menor classe no consumo de vinhos: bebia o bom e o ruim, incapaz de distingui-los, caindo de sono, vexaminosamente, ao fim do primeiro copo. Não raro esquecia-se de cortar as unhas, amareladas de fumo. Era, diziam seus confrades, “um aristocrata intelectual com gostos proletários”.

Luiz Inácio Lula da Silva, presidente do maior país da América Latina, nasceu pobre e, ao longo de uma carreira de sucessos políticos espetaculares, foi mudando de hábitos. Aprendeu a apreciar bons vinhos, a selecionar os melhores charutos, a aparecer em público de unhas polidas, envergando ternos Armani, idêntico em tudo a um ricaço de nascença. No auge da glória mundana, gaba-se de não saber falar inglês, mas de seus discursos em português nada sobra exceto os erros de gramática. É um proleta intelectual com gostos aristocráticos.

Portugueses, Quem Manda? Europa, Europa, Europa!

E quando o país bate no fundo? O que sucede a um país que não tem maneira de avançar, e que se encontra incapaz de voltar às suas virtudes tradicionais?
Maquiavel, na sua teoria das formas de governo, traça o destino de Portugal.
Há três escolhas.
Ser absorvido por Espanha, repugnante para qualquer português honrado.
Ser absorvido pela União Europeia, perder para além da “moeda” (que nos estaria a dar tanto jeito agora), perder a soberania, capacidade de dizer “não” aos estrangeiros em termos económicos.
É engraçado que continuem a discursar os “iberistas” a favor da união com o Império Espanhol! Sobretudo na altura em que todos se aproveitam da Espanha para manter os pequenos feudos regionais, tenho a certeza que esse seria um mau negócio… Ou acham que quando víssemos que não era rentável nos deixariam saír!? São “líricos” os que acham que o Governo Espanhol iria despejar dinheiro em Portugal, e depois nos deixarem fazer o que queremos com os proventos.
Esse é o problema da segunda escolha. Alguém tem ideia de que o dinheiro dos “fundos estruturais” e “fundos de coesão” não são uma esmola, por sermos bons alunos? Os países que “pagam” estão a comprar um “takeover” suave, o desmantelamento de toda a concorrência que possam ter e a aquisição de mercados com menor oferta! Poderão os mais incautos perguntar “porque haveriam eles de dar dinheiro para posteriormente destruírem o tecido económico”? Qual seria o interesse de uma Europa unida para os países europeus mais pequenos, não fosse o dinheirinho dos fundos? O Vale do Ave está repleto de Ferraris! O País vendeu-se por pouco…
Uns poderão dizer que querem o seu quinhão! Vendem a sua parte… De algo que não lhes pertence. De algo que não tem direito de prescindir! De Nove Séculos concentrados numa palavra…
Há ainda a hipótese de dizer Não. A hipótese de dizer que queremos uma Europa unida num Tratado sem poderes constituintes, numa Aliança que não cumpre qualquer função existencial, mas que serve as Nações, verdadeiros definidores dos seus Bens particulares.

É de ficar perplexo que o que o Mário Soares, Vasco Pulido Valente, Pacheco Pereira não vejam que a Revolução, que eles tanto referem como iminente em Portugal, está mesmo aí. É a absorção!
É também muito interessante que afirmem o falhanço rotundo da Democracia Portuguesa. Não devem ter tido nada a ver com a instauração do regime abrilino…

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quinta-feira, novembro 25, 2004

Alan de Benoist

"En realidad, tal pregunta invita a meditar sobre el concepto de identidad, y a hacerlo sin sucumbir a las definiciones simplistas, ingenuas o convulsivas, que se dan aquí o allí. En la época postmoderna, incluso las identidades heredadas solo se vuelven activas siempre que se quieran, se elijan y se reconozcan. La identidad no es una esencia, un depósito intangible, unas simples herencias del pasado que se remiten a algunos grandes mitos fundadores. La identidad es una sustancia, un relato sustancial, un proceso narrativo, dialectico, donde se combinan permanentemente una parte objetiva y una parte subjetiva, y donde el intercambio con el otro forma también parte de la construcción del sí mismo. La identidad no es lo que no cambia nunca, sino lo que define nuestra manera específica de enfrentar el cambio. No reside ni anteriormente ni en la tradición, sino en la clara conciencia que nos corresponde proseguir una narración que excede ampliamente a nuestra persona. Es esta clara conciencia que me parece que falta hoy. "

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terça-feira, novembro 23, 2004

Imaginação

É engraçado como nos enganamos sobre as pessoas.
Eu, orgulhoso dos meus preconceitos, também devo dizer que me enganei no “boneco” de vários destes amigos da blogosfera.

Tinha imaginado o Sarto como um senhor nos seus cinquentas, sempre aperaltado, um pouco como o médico aqui do Colégio.
Tinha imaginado o FG Santos como um empedernido direitista do Estado Novo de sessenta anos. Com desilusão havia deixado de fazer a barba e perdido um pouco o gosto no “trajar”…
Tinha imaginado o Pedro Guedes, como o típico vizinho da Praça de Londres. Classic Sportswear… Boa combinação de cores na indumentária.
O Buiça imaginei-o como o que ele afirma que é… É demasiado determinado para fugir ao figurino da “pera” e dos óculos redondos, típico do informático (ou designer nortenho) deslumbrado com a tecnologia americana. Via-se logo que jogava Squash, não tivesse ele visto o filme Wall Street, várias vezes ($$$$$$$$$)!
Ao Manuel Azinhal imagino-o num escritório escuro, fumando cigarro após cigarro, com um casaco de “tweed”.
Ao Mendo Ramires imaginava-o com cabelo e barba branca e um pulover de bico…
O Viriato pareceu-me um “puto" de ténis e t-shirt, franzino e um pouco introspectivo… Aluno razoável a que todos dizem “se tu estudasses poderias fazer grandes coisas”. Com poucos, mas bons amigos…
O Camisanegra é um vulto por detrás das cortinas de uma janela, como um espírito de San Casciano, engendrando maquinosos estratagemas…
Ao Rafael imaginei-o como um esguio militante de sempre das sãs doutrinas da Igreja!
(Que grande erro… até anarquista foi!).

Partidas da Imaginação…

Estará na Rua?!

Que triste espectáculo que estamos a observar…
Então a Democracia é o “Poder da Rua”?
Só porque houve gente nas ruas a reclamar a vitória de um candidato significa que este é vencedor?
Não devem estes problemas serem, numa Democracia, dirimidos em Tribunal?
Não devem os que acusam provar o que dizem antes de pretenderem tomar o Poder e tomar posse?

O Poder estará na rua? Ou estará nos escritórios de Bruxelas?
Se se defende o primado da lei, deve a ela obedecer-se!
A não ser que a Democracia seja apenas uma fachada para alguns interesses…

A Europa como portadora dos valores democráticos e dos idealismos, que diz defender, só pode exigir que se recorra aos Tribunais Ucranianos…
Ou então está, utilitaristicamente, a utilizar os seus princípios de forma abusiva, a proteger os seus interesses sacrificando os seus princípios…
Nada então a distingue dos Estados Unidos em matéria de Política Externa…

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Socialismo, Não Obrigado!

Uma das ideias que urge combater no século XXI é o Socialismo.
Basta observar a história dos últimos séculos para constatar a sua nefanda influência para os Povos, material e espiritualmente.
Realce-se que não se toma como socialismo a capacidade redistributiva do Estado (que se revela em qualquer obra pública, sempre de cariz social), mas toda a ideologia que faz a apologia da satisfação dos indivíduos como supremo fiel e ideologia do Estado.

Qualquer ideário Português para o século XXI terá de compreender a ameaça socialista a uma justiça portuguesa.
O objectivo de qualquer Estado Socialista, Social-Democrata e das “seitas” gnósticas de cariz republicano e étnico, é a satisfação material do Homem.
Nenhuma estabilidade poderá daí advir. Nenhuma estabilidade nem nenhum Bem.
Observemos.
Postular o Estado como propriedade dos seus membros, ou seja a “soberania popular”, implica que este esteja vinculado aos seus caprichos, implicitamente dependente da sua “vontade”. Fica assim o Estado amputado da sua principal função, a dotação da sociedade de Justiça. Se a Justiça é uma mera expressão da vontade social não possui qualquer carácter imparcial… Sem este carácter imparcial, significa apenas (o que é perfeitamente normal para a ideologia liberal) que o Estado é o local de conflito dos cidadãos. Nenhuma solidariedade política poderá daí advir, nem daí se gerar uma sociedade de permita o desabrochar de “virtudes”. Até porque numa sociedade deste tipo a “virtude” é a submissão à tirania do “maior número” que conduziu ao fim de Weimar, numa incessante espiral que acaba sempre por incorrer na sofística e na catástrofe.
Da mesma forma, a virtude governativa deste sistema “parcialista” do Poder é a capacidade de encontrar apoio no poder social, os socialistas encontram no poder dos muitos (na cobiça), os liberais no poder dos mais produtivos (no desejo).
Assim se passa à venda do Estado, à guerra que observamos nos Estados Unidos, em Portugal, em Espanha e continuamos, alegremente, a olhar não para o benefício de todos (alguns até dirão que isso não existe), mas para as “benesses” privadas que estes geram (como se estas benesses privadas não tivessem tido as repercussões para os indivíduos que se viram nos défices socialistas e na recuperação mal-sucedida).
Significa isto que a boa soberania, a que é de TODOS, só pode residir em “fundamentos” e não estar sujeita a leilão e aos desejos individuais.

As implicações para os outros pontos são evidentes. Um Estado que funda a sua legitimidade na satisfação material dos seus “cidadãos” está sempre em cheque. É o mesmo que um sujeito com um amigo interesseiro, que ao ver esvair-se a fortuna do “rico” deixa de lhe falar. É a visão mais nefasta que se pode ter do Estado, uma vez que impossibilita os laços de amizade política que sejam permanentes. Em caso de carestia o Homem revolta-se contra a comunidade política, provocando a impossibilidade qualquer coisa perene, duradoura, imaterial, como é a Justiça.

Uma Justiça para o futuro só se poderá fundar nas virtudes de espírito e nunca numa sociedade “atomizada”, onde indivíduos lutam por direitos imerecidos e os governantes empenham o futuro da “comunidade política” para se eternizarem no Poder.

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domingo, novembro 21, 2004

Banha da Cobra

Estava o Pedro Guedes a falar sobre comércio e as “rasquices de imitação” e lembrei-me de lhe perguntar, não só a ele, mas a todos os que por aqui andam, escrevem, “blogam”, o que acham...

Já que estamos a falar de lojas, gostaria de saber da vossa opinião sobre a que vai abrir por esses lados…
É a “sucursal” de uma Multinacional Europeia! Dizem que o “produto” está muito na moda, que é tiro e queda e que dá muito que falar por essa Europa fora…
Os vendedores em Portugal, “Os Vimaranenses, Lda.” (não confundir com os produtos igualmente “rascos” do Calçado Guimarães), afirmam-se desiludidos com o “mercado” e em confronto com a oferta existente. Querem um mercado mais Europeu, mais uniformizado (gaita, gaita de foles), onde não tenham de se dar ao trabalho de fazer modelos para cada “mercado”.
É o produto que faz o Homem e não o inverso, na reedição de linhas de “produtos similares”, que anteriormente se apresentaram em embalagens “avermelhadas” de consumo uniforme pelo mundo inteiro!
A comercialização do “modelo indo-europeu”, imitação ao estilo das “Burberry´s de Sacavém”, do modelo de Inverno “Nordic Aryan”, mas misturada com modelos de menor “pureza de linhas”, prevê-se que seja já em Janeiro de 2005.

O “produto” tem o selo “Andeiros & Vasconcelos” e é “vendido” por telemarketing, na mesma fórmula mixordeira de modelo “Iberista” de há séculos…

Comprem, comprem... que o barato sai caro…

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sábado, novembro 20, 2004

Raça Espiritual

Contra as interpretações manipuladoras (politicamente correctas ou incorrectas), prometi um texto sobre a Raça e Etnia em António Sardinha.
Seria tempo bem empregue... Comecei a esboçar o texto!
Felizmente encontrei este texto de J.M. Quintas que, certamente muito melhor que eu, demonstra o verdadeiro sentido da Raça em Sardinha. Embora não se concorde em 100% com o texto (em matérias não-essenciais), explana clara e inequivocamente a teoria de Sardinha sobre a "essência" do "ser português".
Quem ler já ganhou alguma coisa...
Não permanecem dúvidas após a leitura!

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quinta-feira, novembro 18, 2004

Com a Bandeira nas Mãos!!!

Ao ler o excelente texto de Rafael Castela Santos e ao observar a terminologia nela empregue é fundamental destrinçar conceitos, observá-los à Luz do que aqui temos pensado. De modo a que não sobrem dúvidas sobre o que aqui falamos e sobre a proximidade siamesa do que discutimos aqui e em A Casa de Sarto, vamos tentar clarificar a terminologia empregue aqui no Pasquim.

Quando aqui falamos de Nação separamo-la de Pátria. Uma Nação é uma comunidade político-moral, com uma Identidade. Esta identidade comporta os traços genéticos (origem), evolução individual (posicionamentos), e essência (substância que se mantém durante o processo evolutivo). Rafael Castela Santos chama a isto uma “Pátria com tradição”. Eu chamo-lhe Nação…

Chamo-lhe Nação porque sei que a obediência, mesmo a familiar, não vem do sangue, vem das criações do espírito! O filho não obedece ao pai pelo sangue… O filho obedece porque sabe que os laços que tem com ele (seja filho biológico ou adoptivo) impedem que este queira o seu Mal. A obediência do filho ao pai não é por isso cega… Porque se o Pai pedir ao filho que mate alguém, logo se impõe a esfera “política” como superveniente, determinando a Justiça ou Injustiça de tal medida.
A “ditadura do sangue”, da hierarquia filial cega, que não consagra o Bem, mas apenas uma “cadeia de comando”, é uma ideia antifilosófica.

Foi por isso que Aristóteles consagrou a sua obra política ao estabelecimento de diferenciações de Poder. É por isso que temos de compreender a relação do “político” com o “infrapolítico”.
Se na Família e na Aldeia aristotélica existe algum tipo de concepção de “sangue”, nas nossas sociedades pelos laços do Romano-Cristãos, que o Rafael Castela Santos bem observou, elas são absolutamente irrelevantes no que respeita ao domínio político. O domínio político não é uma mera extensão da paternidade. É um Poder na vantagem de todos…
Por isso de distingue das “nações” de que Lamas falava, das variadas instituições de que o Homem faz parte, mas que não comportam a existência de um Bem Comum que gera não só o Bem do grupo, mas uma participação na Ordem superior das coisas, o que conduz a uma maior felicidade do Homem.
A única semelhança que conduz a “lealdade política” é a partilha espiritual comum.

Releva daí a importante diferença do Nacionalismo Português e do nacionalismo “vimaranense”. Poder-se-á pensar que o nacionalismo racialista (não confundir com étnico, que para haver uma etnia não é preciso que haja sequer ideia de raça, mas uma ideia de partilha!) pretende um regresso a 1143! O problema reside em que Afonso Henriques não era líder de uma raça (era filho de um Homem de outras paragens). Lusitano não seria certamente. Nem ele nem o seu povo se viam como Raça! Viam-se como cidades, vilas, campos, unidos numa Fé e num Bem Comum.
Há então um raciocínio marxista que resulta sempre! Eles eram racialistas, só que não sabiam (o pós moderno equivalente ao materialismo histórico)!
Esse povo é uma qualquer raça original… Mas não é Portugal!
(Ainda nenhum dos Vimaranenses disse como vai votar no Referendo!)

Toma-se a sociedade e suas tradições com uma visão monolítica. Não olhando para a dimensão dinâmica da Nação Portuguesa, pode perder-se uma grande parte da cultura portuguesa!
O Cozido à Portuguesa tem batata! E a batata, como se sabe, não é um tubérculo nativo… Como se sabe é um alimento do Novo Mundo! Para que o “Cozido” seja mesmo português é preciso que seja feito com castanhas (esses sim, alimentos portugueses). Para não falar da Alheira, esse "enchido" sionista...
Este pensamento não faz sentido… Português é tudo o que entrou nesse diálogo histórico-narrativo e se sedimentou, porque obedecia à essência, servindo-a e a seus fins.
O mesmo acontece com as gentes, que se colocaram sob a nossa bandeira, que aceitaram pertencer e honrar a Nação… Estando por isso gratos a Afonso Henriques, ao Infante, a Salazar (todos esses que as mentes mais poluídas consideram traidores, que não são dignos da sua memória ou sequer de proferir os seus nomes!).
Todos eles, quando adquiriram a nossa bandeira, quando demonstraram lealdade à Ordem e Instituições Portuguesas, se tornaram parte desse "ser", original e colectivo, que é Portugal!

Portugal extrapolou a sua identidade europeia…
É muito mais que isso!

Sempre pela Identidade! Pela Identidade Portuguesa!

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A Revolução Viscosa

Por estranho que pareça não me estou a referir a 74! Estou a falar de 2004.
Um amigo meu escreveu que a Democracia tem direito a defender-se de quem é intolerante… Tem toda a razão! Que se defenda.
Mas se tem o Poder a servir de couraça, demonstra-se frágil na inteligência.

A discriminação de certos partidos na sociedade portuguesa é uma história longa. Até se poderá afirmar que o “Pacto MFA-Partidos” é o pai do sistema de partidos português, pois só aos Partidos que o assinaram foi dado beneplácito de se implantarem socialmente. O que significa que a Democracia foi controlada por aqueles “guedelhudos” que sujaram o nome das FAP ao fazerem juramentos de “punho erguido”. Uns com mais, outros com menos sebo, nos cabelos e na alma, lá foram ditando as suas regras.
Sempre com a arma do “fascismo” e o monopólio do antifascismo, lá foram ditando as suas regras, impedindo, através de pressões e de idiotas úteis (papel que os jornalistas da RTP alegremente desempenharam através dos anos) que ascenderam na hierarquia do Estado. Espertezas saloias…

A morte de Kaúlza de Arriaga foi um momento onde bem se observou a neutralidade e a imparcialidade dessas alminhas …
Ao falarem do percurso do General referiram a constituição do MIRN, apressando-se a mostrar uma “cruz céltica” pertencente ao MAN.

Podíamos também falar do pedido de um salazarista residente para o programa “Prós e Contras”.

Podemos falar do boicote de instituições de cariz público ao segmento do costume.

A verdade é que, como sempre, caem os ídolos.
Será a democracia controlada do 25 melhor que a do 24? Porquê? Alguém me explique!
O que é certo é que a restrição ideológica a que a Democracia Portuguesa sujeita o seu Povo, indiferencia-a do Estado Novo. O Estado Novo reprimia os comunistas e os socialistas! Eram, porventura, duas associações "tolerantes"? Não estará provado que os primeiros só se tornaram democráticos quando viram que a sua “base de apoio” era diminuta? E que os segundos se tornaram democráticos por via de pressões americanas e por verem que era a única forma de chegar ao Poder?
Porque se reprova então o impedimento de listas comunistas e socialistas às eleições do Estado Novo?!
É que em Cuba, país que os democratistas “enchem a boca” ao falar, também há eleições… São eleições controladas, onde só os “amigos” do regime podem participar, mas são eleições! E na Bélgica?!
Não será a democracia apenas uma fachada para a defesa das ideias dos donos do Regime?! Para os nossos Fideis de Castro, que usam gravata e andam bem barbeados…
Pode-se discordar, mas não se pode fazer nada para além disso! Não é esse o vosso lema? O Estado Novo também tinha esse lema… O que é que vos diferencia?


Como tenho muitos amigos possuidores daqueles cartõezinhos, laranjas ou rosados, que dão acesso ao título de “democrata”, agradeço a qualquer um deles que me esclareça!

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quarta-feira, novembro 17, 2004

Bandeiras de Portugal

Alguém sabe o que aconteceu aos sites de Bandeiras de Portugal de Jorge Candeias e António Martins!? Desapareceram, e com eles toda a quantidade de informação sobre a História das Bandeiras de Portugal que estava disponível... Esta é uma perda irreparável para o nosso património histórico na Internet! Vejam lá se revitalizam isso...

terça-feira, novembro 16, 2004

Contradições

Jim Kalb, imprescindível pensador conservador americano, deixa alguns reparos à política externa da Santa Sé... Inteligentemente se questiona porque razão a Santa Sé tem fundado a sua posição sobre a o Mundo na legitimidade da ONU. É que a ONU é uma organização socialista que defende o aborto, e que ultimamente tem emitido "pareceres" a favor da legalização do aborto, nomeadamente na Polónia!
Quem quiser que explique como pode conferir-se legitimidade a algo que, é segundo os nossos princípios, ilegítimo...
Só se os nossos princípios não forem válidos!

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segunda-feira, novembro 15, 2004

Boas Novas

Rejubile-se com o regresso do Arautos d´El Rei, site que se apresenta com um espírito renovado e uma estética bem interessante!
O mesmo sucede com o site da Real de Lisboa, que apresenta melhorias, apesar de não estar completamente reconstruído! Espera-se que não se perca o acesso aos seus arquivos...
Falta saber o que aconteceu à Juventude Lusitana... E se vai voltar à "emissão"!

O Senhor Prior

Há dias, a propósito das eleições americanas, alguns jornalistas da TSF foram a Boston entrevistar o Prior da Paróquia de St. Anthony´s. O senhor em questão, manifestando-se a favor de John Kerry responde aos jornalistas a propósito das posições “pro-choice” do seu candidato:
- Kerry é a favor do aborto! Mas não será também um aborto a ausência de políticas sociais e de emprego?...”

Resta-nos explicar ao Senhor Prior que há diferença entre “Vida Humana” e “Conforto”. Ideias que deveria conhecer e distinguir, antes de ter sido ordenado e antes de se dizer católico…

Gostaria de conhecer a posição da Igreja sobre estas afirmações... mas deve ser difícil!

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Já que anda tudo numa de cultura

Gostava de anunciar que a obra (quase completa) de Edmund Burke se encontra disponível, gratuitamente, no Liberty Fund, em formato PDF! Quem estiver interessado em conhecer ou aprofundar os seus conhecimentos sobre o contra-revolucionário inglês, já sabe!
Os comentários e notas são de Francis Canavan, um dedicado estudioso, que não se rendeu às interpretações liberais de Burke...

O saber assim não pesa tanto na carteira!

Cenas dos Próximos Capítulos

Nos próximos capítulos não perca...
A Degenerescência de Nietzsche!
Aristóteles, Lamas- Nação e Pátria (a propósito dos textos de Castela Santos)
A Solução Nacionalista

Não perca! Só no seu Pasquim da Reacção!

(Este momento teve o patrocínio MediaCapital)


Sou um tipo divertido!!!

sábado, novembro 13, 2004

Para Sempre

“…o mundo é o que é, e não o que sonham os teorizadores. Nós, integralistas, pretendemos restabelecer o critério das realidades humanas. Assim, repito, em relação ao Homem, que ele deve ser tomado na verdade mais profunda da sua essência.

A liberal-democracia concebeu o "homem-cívico", a grande mentira biológica; o marxismo materialista concebeu o "homem-económico", mentira tanto filosófica como científica.Nós, integralistas, tomamos o homem na sua realidade material, intelectual e moral e, por isso, repudiamos tanto a utopia liberalista como a utopia socialista. A liberal-democracia pretende criar o monstro, sem estômago. O socialismo marxista pretende criar o monstro que só possui o estômago e o sexo.

Em contra-posição ao místico liberal e ao molusco marxista, nós afirmamos o homem-total.”

Plínio Salgado

sexta-feira, novembro 12, 2004

Identidade

Não há dúvidas que a diferença entre as minha concepção de identidade e a dos “Identitários” é incompatível!
Para eles a identidade é “filho de…”.
Para mim é “filho de…, aprendeu…, casado com…, pensou …, lutou por…,”!
Não sou originalista, não acho que a identidade esteja no momento do nascimento. A identidade é uma narrativa através do tempo e uma partilha de uma essência que reside na mesma construção dessa entidade colectiva.

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Mais uma do Valbom... Em cheio!

O Prof. Maltez acerta, mais uma vez, em cheio na analogia!
A figura do Museu de Cera da República é das imagens mais felizes, para descrever a soturna reunião de "pais fundadores" da democracia!
Lá continua então a glorificação dos "democrápulas"(nas palavras do JAV)...

quinta-feira, novembro 11, 2004

Semiramis

Por sugestão do FG Santos fui lá...
Quem for esperto vai também!

Tolerância?! Prefiro Justiça!!!

"Têm as democracias direito a defenderem-se dos intolerantes?" pergunta do meu amigo BE.
Eu digo-lhe que sim, mas pergunto também.
Não teremos também nós o direito de nos defendermos dos tolerantes? Não teremos nós razões para querer um Estado e uma Sociedade onde os valores não são meramente individuais? Não teremos nós razões para rejeitar um sistema que cultiva a apatia como questão de consciência individual? Não teremos o dever de preservar as raízes da nossa civilização, de defender uma norma, de defender que o Estado, revestido da sua exemplaridade, defenda o que está certo? Não teremos nós o direito de nos defendermos de um Estado que cultiva a homogeneidade em tudo o que é fecundo, e a diferença pela diferença em tudo o que é estéril?
Não temos direito, temos dever!

Queremos Justiça!

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Mais uma do Freitas

Parece uma laranja da Sicília. Laranja por fora (piscou durante muito tempo o olho à social-democracia), mas mais vermelhinho por dentro.
Agora vem dizer que Portugal deveria ter menos intervenção em operações de paz.
Num país tão pobre… Isto não é demagogia!
O douto professor bem sabe que não se lucra nada com as acções “internacionais”!
As intervenções internacionais não têm qualquer tipo de negociata que as envolva.
Nem sequer a ONU é o sítio onde essas negociatas se fazem…
Como ele nunca teve nada a ver com as Nações Unidas não sabe o que se passa!
Por isso utiliza este timbre de “pai da democracia”.

Relembro que para além da eminência política e jurídica do referido professor, e da notável dramaturgia que do seu génio gerou, o Prof. Freitas do Amaral ainda se abalançou numa obra humorística… Dois volumes que dão pelo nome de História das Ideias Políticas. São de humor um pouco brejeiro, tipo Malucos do Riso, mas muito divertido… Realçam-se as partes dedicadas a Platão e Aristóteles, que são de “partir o coco”.

Assim não dá, Vítor!

Tenho reparado num aumento das visitas de utilizadores da rede do Banco de Portugal aqui ao Pasquim! Ó Vitor, assim não dá… Se queres as dicas para a retoma contrata-me como assessor! Agora vires para aqui “gamar” as soluções é que não…


quarta-feira, novembro 10, 2004

Eterna Identidade Portuguesa

O desafio que é ser nacionalista hoje é muito superior do que há tempos atrás. A ideia continua, contudo a ser uma opção óbvia para todos os que são gente com chão, chão com alma.
Fosse só um bocado de terra, fosse só o facto de ser minha, e o mundo regrediria ao tempo do “banditismo”, das cidades sem justiça, da pirataria sedentária, da pilhagem de Estado. Esses tempos passaram pois cresceu no espírito dos homens a necessidade de descoberta, que os conduziu à mais sublime descoberta do Homem, a Justiça.
Esta pequena palavra conseguiu fazer emergir o Homem da escravatura de suas vontades, ao fascínio pela “justa medida”. A Justiça é a mesma, o que significa que é una, intemporal.
Os néscios que por aí pululam, que não conseguem perscrutar a intemporalidade das essências, que as derrogam como realidades situadas, fazem melhor em seguir os conselhos de Corção e, no processo, desamparar-me a loja. Dizem muito de si mesmos com as primariedades aprendidas com os Saramagos que, avidamente lêem, e com quem aprenderam a sintaxe.
Portugal tem uma identidade familiar. Uma identidade que a forma, que lhe dá o impulso para a sua realidade existencial. Felizmente a identidade não se esgota no nascimento (como alguns querem fazer, criando uma cristalização da identidade, resumindo o filho aos pais, atribuindo um falso progenitor à criança).

A civilização portuguesa é uma unidade que abarca todo um passado, traços genéticos de civilizações anteriores, que se foram apurando e depurando, numa experiência de vida conjunta em que o acervo genético, filosofia grega, direito romano, religião judaico-cristã, costumes visigóticos, se misturou com a arte e a cultura árabe e magrebina, numa tentativa de se realizar em maior completude, de prosseguir a sua narrativa histórica. A sua essência, uma construção histórica, que ultrapassa em larga medida aquilo que a gerou.

Por isso a nossa música não é a mesma de 1129, ou 1498. Mudámos muito…
Nalguns casos mudámos para melhor (fado, Madredeus), nalguns casos para pior (Emanuel e Delfins), noutros casos para um sabor diferente (música popular brasileira).
A gastronomia mudou impressionantemente de 1143 a 1500. Qual o tempo que é preciso para que seja comida portuguesa? Não será a chamuça um prato português, por uso e costume? Que não se duvide que a chamuça portuguesa e goesa é absolutamente distinta de todas as outras…

A capciosa tentativa de fundar um projecto europeu numa qualquer semelhança europeia de uma identidade originária é não só uma amputação cultural à Pátria, como sintoma de uma concepção abortada de identidade que delimita o Homem como mero resultado de uma herança (ideia que é oposta à ideia de uma filosofia), que o oprime.
É por isso que muitos dos que perfilham esta visão geneticista da identidade, da identidade do nascimento (cor de cabelo, pele, olhos) como algo que define a totalidade do seu ser, se encontram manietados na construção de um pensamento filosófico coerente e se refugiam, em ultima análise no “sim porque sim”.

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Mais Uma Volta…

Estamos de regresso às revisões constitucionais!
Nos países a sério as constituições são fundamento das sociedades. Quanto muito é a sua interpretação que se revê…
Mas como a nossa foi feita por gente de vistas “curtas” e encarniçada pelos “cercos” e sequestros dos “do costume”, é tão pouco inteligente quanto detalhada, numa inversa proporcionalidade que foi estranhamente estranha aos constitucionalistas da época (e que a ela ainda se agarram como a um filho famoso que lhes dá sustento).
É óbvio que não temos em Portugal uma constituição, que se deva preservar. Mas as revisões feitas aos bochechos só atestam a falta de visão e a, pior ainda, mera instrumentalização da constituição por parte do Bloco Central.
Esforçam-se tanto para a ficção da democracia, que até o Tozé Seguro fez cara de quem não sabia que era precisa uma revisão para passar de vez a “certidão de óbito pátria”.

Vivemos um tempo estranho…
Nas aras da História sacrificaram-se filhos, para que Portugal tivesse uma constituição. Agora são os partidos maioritários que a pisam…
Mas sempre democraticamente!

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terça-feira, novembro 09, 2004

Ponderação

É fundamental atentar nas palavras de grande lucidez de SAR o Sr.Dom Duarte de Bragança!

Muito Vento

É muito curioso observar como muitos “nacionalistas arejados”, dos que não têm de se preocupar com as obrigações históricas da identidade portuguesa, daqueles que não querem um regresso às virtudes morais que nos fizeram grandes, mas uma adesão a modelos “futuristas” que já morreram noutras guerras, substituam o “Minho a Timor” por os “Açores aos Urais” (ninguém ainda explicou como irá a Rússia abandonar a Sibéria…) Aparte disso, releva que as identificações desse “velho futurismo” com o futuro se mostram desprovidas de conteúdo.
Que nacionalismo federalista é esse?
Parece não resistir qualquer dúvida que esses ventos que sopram de França têm uma razão de ser. Se o poderio económico vai para a Alemanha, o poder político e cultural vai para França.
Daí que a Nova Direita, a que é “arejada”, tenha sempre o “cheirinho a Novo Império!”.
Império em que o mais fraco, como sempre se submete.
Já sabemos como acaba a história! Os arejados far-se-ão vendaval!

Para além de Paulo Portas, também interessa saber a posição destes "nacionalistas" da Nação Europeia sobre os Referendos…
Agora é o tempo dos que andam sempre com o Faye na boca…
Digam de vossa justiça!

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segunda-feira, novembro 08, 2004

Uma Ideia Para Todos os Séculos

No blogue O Monárquico surgiu há dias uma questão pertinente.
Quais as vantagens da Monarquia? Rapidamente busquei os meus arquivos do blogue, para ver algum artigo de fundo que tivesse escrito sobre o assunto. Nada! De tanta certeza que tenho da superioridade da Monarquia Portuguesa como instituição, que não dei ao assunto a importância devida. Erro que se tentará aqui emendar.

Devemos primeiramente afirmar que há variados tipos de monarquia e por isso especificar que se trata aqui a monarquia tradicional, cristã, hereditária, e não de qualquer forma monárquica republicana, como presidencialismos, cesarismos, bonapartismos… que tiveram em Portugal máxima expressão na “salazarquia”, como refere com precisão J.M. Quintas.
A monarquia que aqui se trata não é o governo de um!!!
Parece antitético, mas de facto não o é. É um governo de uma instituição que perdura no tempo, que dispõe de um acervo político-legal, que supera o próprio titular do Poder! Esta ideia crucial será aprofundada em maior detalhe posteriormente.

A instituição monárquica portuguesa consagra na figura do Rei um conjunto de prerrogativas de representação do colectivo, fruto de um conjunto de direitos, provenientes dos acordos e direitos da instituição.
Por isso se diz que o líder dessa instituição faz a ligação entre todos os membros da sociedade, os vivos, os mortos, os futuros. Fá-lo porque é portador de um conjunto de ideias que não são actuais, mas perenes, que não são parciais, porque constituem a vantagem da totalidade da sociedade.
Estas constituem as prerrogativas essenciais do Rei.
Se se observar com atenção a monarquia ver-se à que estes poderes constituem, em essência, uma garantia fundamental do Povo.
Primeiramente, porque o Rei não dispõe de Poderes que possam alterar a fonte do seu próprio Poder. Um Rei não pode abolir as suas leis sucessórias, porque invalidaria assim o seu próprio Poder, dando assim lugar a uma ilegitimidade do Poder. Luís XIV, que é considerado por todos como um Rei absoluto, tinha consideravelmente menos Poder que a Assembleia da República tem hoje em dia. O parlamento português já reviu partes da Constituição Portuguesa que lhe estavam vedadas, simplesmente por voto de dois terços! O que significa que uma maioria qualificada se considera capaz emitir sentenças de morte. Se tudo é passível de ser revisto…

Da mesma forma, não pode abolir (excepto em situações perfeitamente justificadas, como o estado-de-sítio, calamidade, etc.) os acordos de privilégios e garantias contraídos pelos seus antepassados, sem um justificativo evidente relativo ao Bem Comum da Nação. Se tomarmos como exemplo a “verdadeira monarquia portuguesa”, orgânica, católica, soberana, veremos que, por ainda não se encontrar minada pelo germe do igualitarismo laico, distribuía isenções e distinções, que são a principal fonte dos “privilégios” em Portugal. Imaginemos, por exemplo, uma corporação dos sapateiros da cidade do Porto (mui nobre e sempre invicta). Imaginemos uma situação de Guerra. Em necessidade de se defender contra o Invasor o Rei reúne as suas tropas (muitas vezes não suas, mas de si dependentes) e verifica a ausência de sapatos suficientes para os seus militares. Convoca então os representantes da dita corporação e pede-lhes que faça os sapatos. Como recompensa pelos serviços prestados (muitas vezes estes serviços ficavam por saldar) atribui uma isenção aos sapateiros que lhes retira a obrigatoriedade de servir nos seus exércitos.
O mesmo faz com senhores, municípios, associações, que lhe prestem assistência (muitas vezes militar, mas também administrativa, de povoamento…) a que não estariam obrigados, ou que desempenharam com excepcionais capacidades ou empenho.
Explica-se assim que, toda a filosofia revolucionária que visa eliminar o privilégio (um benefício imerecido, como justifica o Prof. Jorge Miranda), é não só falsa, como essencialmente destruidora das liberdades colectivas e individuais!
Se alguém conseguir explanar de que forma a abolição de uma isenção se torna o seu indivíduo mais livre…

Por último e talvez mais importante que as outras, é a afirmação de Imparcialidade do Estado. Sem um Chefe de Estado independente a sociedade colapsa num privatismo incapaz de gerar, não apenas um Estado que funcione, mas um Estado que proveja a real felicidade dos seus membros. É fundamental que não se confunda independência com neutralidade nesta matéria.
Um Rei não pode ser uma marioneta, manietado pela vontade do Poder popular ou parlamentar. Ele só terá utilidade porquanto consiga manter o acervo moral de uma sociedade (sempre sujeito a aprofundamento e à prudência necessária no “tempo”). Por esse facto não pode estar subordinado aos poderes sociais, pois dessa forma se esvai a utilidade inerente da função.
O Rei é independente no sentido em que não se encontra subordina pelos seus súbditos, encontrando-se no entanto restringido pela moral que é a origem do seu estatuto, mas não é neutro, pela mesma razão. Porque um Rei toma partido, porque é o intérprete da narrativa colectiva e de uma existência, porque não é um mero administrador de um “estado de coisas” eficaz (como já se aludiu aqui a propósito das matérias da virtude do Rei), mas a Justiça, num sentido transcendente, num sentido correlativo ao que é interno e externo ao Homem. Por isso superior!
A verdadeira liberdade humana faz-se não da participação, não do igualitarismo democrático, mas pela submissão à sua verdadeira natureza, que só pode ser a inserção numa ordem de Justiça, inserido num Bem Comum que é, de facto, “a vantagem de todos”, que por isso é independente dos apetites e egoísmos desregrados!
Essa é sim uma “liberdade viril”…

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"What are you doing, Dave?"


"I was Dave Bowman"

domingo, novembro 07, 2004


2001

Obrigado!

Textos Heterodoxos

Dois textos de leitura obrigatória.
Dos comentários do intransigente A Casa de Sarto, retirei uma referência a esta entrevista a Jeffrey Burke Satinover, sobre os novos freudismos e biologismos que tentam enevoar a discussão a propósito da homossexualidade.
Do aristotélico revolucionário Alasdair MacIntyre, por aqui muito estimado e já referido, a sua posição a propósito da obrigatoriedade moral da abstenção nas recentes eleições americanas.

sábado, novembro 06, 2004

4 Anos de Sossego!

Uma das poucas coisas boas da vitória de Bush, foi que vamos estar mais quatro anos sem ouvir falar da ONU. É um descanso…
É uma alegria particular para todas as pessoas que se interessam pelos assuntos da moral e que conseguem fugir à idiotia democrática. Foi tempo demasiado o que tivemos de passar a ouvir gente a justificar qualquer guerra com a vontade da maioria dos povos!
Pensemos no Kosovo e veremos o que significa a ONU em termos de princípios.
Consagra no seu texto fundamental, como direito sagrado e constitutivo, a não-ingerência nos assuntos internos dos Estados! Contudo logo se inventou um direito de ingerência para proteger os inocentes albaneses, que invadiram através da “inocente” imigração a província sérvia…
O que é amoral nesta história é a completa destruição do conceito de justiça nas Relações Internacionais.
Ouvem-se por aí muitos Anacletos, e não só, a declarar que uma “Guerra Justa” é uma guerra sancionada pelas NU! Estarão a dormir ou tentar insultar 2500 anos de história e pensamento sobre o problema! Basta que alguns países se juntem e votem, para que uma situação adquira um pendor moral positivo ou negativo! Será que a decisão desses países é superior moralmente à nossa? Ou será que 50%+1 é a aritmética da verdade?
Poder-se-á arguir que não se trata de uma questão moral, mas legal, da validade dos tratados. Mas será que não devem estes vigorar na sua completude, protegendo das ingerências externas, como vimos no Kosovo e ainda hoje vemos no “quintal da França”!
Ou são parvos ou comprometidos…

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quinta-feira, novembro 04, 2004

Se o Pedro Guedes lá está...

Não fosse o Pedro Guedes e talvez não recomendássemos. É que a bondade humana é a candura de quem não olha... Esperemos que ele, com a sua veia evoliana, dê um toque de ordem ao projecto!

Por isso (agradecidos pelo link) se recomenda o Da Senhora do Monte, que se espera seja palco de um confronto de perspectivas... E que valha a Verdade!

Nacionalismo Contemporâneo

Recomenda-se a leitura dos últimos "posts" do Aliança Nacional.
Qualidade analítica, actualidade, intransigência nos princípios...
Queria fazer o mesmo, mas isto aqui está a "apertar".
Vamos ver se hoje à noite, consigo escrever alguma coisa sobre o Nacionalismo Português e um ideal para o século XXI...

Enquanto não, ficam aqui os parabéns a Manuel Brás e A.C.R pelos seus textos.

quarta-feira, novembro 03, 2004

Fórum Mulher

Quem já passou pelo tormento de ouvir o Fórum TSF, não pode deixar de ouvir o programa de "affirmative action", Fórum Mulher!
É bom que ouçam, para que tomem contacto com a democracia real...

Têm-se destacado algumas pensadoras de elevada reflexão e que os Estados têm de ouvir, nem que seja para cumprir “quotas”. Ouvem-se reflexões deste gabarito:
-“isso está mal, porque o Bush mata com bombas e os iraquianos nunca fizeram nada”.
-“acho que é pena, porque a natureza é dinâmica e o que é bom hoje amanhã já não é, porque na América só há dois partidos e devia haver mais!”
-“as pessoas deveriam ser humanas”

Viva a Liberdade de Expressão! É o maior bem de todos…

terça-feira, novembro 02, 2004

Contra a Manipulação, Despoluição Mental

Aqui se encontra uma entrevista de uma estudiosa da obra de Leo Strauss, que sem rodeios destrói a capciosa ideia de que Leo Strauss é um dos pais do Neo Conservadorismo americano!
De maneira mais profunda, deve observar-se, no capítulo II de The Conservative Intellectual Movement in America, a divergência entre Neo Cons e New Conservatives, aglomerando este último, autores de excelência como Richard Weaver, Eliseo Vivas, John Hallowell, Eric Voegelin e Leo Strauss!

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Biblioteca António Sardinha

O espólio de tão fundamental autor do pensamento português encontra-se a um passo de qualquer habitante da cidade de Lisboa.
Na Biblioteca Universitária João Paulo II encontra-se uma reconstrução da biblioteca de casa do autor. Nela se encontram objectos pessoais, todos os livros, muitos manuscritos, mas sobretudo um toque do quotidiano do autor.
Um trabalho árduo e sério, que infelizmente não tem sido divulgado (vá-se lá saber porquê...).
Fornece não só um acesso a materiais que não estão disponíveis na BUJPII, como um local para compreender melhor o autor...

Há, contudo, que pedir permissão à Biblioteca para a visita...

Vale bem a pena!

Muito Prazer

Foi com muito agrado que visitei o CausaNacional.
Não porque concorde com uma linha do que lá leio, que, de todo, não é a minha maneira de pensar. Não porque retire uma vírgula aos meus argumentos contra ideias que me parecem danificar as mentalidades dos homens e o futuro da Nação.
A razão do meu agrado pela visita foi verificar que por aquelas partes não se diaboliza a discussão, que não se olha o pensamento divergente como se tivesse de ser feito em surdina, não se contemplam as divergências (mesmo as insanáveis, como a minha) como traição, onde até se promove o debate.
Uma coisa que me deixou particularmente bem-disposto foi o facto de o autor dizer que “As discussões têm-se pautado, no entanto, por um elevado grau de honestidade intelectual e de respeito pelas opiniões divergentes”.
É bom saber que “do outro lado da barricada” há inteligência, respeito e sobretudo a honradez (algo que falta a alguns que visitam aqui o tasco!) de olhar para o oponente como alguém honesto e que diz o que diz por bem.
Um exemplo para todos nós!

segunda-feira, novembro 01, 2004

Leite e lágrimas, por eles derramados…


Os recentes eventos a propósito da nomeação da Comissão Europeia são sintomáticos de que algo está errado com esta Europa.
Primeiro, deixem-me dizer que os comunistas, socialistas e restante fauna e flora (há por aquelas partes muitos deputados-vegetal) têm toda a razão em não gostar do Rocco!
E se não gostam, não apoiam, e se não apoiam ele não vai lá! Isto é simples.
Não ouvi ninguém queixar-se do sistema europeu antes!
Não ouvi ninguém queixar-se de excesso de competências do Parlamento Europeu (pelo contrário! Estamos sempre a ver os bruxelosos tecnocratas com a lenga-lenga da representação democrática, do cidadão europeu, e outras abstrações nocivas).
Se não querem fazem muito bem, e é bem feito.
Eu também não poderia votar em consciência no Sr. Cohn Bendit, que admite que se sente estimulado sexualmente por meninas, que considera que a pedofilia é uma mera questão de “normatividade” e de aceitação maioritária…
O único lugar onde eu o poria seria numa instituição de saúde mental!

Todos se deixaram envolver pela fábula da representação universal na formação de um parlamento, onde não há um país, em eleições onde as pessoas votam para punir os seus governos, onde as pessoas não se revêem!
Quem tiver dúvidas acerca disto, basta ir consultar os resultados eleitorais das eleições para o PE em todos os países (nas últimas e nas outras todas)…
Agora clamam por justiça os autores da mesma!

Como já aqui se disse, a única coisa que a Europa tem em comum é a sua esquerda! A religião dividida, os conservadores muito diferentes uns dos outros, as línguas e práticas completamente distintas!
Será que só existe a submissão ao domínio estrangeiro ou à esquerda? Estou certo que não.
Poderá ter a Europa como base a não-discriminação? Poder-se-á dizer que esse é um valor-em-si? Essa só para rir! Seria o mesmo que proibir os casamentos entre pessoas da mesma etnia, ou obrigar alguém a discordar só para “maior riqueza de opiniões” (o que parece estúpido, mas foi um argumento usado por José Socrates a propósito da cooptação de Santana Lopes para presidente do PSD).
A loucura continuará a imperar com estes tontos.

Os esquerdistas discriminam, porque a direita discrimina…
Todos discriminamos…
Não há muito mais a dizer sobre a Europa da Tolerância…

A Europa é um bocado de terra, não é um projecto civilizacional! A não ser para essa comunhão socialista…

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Um sítio agradável para estudar...

Caro Caturo (II)
ou
"It´s all in your head"

1. O Caturo pergunta-me que obediência proponho para a Nação e para o Homem. Eu digo-lhe que o cumprir da sua essência, que é cumprir a sua Natureza!
“Para tudo há um tempo debaixo do sol”…

2. No que respeita à sua perspectiva do nacionalismo, devo dizer-lhe que, como espera, está errado. A sua concepção de Nação baseia-se em princípios que se pretendem auto-evidentes, mas que não o são!
A reflexão sombartiana sobre a Nação desmonta-se em duas “penadas”.
Se a Nação é uma realidade auto-evidente, algo que provém de uma não construção do espírito, mas de uma “realidade” (como a autoevidência da cor de pele), porque é que algumas pessoas não ligam a essa “realidade factual”?
Imagine um conjunto de pessoas de diferentes raças que vivem em perfeito isolamento num qualquer local e que não tem conhecimento de que existem outras pessoas no mundo… Olharão elas para o outro como um estranho de outra raça? Não podem, certamente, porque não adquiriram esse conceito! Para eles a feição do outro não tem importância social, ou maior importância que a natural diferença entre as pessoas…
Será que se agruparão em unidades de semelhança física?
Isso então ainda será mais descabido… Agrupam-se por interesses, por idades, por sentimentos, por acaso.
A Nação não é uma realidade auto-evidente! Todas elas incluem um conjunto de pertenças a que é preciso aderir para fazer parte…
Curiosamente, para fazer parte de Portugal não é preciso ser cristão… Apenas estar disposto a servir a sua comunidade e a sujeitar-se ao seu bem-comum!
Já para ser cristão…

3. Acusa-me também de falta de consciência de estirpe… Já me acusaram de falta de consciência de classe e não fiquei chocado. Era a ignorância que os não-marxistas possuíam… Agora é esta que temos de carregar! Posso bem com esta cruz!

4. Em relação à traição dos princípios cristãos da Pátria, ao albergar muçulmanos no meu país, devo relembrá-lo que desses princípios genéticos da Pátria não constava também o Socialismo, ou o Igualitarismo, ou o Feminismo, ou a Democracia…
Expulsar, ou não deixar esta gente ser parte da sociedade portuguesa, implicaria que a Nação se pudesse toda juntar numa jantarada às sextas-feiras! O que seria deveras complicado...

5. Quanto aos episódios da História que retrata, são absolutamente irrelevantes.
A história do Aquilino deixa-me indiferente, a do Poço, que tanto servia para negros (escravos) como para vagabundos e gente sem família, idem.
Quanto à questão do bom povo, preocupado com a miscegenação, era uma preocupação com os hábitos dissolutos de muitos, que violavam as escravas de outros, caindo os encargos sobre os proprietários.
É uma crítica aos costumes e não um momento de “despertar” da “consciência de estirpe”.

6. Mas eis que, num assomo psicologista, a questão da raça passou (pós-modernamente) a ser uma questão de "questão de consciência"! Quando diz que todos os que se consideram brancos o são, está a afirmar que a) é o espírito que deve predominar em qualquer construção socio-humana, que b) que se tivermos uma máquina de “empalidecer” a cútis, e as pessoas se considerarem brancas, podem nisso tornar-se.
Sendo assim, só me resta agradecer ao Caturo a sua abertura de espírito!
É isso que temos vindo aqui a “pregar”.
O reduto do Homem é a cultura em que se insere. Um determinado tipo genético não implica um determinado "ethos".

Sendo assim, não precisamos de olhar para o “genoma branco” e comparar graus de pureza…
Não temos de andar à cata de quantos avós judeus e chineses temos...
No fundo ser “indo-europeu” é um “estado de espírito”!

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Aguenta aí, Leo!

Só mais um post...