quinta-feira, novembro 18, 2004

A Revolução Viscosa

Por estranho que pareça não me estou a referir a 74! Estou a falar de 2004.
Um amigo meu escreveu que a Democracia tem direito a defender-se de quem é intolerante… Tem toda a razão! Que se defenda.
Mas se tem o Poder a servir de couraça, demonstra-se frágil na inteligência.

A discriminação de certos partidos na sociedade portuguesa é uma história longa. Até se poderá afirmar que o “Pacto MFA-Partidos” é o pai do sistema de partidos português, pois só aos Partidos que o assinaram foi dado beneplácito de se implantarem socialmente. O que significa que a Democracia foi controlada por aqueles “guedelhudos” que sujaram o nome das FAP ao fazerem juramentos de “punho erguido”. Uns com mais, outros com menos sebo, nos cabelos e na alma, lá foram ditando as suas regras.
Sempre com a arma do “fascismo” e o monopólio do antifascismo, lá foram ditando as suas regras, impedindo, através de pressões e de idiotas úteis (papel que os jornalistas da RTP alegremente desempenharam através dos anos) que ascenderam na hierarquia do Estado. Espertezas saloias…

A morte de Kaúlza de Arriaga foi um momento onde bem se observou a neutralidade e a imparcialidade dessas alminhas …
Ao falarem do percurso do General referiram a constituição do MIRN, apressando-se a mostrar uma “cruz céltica” pertencente ao MAN.

Podíamos também falar do pedido de um salazarista residente para o programa “Prós e Contras”.

Podemos falar do boicote de instituições de cariz público ao segmento do costume.

A verdade é que, como sempre, caem os ídolos.
Será a democracia controlada do 25 melhor que a do 24? Porquê? Alguém me explique!
O que é certo é que a restrição ideológica a que a Democracia Portuguesa sujeita o seu Povo, indiferencia-a do Estado Novo. O Estado Novo reprimia os comunistas e os socialistas! Eram, porventura, duas associações "tolerantes"? Não estará provado que os primeiros só se tornaram democráticos quando viram que a sua “base de apoio” era diminuta? E que os segundos se tornaram democráticos por via de pressões americanas e por verem que era a única forma de chegar ao Poder?
Porque se reprova então o impedimento de listas comunistas e socialistas às eleições do Estado Novo?!
É que em Cuba, país que os democratistas “enchem a boca” ao falar, também há eleições… São eleições controladas, onde só os “amigos” do regime podem participar, mas são eleições! E na Bélgica?!
Não será a democracia apenas uma fachada para a defesa das ideias dos donos do Regime?! Para os nossos Fideis de Castro, que usam gravata e andam bem barbeados…
Pode-se discordar, mas não se pode fazer nada para além disso! Não é esse o vosso lema? O Estado Novo também tinha esse lema… O que é que vos diferencia?


Como tenho muitos amigos possuidores daqueles cartõezinhos, laranjas ou rosados, que dão acesso ao título de “democrata”, agradeço a qualquer um deles que me esclareça!

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