sexta-feira, novembro 26, 2004

Portugueses, Quem Manda? Europa, Europa, Europa!

E quando o país bate no fundo? O que sucede a um país que não tem maneira de avançar, e que se encontra incapaz de voltar às suas virtudes tradicionais?
Maquiavel, na sua teoria das formas de governo, traça o destino de Portugal.
Há três escolhas.
Ser absorvido por Espanha, repugnante para qualquer português honrado.
Ser absorvido pela União Europeia, perder para além da “moeda” (que nos estaria a dar tanto jeito agora), perder a soberania, capacidade de dizer “não” aos estrangeiros em termos económicos.
É engraçado que continuem a discursar os “iberistas” a favor da união com o Império Espanhol! Sobretudo na altura em que todos se aproveitam da Espanha para manter os pequenos feudos regionais, tenho a certeza que esse seria um mau negócio… Ou acham que quando víssemos que não era rentável nos deixariam saír!? São “líricos” os que acham que o Governo Espanhol iria despejar dinheiro em Portugal, e depois nos deixarem fazer o que queremos com os proventos.
Esse é o problema da segunda escolha. Alguém tem ideia de que o dinheiro dos “fundos estruturais” e “fundos de coesão” não são uma esmola, por sermos bons alunos? Os países que “pagam” estão a comprar um “takeover” suave, o desmantelamento de toda a concorrência que possam ter e a aquisição de mercados com menor oferta! Poderão os mais incautos perguntar “porque haveriam eles de dar dinheiro para posteriormente destruírem o tecido económico”? Qual seria o interesse de uma Europa unida para os países europeus mais pequenos, não fosse o dinheirinho dos fundos? O Vale do Ave está repleto de Ferraris! O País vendeu-se por pouco…
Uns poderão dizer que querem o seu quinhão! Vendem a sua parte… De algo que não lhes pertence. De algo que não tem direito de prescindir! De Nove Séculos concentrados numa palavra…
Há ainda a hipótese de dizer Não. A hipótese de dizer que queremos uma Europa unida num Tratado sem poderes constituintes, numa Aliança que não cumpre qualquer função existencial, mas que serve as Nações, verdadeiros definidores dos seus Bens particulares.

É de ficar perplexo que o que o Mário Soares, Vasco Pulido Valente, Pacheco Pereira não vejam que a Revolução, que eles tanto referem como iminente em Portugal, está mesmo aí. É a absorção!
É também muito interessante que afirmem o falhanço rotundo da Democracia Portuguesa. Não devem ter tido nada a ver com a instauração do regime abrilino…

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