segunda-feira, julho 25, 2005

A Democracia Abrilina

Recordar é viver...
Soares foi um combatente da liberdade e democracia e outros mitos!

Uma República, não uma Democracia

A tradicional distinção americana entre a direita e o esquerdalho é a forma como se apresenta a constituição. De um lado os que defendem as liberdades brasonadas, a manutenção de uma concepção cristã de civilização, a reinterpretação dos Direitos dos Ingleses à luz de um abandono da metrópole. De outro os defensores de direitos abstractos (direitos não fundamentados, provindos apenas da Vontade, para os que não sabem o que é abstracção), sobrepondo essa ideia ao Bem Comum, descredibilizando-o!
Como o FG Santos observou, e concluirei eu agora...
O Buiça é um esquerdista!
Só um esquerdista pode afirmar que a Inglaterra dos séculos XVIII, XIX e XX, os Estados Unidos com as suas caças às bruxas e limites censórios à pornografia, sexualidade e aos atentados à vida humana, são comparáveis (e portanto desprovidos de superioridade moral) ao regime comunista!
Não sei se não percebe, ou não quer perceber...

FCS

Cada vez que vejo despontar um novo comentador (um projecto de bloguista) renova-se a vontade de blogar. É bom saber que não estamos sós... E que terá algum fruto o que aqui escrevemos!

O Candidato

Onde alguns vêem a candidatura de Mário Soares como um perigo eu vejo uma oportunidade!
Vamos lá trazer um pouco mais de amargura à vida do biltre!

Jornalismo de Causas

A neutralidade dos jornalistas parece ter sido substituída, nos tempos que correm, por um jornalismo de causas. Mas a quem caberá a escolha das causas? Aos proprietários, às maiorias, ao Estado?
Quase todas as semanas vemos jornalistas galardoados com prémios com nomes como “Jornalismo contra a Indiferença”, “Reportagem pelos Direitos Humanos”, “Prémio Amnistia Internacional”. Será lícito que um jornalista receba um prémio por difundir uma mensagem? E quem pode controlar essa mensagem, quem escolhe os valores a inculcar na sociedade?
A tão apregoada liberdade de expressão, autoproclamando-se às restrições do Estado Novo, afirma-se a favor de causas. Onde havia restrição em favor da causa pública (a omissão de greves, de mortos em combate) passou-se a uma restrição anti-discriminatória (omissão da origem dos criminosos, exclusão de referências religiosas). Será isto lícito?
Se os jornalistas do Estado Novo se encontravam persuadidos a defender a causa da Pátria, hoje estão persuadidos às causas contemporâneas. Existirá alguma diferença entre o jornalista que é despedido ou não encontra trabalho por não defender a tolerância absoluta?
Existirá alguma razão para que órgãos públicos de comunicação social afirmem que o perfil para se ser jornalista é ser tolerante? Há razões para que se aceite que a jornalista Márcia Rodrigues tenha dado uma entrevista criticando candidatos a jornalistas da RTP, por não serem permissivos em relação à homossexualidade, tendo-os rejeitado na entrevista de emprego por essa razão?
E porque razão se encontra sempre nos debates da Nação um representante dos jornalistas? Como se houvesse qualquer tipo de comparação de figuras históricas como Adriano Moreira, Arnaldo de Matos, António Barreto com... Adelino Gomes!
São superiores em quê?
Já é tempo de uma vassourada...

O Triunfo da Blogosfera?

O Interregno, um dos meus blogues favoritos (e a quem devo dedicar um post nos próximos dias), discorre sobre o triunfo da blogosfera. Perdão, o triunfo de Portugal!
Poderá a salvação da Pátria vir do ciberespaço?

sexta-feira, julho 22, 2005

Em Grande Estilo

Prossegue o Mas O Rei Vai Nú! Às vezes concordando, outras discordando, sempre com muita qualidade e interesse!
Este Sr. Engenheiro é um mister!

Uma Excelente Recensão

A um livro de Federeci sobre Voegelin.
Porque é que ninguém gosta dele?
Eu ainda não cheguei à meia-idade...

Democracia e Ignorância

Já falámos aqui sobre a Eleição da BBC do Maior Filósofo da História.
O resultado foi uma esmagadora vitória de... Marx.
A democracia tem sempre razão!

Sem pretensões democráticas é também este blogue e as suas caixas de comentários.
Este espaço é propriedade minha! Não há democracias, nem porra nenhuma!
Será que o Buiça deixaria cartazes com insultos a si dirigidos nas paredes de sua casa, com o intuito de preservar a democracia e o pluralismo?

Restabelecido

Saúda-se o regresso do Rafael aos comentários! Esperamos que, com a trouxa desfeita, regressem os posts!
Uma grande notícia!

Pau Que Nasce Torto

Nascem comunistas, tornam-se outras coisas!
Nunca deixam de utilizar o mesmo paradigma mental...
Dignos da nossa caridade.

O Direito ao Direito

A relembrar a questão dos direitos abstractos, um esclarecimento da "Vida de Brian", pelos Monty Python.

Inalienable Rights

(A huge Roman amphitheatre, sparsely attended. REG, FRANCIS, STAN and JUDITH are seated in the stands. They speak conspiratorially.)
Judith: Any Anti-Imperialist group like ours must *reflect* such a divergence of interests within its power-base.
Reg: Agreed.(General nodding.)Francis?
Francis: I think Judith's point of view is valid here, Reg, provided the Movement never forgets that it is the inalienable right of every man--
Stan: Or woman.
Francis: Or woman...to rid himself--
Stan: Or herself.
Reg: Or herself. Agreed. Thank you, brother.
Stan: Or sister.
Francis: Thank you, brother. Or sister. Where was I?
Reg: I thought you'd finished.
Francis: Oh, did I? Right.
Reg: Furthermore, it is the birthright of every man ...
Stan: Or woman.
Reg: Why don't you shut up about women, Stan, you're putting us off.
Stan: Women have a perfect right to play a part in our movement, Reg.
Francis: Why are you always on about women, Stan?
Stan: (pause) I want to be one.(pregnant pause)
Reg: What?
Stan: I want to be a woman. From now on I want you all to call me Loretta.
Reg: What!?
Stan: It's my right as a man.J
udith: Why do you want to be Loretta, Stan?
Stan: I want to have babies.
Reg: You want to have babies?!?!?!
Stan: It's every man's right to have babies if he wants them.
Reg: But you can't have babies.
Stan: Don't you oppress me.
Reg: I'm not oppressing you, Stan -- you haven't got a womb. Where's the fetus going to gestate? You going to keep it in a box?(Stan starts crying.)Judith: Here! I've got an idea. Suppose you agree that he can't actually have babies, not having a womb, which is nobody's fault, not even the Romans', but that he can have the *right* to have babies.
Francis: Good idea, Judith. We shall fight the oppressors for your right to have babies, brother. Sister, sorry.
Reg: (pissed) What's the *point*?
Francis: What?
Reg: What's the point of fighting for his right to have babies, when he can't have babies?
Francis: It is symbolic of our struggle against oppression.
Reg: It's symbolic of his struggle against reality."

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quinta-feira, julho 21, 2005

João Ameal








Acabei ontem a leitura de São Tomás de Aquino, obra de João Ameal.
Um livro notável que, através da virtude da Humildade, consegue extrair os ensinamentos de Chesterton, de Maritain (que prefacia a obra), de Gilson, dar uma ideia geral sobre a vida do autor e, ainda, introduzir de modo eficaz a filosofia do autor.

















Para além disso o Fascismo em Rede apresenta este excelente artigo do autor sobre o "Mito Democrático". Só temos que agradecer...

Estranhas Omissões

O ano passado, tendo-se perdido um terço da área florestal que se perdeu este ano, os jornalistas de todas as televisões perguntavam sempre se os meios eram suficientes e quem é que as vítimas culpavam. Este ano perguntam apenas como estão a correr as operações...

terça-feira, julho 19, 2005

O Terrorismo Vem de Dentro


O Duarte Branquinho fala sobre a questão da assimilação e sobre a possibilidade da sua existência real. Levanta três questões que me parecem ser as principais nesta matéria.
Até que ponto existe uma assimilação verdadeira nas nossas sociedades?
A imigração é fomentadora do Terrorismo?
Porquê insistir no Multiculturalismo?

Apesar de serem três questões distintas a sua resposta é una.
Como na fábula do Escorpião e da Rã a nossa sociedade, enquanto nos ferroa, clama “é a minha natureza”.
A a natureza da sociedade ocidental contemporânea é de facto auto-destrutiva.
Uma sociedade que afirma não ser regida por nenhuma ideia ou moral suprema é uma sociedade que não tem critério para nenhuma das suas acções a não ser a razão da força dos muitos. E fruto disso é a inexistência de um critério para a “pertença”.
São estas sociedades, abertas, vazias e modernaças, a grande ameaça e incentivo ao terrorismo.

Na segunda metade do século XX deu-se um surto enorme de terrorismo.
Os imãs eram também gente que não se inseria nos pressupostos da sociedade, uma vez que a sua ideologia era absolutamente incompatível com a existência de uma essência nacional que atravessa os séculos num vínculo moral. Eram um conjunto de fundamentalistas do Círculo do Comité-Central... Das ARA, PRP-BR...
Dir-me-ão alguns (revelando a inutilidade do seu pensamento) que os que combateram a Nação são portugueses. Esse é o seu pacto com os traidores... Mostram o seu erro por terem uma concepção tão vazia da nacionalidade como os seus amigos abrilinos (em quem filiam o seu pensamento na treta democrática e pós-moderno).

É precisamente esse o erro destes tempos.
Todos pertencem ao grupo, mesmo os que o visam destruir. Todas as concepções são aceites, mesmo as que renegam a existência da sociedade que as abriga...
As sociedades de hoje, pouco preocupadas com qualquer elemento de coerência, afirmando-se como verdadeiras ditaduras relativistas afirmam com gravidade “pensa o que quiseres, desde que não actues em conformidade”...
Por isso a tão proclamada liberdade de expressão acaba na mesquita. Não terão os islamitas radicais tanto direito a pronunciar-se a favor da morte de civis inocentes, quanto os comunistas que apoiam a ETA?

Que pertença pode existir numa sociedade onde a desarticulação entre as lealdades é ponto-de-honra? Onde se afirma uma multitude de lealdades não têm de estar subordinadas a um mesmo Bem Comum há lugar para todos, incluindo o inimigo! Só que onde a variedade é religião não existe critério para aferir quem é amigo e inimigo, nem quem pertence ou não pertence à comunidade política.

Por isso se escolheu fazer guerra ao terrorismo islâmico e pactuar com os “etarras” e seus sequazes. É mais fácil dizer que um sujeito de turbante na cabeça é o inimigo do que o vizinho do lado que se passeia alegremente nas ruas de jeans Levi´s e t-shirt...

É óbvio que o que está mal é a rejeição de um critério coerente de partilha societária, em que a cultura própria, ao invés de uma cultura de diversidade sem limites, surge como ordenadora e harmonizadora das naturais diferenças de função da sociedade.
É evidente que a assimilação social e política não pode ser apenas uma inserção no tecido produtivo, nas actividades laborais[1].
É claro que a sociedade que afirma aceitar tudo, mas que se dispõe a cercear algumas ideias, não o fazendo a outras igualmente nocivas, é uma sociedade iníqua.

Só se estranha o silêncio.

_____________________________________________
[1] O que remete de novo para a refutação da teoria liberal que considera o vínculo político como uma convergência de vontades e interesses económicos e racionais... Não é o comércio, nem são os muros a essência da cidade, como viu Aristóteles.

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Mais Iconografia Nacional

Um Lamento

Que pena ter compromissos para amanhã...

segunda-feira, julho 18, 2005

Factos Positivados

Estamos mal quando a referência a uma questão moral simples levanta tantas dúvidas, como se fosse um conceito metafísico complexo. Como se pode falar de “política” sem ter noções e conceitos básicos, encará-los como grandes “quebra-cabeças”. Como disse Santayana “É preciso conhecer a História da Filosofia para que não se incorra continuamente nos erros do passado”. Isto é fácilmente transponível para a nossa reflexão! Todo o pensamento parte dessa correlação com a realidade. A percepção da realidade parte do senso-comum e não de um “real” positivista!

Esse é precisamento o erro do positivismo cientificista. Considera que as suas realidades são prévias ao mundo (como se o método científico fosse, ele próprio, regra divina).
A colecção de afirmações desprovidas de sentido filosófico tem vindo a aumentar nos últimos tempos, revestida de compreensão profunda de matérias gnoseológicas.
O positivismo não é uma doutrina “enquadrável” num sistema de valores...
O positivismo é um conjunto de doutrinas que explicam o “dever ser” com o “ser”. O hegelianianismo (de forma mais sofisticada do que aqui observamos) postula que o que existe é o que “deve ser”, pois que é um passo num progresso para algo que não podemos compreender. O positivismo comteano afirma que a verdade da ciência é indiscutível e demonstrável universalmente.
Estas ideias são ambas positivistas e ambas erradas.
Ao inserir o real como um facto consumado (sem capacidade de explicar porque é que isso é um facto, como observa MacIntyre) encerra-se o pensamento numa categoria não analisável.

Esse pensamento não analisável é o horizonte do positivismo, refugiando-se no facto (grande mito da modernidade). Quando se diz “isto é um facto” está a fazer-se uma profissão de fé no observável. Newton dizia “todos os corpos se atraem, a gravidade é um facto”. Einstein disse “todos os corpos curvam o espaço, isto é um facto”. O conhecimento científico é por natureza provisório... Os factos de Newton deram no que deram...

Mesmo concedendo no “facto” é fundamental fazer a pergunta “porque é que o deverá continuar a ser?”. Já sabemos que o positivismo afasta a capacidade de observar um “dever ser”...
Sem uma tradição moral não é possível perscrutar algo para além do que existe.
Porque é que não deve haver uma comunidade política dos que têm sangue de tipo A?
Também este é um facto científico! Ou de mongolóides? Têm uma estrutura cromossómica diferente das outras pessoas!

Afirmar que não existe Tradição sem etnia (leia-se raça) é insistir no “gag” de que a Tradição é a manutenção de um status quo, a preservação de tudo num ponto da História, um fixismo. Como se não existisse uma Tradição Católica, uma Tradição Jusnaturalista, uma Tradição Estóica, uma Tradição Empirista! Ou seja Tradição é a Essência, aquilo que permanece no Homem, nas Instituições!

Por tudo isso se compreende a afirmação de que nada seja superior a nada a não ser que exista a esse título consenso! É a bactéria 50%+1 a fazer vítimas em todos os sectores. Se só o que leva o carimbo do consenso é passível de ser superior...

Algumas Premissas de Enquadramento

1.O Homem é, por Natureza, um ser político.

2.Os Fins do Político são a obtenção da Justiça, o que é Bom Para todos, o Bem Comum.

3.A Justiça é encontrar o lugar do Homem na estrutura das coisas, a sua Natureza, por outras palavras cumprir o Homem.

4.Para que o Homem encontre o que é justo ou injusto precisa de estar munido de uma perspectiva que o permita compreender a realidade.

5.As sociedades humanas comportam em si mesmas elementos que permitem ao Homem compreender os seus mais variados aspectos. Este elemento, que precede o indivíduo e as suas vontades, e que tem como destino a sua mais perfeita realização, são as tradições e instituições.

O Pedro Mudou-se...

Esperamos ansiosamente pelo regresso da Cruz de Cristo ao título do Blogue!

Andam a Mangar Connosco?

O texto conjunto dos sete Chefes de Estado europeus consagra como grande avanço civilizacional da Europa a possibilidade de circular sem necessidade de trocar divisas ou de pedir vistos de entrada...
Parece que toda esta treta foi feita para os veraneantes terem menos incómodos!
Bastava um conjunto de acordos transfronteiriços...

Continuam a bater na tecla da Constituição.
Não é por dizer que o morto está vivo que ele se irá desenterrar...

Para além disso, numa tentativa de reanimar a União, resolveram dar receitas profundamente inovadoras!
Democratizar, aproximar eleitos e eleitores, eliminar a burocracia (porque a Europa somos nós!!!).
Enormes novidades na discursividade da Europa!

sexta-feira, julho 15, 2005

Já Cheira!


Vale de Centeanes

Peditório

Os sindicatos da Polícia afirmaram que irão fazer um corte de estrada como forma de protesto!
Como português exijo a punição de todos os líderes sindicais que se manifestem pela prática de um CRIME, tipificado e punido por lei.

No caso de suceder tal manifestação é evidente que não apenas os cabecilhas (é de criminosos de farda de que falamos!), mas todos os participantes, terão de ser alvo de processo disciplinar! Os senhores agentes que deram a cara por este ilícito deveriam ser expulsos imediatamente...

O que assistimos é uma vergonha, perpetrada pelos que deveriam ser garantes materiais da legalidade.

A reponsabilidade recairá sobre os polícias e sobre os governantes que pactuarem com actividades criminosas...

Cultura Contra






















TOMO I, II, III, IV.

quinta-feira, julho 14, 2005

Duas Tristes Efemérides

marcam o dia de hoje! Podem lê-las no muito recomendado Duas Cidades.

Caso Virgem de Incompreensão

Parece que o Camisanegra agora é um defensor dos Direitos Humanos que hoje se celebram!
Grandes avanços teóricos perscruta esta gente!

Tempos

Vendo incompatibilidades de várias ordens, aproveitando momentos de reflexão e restruturação, parece-me ser tempo de reflectir e afirmar valores, princípios e estratégias.
Ganha-se sempre dizendo ao que se vai!
Explicar no que se acredita, pelo que se vai lutar, ao invés de ser um grupo de interesses desarticulado com duas ou três políticas que apanham todas as formas de pensamento...
É a altura certa para renovar a blogosfera (com um blogue colectivo de uns bloguistas mais cansados?), numa linha editorial bem definida, com propósitos e coerência.
Apresentar projectos e pensamento.

Woodstock e o Vaticano II

Soltem os Prisioneiros

Quanto mais leio o Misantropo Enjaulado mais me envaideço com a confusão do Mendo Ramires.

Revelações

O dia de ontem foi profícuo em revelações...

O Pedro Guedes é preto.
A culpa dos incêndios deste ano já não é do Governo.
O povo de Lisboa ama a Bárbara como os argentinos amam Evita.
O Nacionalismo em Portugal foi invenção dos republicanos.
A Nova Vaga tem uma editora que é conservadora (à sua maneira, é certo).
A Atlântico não traz nada de novo, com excepção de um grafismo "sixties".

quarta-feira, julho 13, 2005

Humor Conservador Americano



Vitorino

Os terroristas islâmicos não se poderiam estar mais a cagar para a Democracia, Liberdade e Sociedade Aberta! O que eles querem é organizarem as suas sociedades segundo os seus princípios.

Estranhos Sonhos

O JCS amofinou-se com a nossa observação de espanto com os seus sonhos acordados de uma Humanidade una pela ausência de credos, de tradições.
Se existe na esquerda a tendência para chamar Hitler a qualquer pessoa de direita, existe também uma tendência numa certa direita liberal para achar que todas as observações referentes a gostos e tendências são uma perigosa injunção na autonomia individual. Fascistas!
Na verdade "as ideias têm consequências", como a arte deve ter consequências.
Quando se afirma que se aprecia uma poesia não se pode dissociar as palavras do seu sentido, nem o seu sentido do seu propósito!
O sonho de John Lennon não são meras palavras, mas a afirmação do mais bestial despotismo que o Homem pode viver, a redução do Homem a um ser gregário, com limites espirituais no comer, dormir, reproduzir... algo que poderá ser facilmente observável numa vara!
Sem esses critérios que dão ao Homem a capacidade de ter um horizonte moral não existirá nem liberdade, nem moralidade, nem mercados (be afraid, be very afraid!).
No triunfo dos porcos só se ouvem grunhidos na falta de ração.
Idílio Socialista.

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terça-feira, julho 12, 2005

A Obsessão das Borbulhas


Em Portugal, como em todos os países subdesenvolvidos, existe um único factor de monitorização do desenvolvimento. A existência de Coca Cola!
A obsessão com este avanço da sociedade, um bem de primeira necessidade, leva-me a indagar se não permanecerão no refrigerante estupefacientes, como na receita primitiva...
De qualquer modo e como por certo irão todos perceber, eu prefiro o meu país “liso”.
Uma lisura que se opõe à tal bebida e suas bolhinhas...

Como achado não é roubado aqui fica este comentário do BOS a propósito da contenda.

"Caro JSarto:

No Estado Novo, a política de "comes e bebes" estava descentralizada. Cabia aos governadores permitir ou proibir, observados certos trâmites legais, a circulação das diferentes marcas.A representação da Coca-Cola para Portugal foi negociada no final dos anos 20, em plena Ditadura Militar, tendo o empresário encomendado a campanha ao (também) publicitário Fernando Pessoa. Este criou o célebre 'slogan': «Primeiro, estranha-se; depois, entranha-se.»
Ora, a legislação da metrópole proibia a venda de bebidas que não divulgassem os seus ingredientes — o que era precisamente o caso da Coca-Cola. Apesar disso — e face à insistência dos americanos, que não desamparavam a loja — o ministério da tutela mandou que o escuro e gaseificado líquido fosse submetido a exame bacteriológico no Instituto Central de Higiene, hoje Instituto Dr. Ricardo Jorge, dirigido então pelo conceituado higienista. Ricardo Jorge defendeu a proibição do produto, arguindo que o mesmo continha elementos susceptíveis de provocarem habituação. O próprio 'slogan' de Pessoa inculcava tal ideia. E aí a Coca-Cola foi definitivamente reprovada.

O que se passou nos anos seguintes está ainda por escrever. Há testemunhas ainda vivas de tentativas de suborno de altos funcionários da adminisrtação publica portuguesea por parte de agentes da empresa norte-americana e quadros da embaixada estado-unidense. E quando os americanos,habituados a dobrar com metal sonante as renitências dos adversários, e mal aconselhados sobre o feitiozinho "rural" do Presidente do Conselho, tentaram subornar (!) o velho estadista, este tomou uma decisão enérgica: com ele no poder, a Coca-Cola nunca seria comercializada em Portugal. Melhor dito: na metrópole, porque outro foi o entendimento dos governadores das antigas províncias ultramarinas, o que dá um quadro pitoresco do tipo de 'ditadura' que por cá imperava!...

A coisa ainda está por esclarecer... Os governadores consentiram na comercialização do produto por não terem institutos de salubridade pública que analisasse o líquido? Ou, por acinte, quiseram exercer os seus amplos poderes "autonómicos"? Ou foram comprados pelos americanos? Esta história da Coca-Cola costuma ser referida para demonstrar a tacanhez provinciana do antigo regime. Há outros indicadores mais eficazes ao propósito. Se alguma coisa prova esta história é que houve uma altura em Portugal em que as decisões se tomavam com base no "interesse público" e não em cambalachos entre empresas e governantes. Hoje em dia, neste Portugal aberto e modernaço, se um "jovem empreendedor" conhecer as pessoas certas e fizer a transferência adequada para a conta da Suíça, até pode estabelecer-se no negócio da droga, quanto mais no da Coca-Cola...

BOS Homepage 07.11.05 - 3:22 pm # "

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segunda-feira, julho 11, 2005

Watching You

A proposta britânica de legalização de escutas é uma ideia muito perigosa. Não por atingir as liberdades individuais em sentido abstracto, mas por serem uma intrusão incapaz de combater o Terrorismo. Interessam hoje em dia maiores capacidades de observação dos suspeitos e não a observação de todos os pequenos aspectos da vida quotidiana de qualquer pessoa!
As repercussões serão gravíssimas, tanto económica como socialmente!
As medidas são retóricas...

Se a liberdade individual não é um fim em-si, também não é uma excrescência assessória!
Neste caso não há um bem maior a preservar, uma vez que não é a doméstica de Salford, o metalúrgico de Kidderminster ou o mecânico da Madorna a verdadeira ameaça.

Que exista acção na suspeita,
que se salvaguarde a vida dos inocentes!

Arrepiante

Quando ouço pessoas de direita citar John Lennon fico triste.
Como se pode ter como lema o Imagine?
O CDS está minado...

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Edificante

Se fosse para um arraial gay/lésbico/pedófilo já o dinheiro deveria ser público, não é Reverendo Louçã?

Só Há Um Nacionalismo!

Como o nacionalismo não pode ser confundido com o néscionalismo...
Para evitar confusões é melhor não haver misturas!

Definições

Passeio por essas caixas de comentários!
Percebo logo tudo! Que só se pode comprometer quem tem na cabeça um fundamento e um acessório, quem tem lado a lado o essencial e o contingente... facto que em si pressupõe a existência de uma pluralidade de ideias na cabeça de alguém! Ao não se verificar este facto encontramos um diálogo impossível, algo que esbarra com qualquer coisa que lhe apareça pela frente.

No pensamento não há necessidade ou escassez. É nas ideias e não nos cartazes, que o futuro se joga! É na capacidade de compreender o cartaz que se centra a luta contra a opressão de hoje...
Como sempre, mas mais hoje!
É por isso que o gramscianismo de que tanto se fala por aí, em artes de raposa, é superior às entradas de leão...

E como se poderá formar a juventude sem uma concepção concreta do que se pretende?
E estruturar essa acção num conjunto de slogans e imagens fortes, desprovidas de uma ideia concisa (dir-se-ia, para os lados do Interregno, uma "cartilha")?
Como semear alguma coisa em clima de stasis ?
Como poderão emergir dois ou três nomes que se perfilem como vozes de consciência crítica se não existe uma perspectiva? E estando imersos numa sopa repulsiva...

sexta-feira, julho 08, 2005

Merecer os Mortos


"A Igreja de Mucaba é reduto sagrado,

altivo Monumento Nacional:

Mansão de Heróis, de peito nobre e ousado,


dignos de Aljubarrota e de Salado"

Óinc!Bzzz!

Uma sujeita que tenho o desprazer de conhecer, daquelas varejeiras que voam, com todo o a propósito, sobre Mário Soares, desculpa-se frequentemente, em surdina, que Mário Soares está senil. A ideia é muito conveniente, mas é falsa!
Como Freitas, como Eanes, Soares caracteriza-se pela coerência na falta de espinha dorsal!
Comunista, Socialista, Social-Democrata, homem dos americanos, Soares foi tudo!
Os seus valores são a inexistência de valores...
Por isso, como expressões de pura individualidade (ilusões), tudo é negociável!
Por isso é socialista! Se um tem mais e outro tem menos, divida-se, na medida em que o conflito acabe. Um dia que tenhamos opositores que nos queiram escravizar deveremos dialogar e perguntar se não pode ser só às quintas-feiras!
Um grande senhor e pensador, o pai da pátria!

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quinta-feira, julho 07, 2005

António Vitorino

"Os valores da identidade portuguesa são a democracia, a sociedade aberta, a igualdade dos sexos, a laicidade do Estado."

Afonso Henriques (Chinês)
Infante D. Henrique (Suíço)
Mestre de Avis (Sueco)
D. Sebastião (Espanhol)
D. Miguel (Ruandês)
António Sardinha (Americano)
Salazar (Índio Navajo)

Retrocesso do Espírito

Não há dúvida de que a Modernidade e o Totalitarismo vão de mãos dadas. Sobre a compreensão da Verdade põe-se a Vontade. Essa é a verdadeira forma do Totalitarismo, uma subordinação da metafísica ao que se pretende, numa instrumentalização que representa a antítese da “aventura” do pensamento.

Já aqui falámos frequentes vezes da Igreja “à la carte”, da ideia de que é a religião que se deve submeter aos nossos interesses, vontades e perspectivas. O paradigma da Modernidade reside na atitude peculiar de escolher uma religião segundo um conjunto de valores que perfilhamos. As pessoas que dizem, ou as que não dizem mas pensam, que são católicas por considerar esta a melhor forma de preservar a liberdade individual, por considerarem que esta representa melhor o igualitarismo, ou porque é a melhor forma de assegurar a estabilidade social, não são, de forma alguma, pessoas religiosas.
Assim se vai ao “mercado das religiões” procurar o que melhor serve os nossos interesses, sem a preocupação de encontrar uma Verdade ou um argumento superior a outro[1].

O problema desta concepção é por demais evidente. Se se coloca o terreno acima do eterno revela-se que o terreno é o divino, algo que é manifestamente errado, pelas limitações espaço-temporais de tudo o que existe “debaixo do Sol”.
Os problemas que esta atitude levanta são de duas ordens. O homem olha para a sua situação e não dispõe de capacidade de julgar, uma vez que o seu divino é aquilo que está ali, o que o rodeia. O que “é” coincide com o que “deve ser”! Não se pode questionar porque não se dispõe de um paradigma mental, de uma compreensão, que permita discordar...
Por isso se fala tanto de Liberdade e Igualdade, não se falando da questão real que é “porquê?”.
Podem existir as mais amplas liberdades políticas que o totalitarismo que se encontra na mente não deixa florescer qualquer horizonte superiror.

O Neo-Paganismo corresponde a essa mesma fixação intramundana, totalitária e impossibilitadora de um “dever ser”. Não há nada tão afastado do paganismo primitivo como o neo-paganismo. O paganismo clássico era um caminho terreno para a compreensão do eterno. O neo-paganismo é o recuo do eterno ao intramundano, deixando espaço ao positivismo para desmandar no domínio político (a não ser que as àrvores e os passarinhos se revelem grandes mestres ordenadores da sociedade).
Uma religião não é um instrumento da minha vontade, sob pena se olhar tudo como se não pudesse ser de outra maneira!
Não é um instrumento do meu desejo de comunidade, mas um caminho para compreender o que está para além do mundo físico e compreender o lugar do Homem no Mundo.

Quando se diviniza um elemento de uma sociedade e se pretende semear uma monocultura do ódio, nada nos resta senão dizer como São Tomás...

“Contra hoc scriptum scribat, si audet et inveniet non solum, qui aliorum sum minimus, sed multos alios, qui veritatis sunt cultores, per quos eius errori resistetur, vel ignorantiae consuletur”.


___________________________________________
[1] Sendo por isso muito curioso ver que quem anda aí a apregoar a incapacidade de distinção entre dois argumentos, é capaz de dedicar muitas linhas e horas excessivas , a uma tentativa.de argumentação, retirando-se depois para a submissão à avançada das ideologias e das perspectivas relativas.
Poderá existir ciência para estes?

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Terrorismos Esquecidos

quarta-feira, julho 06, 2005

Então e a Independência?

Os Governos Africanos exigem o perdão da dívida externa!
Eu exigo o pagamento da dívida!
A Independência tem destas coisas...
Festejam as independências de mão estendida. Celebrações de dependência.
Pela forma como falam do dinheiro dos outros dir-se-ia que ainda pertencem aos colonizadores!
Dinheiro gasto em casas de luxo, carros, comitivas em hoteis de cinco estrelas.

Paguem isso! Com dinheiro ou com propriedades...

O Totalitarismo, O Autoritarismo, A Posse do Espírito

Na caça ao Fascismo em que vivemos é frequente que se deixe escapar o epíteto de totalitário para um conjunto de coisas bastante diferentes. A coisa perdeu o sentido e evoluiu para um insulto desprovido de conteúdo ou para uma quantificação de intervenção estatal na vida do indivíduo. Essa ideia é falsa e condenada ao insucesso.

O Totalitarismo é filho da Modernidade. O projecto racional de restruturação do Homem encontrou vários soluções (todas insatisfatórias) para a estruturaçao da alma e da vida colectiva dos Homens. Assim ideias como o psicologismo, o determinismo, o materialismo, o historicismo, forneceram a ilusão de que tudo seria controlável, que era possível penetrar o tecido da História e conhecer a completude das suas leis, determinar todos os aspectos da vida Humana.
O projecto moderno falhou, em teoria e prática. Não conseguiu, de forma que os clássicos diriam sobrehumana, criar o consenso e a coesão dialética sobre todos os aspectos do Mundo.
O fascismo, divinizador da herança renascentista da Razão de Estado, não conseguiu opor ao liberalismo, corrente divinizadora da vontade individual, a sua visão. O comunismo, a divinização do materialismo, também não o logrou.
Todas estas posições pressupõem uma capacidade divina do Homem e uma capacidade divina da comunidade política, de estabelecer o “Paraíso na Terra”.

O processo que subjaz a esta ideia provém da própria natureza do pensamento moderno.
Ao afirmar que a vontade deve orientar todos os actos políticos e que o resultado dessas concepções privadas é um “bom estado de coisas” o liberalismo afirma o seu totalitarismo!
O totalitarismo não é a intrusão do Estado numa esfera privada. Se fosse, poder-se-ia contabilizar o grau de totalitarismo pela quantidade de legislação (o que nos remete de novo para a questão do Código da Estrada) de uma ordem jurídica.
O totalitarismo caracteriza-se, e é causado, por uma destruição dos critérios do “Dever Ser”. Onde não existe critério externo, uma estrutura que permita aferir o certo e o errado, não é possível a concordar ou discordar. Esse é o totalitarismo em “estado-puro”!
É a tomada do Ser ao Dever Ser. Achar que o que “é”, é o que “deve ser”, o que é o paraíso positivista, historicista, hegeliano.

O totalitarismo produz um Estado omnipotente, o Estado Totalitário, uma vez que este é movido por fins “intramundanos”. Ao invés do conhecimento limitado do “dever ser”, pré-moderno, o Estado Totalitário conhece perfeitamente os seus fins, dominando-os, sendo o próprio Homem a ditar o “Dever Ser”.
Não encontra por isso qualquer limitação à sua acção, uma vez que ele próprio se constitui no critério de avaliação do certo e do errado, no próprio horizonte moral.
Seria assim impossível que um Estado Totalitário se afirmasse como “submetido à moral e aos superiores interesses da Nação”. O Estado Novo não é, nem poderá jamais, considerado um Estado Totalitário, uma vez que não possui o carácter de supremacia sobre o Dever Ser, a norma ou os preceitos morais.

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terça-feira, julho 05, 2005

Sinónimos mas Antónimos

Compreendo perfeitamente a posição do meu consócio benfiquista Rebatet em não transigir no que lhe parece essencial. Eu tenho outra visão da essência do Ser Português (no fim de contas o fulcro principal da discussão) da qual não me parece lícito transigir, por ser o fundamental. Quando escrevi o texto sobre o que o Rebatet escreveu tentei demonstrar como não identifico Nação e Estado, como não existe essa necessidade de um Estado Total numa Nação plurirracial (a não ser que o Rebate não faça coincidir Nação com Etnia), no que me parece ter sido uma interpretação abusiva da concepção tradicionalista que perfilhamos.
Estou perfeitamente consciente de que nos inserimos em tradições absolutamente diferentes (diria mesmo divergentes) de pensamento. Tento por isso demonstrar as insuficiências das outras tradições e demonstrar a minha e as suas virtudes (bem como algumas falhas que possam ter), o que o Rebatet também faz, habitualmente com inteligência.
Como não tenho qualquer pretensão a ser dono de qualquer movimento (e como o Rebatet também disse aqui) não ando a sindicar verdadeiros e falsos, apenas a tentar clarificar várias formas de pensamento.

Tarde e a Más Horas

Gostaria de congratular o Aliança Nacional por dois anos de actualizações e por ter nos seus arquivos alguns pedaços do melhor pensamento e reflexão "destas bandas" (dos autores, de Pinharanda Gomes, de Nogueira Pinto, de A.J. Brito...).
Um exemplo de Constância, que será sempre uma virtude!

Cesse a Matemática

Carta recebida na redação do Pasquim

Os verdadeiros nacionalistas andam ultrajados com a matemática.
É abjecta, sempre a tentar dirigir todas as mentes, a impôr uma verdade universalista que exclui os outros, sob a capa do erro! Maldita seja ela e a sua lógica! São ambas mundialistas abjectas que tentam unificar o que não é unificável...
Não existe unidade da Verdade porque a verdade é um resquício católico-direitista!
São uns totalitários, é o que eles são!
Conseguirão eles explicar 2+2=4 a alguém que não faça parte desses lunáticos que acreditam ser detentores da Verdade? Claro que não, porque o que eles dizem é pura ideologia!
Tudo é ideologia e as ideologias não se podem comparar porque a sua comparação resulta numa ideia mundialista de que é possível haver melhor e pior! Não há! Há o "nós" e o "eles"! Mas isso significa que também o "nós" é uma Ideologia e que a tentativa de a aprisionar numa fórmula verdadeira a encerra no mundialismo! Mas quem é que somos nós? Foda-se Cajó, sai daqui!
Já estou a ficar com dores de cabeça!

Núcleo Niilista-Nacionalista da Brandôa
"Nós Somos o Novo Nacionalismo",
Mas o nacionalismo é apenas uma ideologia,
Que não pode ser analisada!

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segunda-feira, julho 04, 2005

Anatomia Nacional

A ideia falaciosa de que todos os que apoiam um estado multi-étnico são perigosos totalitários é uma ideia falsa. Seria totalitário o Portugal do Estado Novo? Obviamente que era um Estado Autoritário, mas nunca totalitário. Seria totalitária a administração colonial? Seria totalitária a administração das Índias Ocidentais e Orientais no Império Britânico? E os Estados Unidos?

E o regresso às estafadas acusações de coincidência conceptual entre Nação e Estado nada são senão uma cortina de fumo, bastante antiga, para confundir os nacionalistas com fascistas e nazis. Estranho que seja um nacionalista a afirmá-lo.
Não há em nenhum dos mestres do nacionalismo “anti-moderno” qualquer tentação de fazer uma estatolatria, que reconduziria a um positivismo semelhante ao nazi e ao fascismo, a uma glorificação do acto executivo-legislativo. Pelo contrário!
O que se passa no nacionalismo, o que o separa da estatolatria e do tribalismo (que alguns insistem em considerar, erróneamente, como um nacionalismo), é que o Estado se encontra ao serviço da Nação. O Estado é o organizador político da Nação, deixando a organização infra-política, das famílias, das associações intermédias, seguirem o seu curso e finalidades (obviamente não políticas, mas familiares e sociais). Não há qualquer identificação de Estado e Nação, mas a subordinação do aparelho político à comunidade moral.

Uma comunidade moral, uma Nação, excede em muito os aspectos do Nacionalismo Folclórico, tributo aos disparates românticos alemães, que ainda hoje causam vítimas. Ela é a própria essência da comunidade política, na linha das sãs doutrinas de Platão e Aristóteles, de Cícero e de São Tomás...
Caracteriza-se pela “homonoia”, pela busca partilhada da “vida boa”, da realização das finalidades humanas e portanto eminentemente morais, que abrangem todos os cidadãos.
Isso é o “Político”! Não existem confusões acerca disso...

Confusões grandes existem nos que quiseram fazer crer que a etnia era algo mais que um conjunto de famílias, que corresponde a alguma pureza primeva e original. O termo grego é mais que evidente.
Por isso inventam teorias e conceitos nebulosos como “Ordem Natural Comunitária”. Que concepção de Natureza é essa? A do nacionalismo tradicionalista, já todos o sabem, é a a concepção Cristã, particularmente assertiva no que respeita a caracterizar o Homem como caracterizado pelos fins e pelo espírito, é a natureza racional do Homem, que lhe permite a compreensão do seu lugar no Universo.

Realço ainda a lucidez dos que afirmam que são “nacionais” todos os que se inserem no processo evolutivo histórico. Inserem-se na sua etnia os que através dos laços de amor (familiares), o que significa que não existe qualquer presumpção às uniões familiares para além da subordinação ao ethos partilhado.
Será que a etnia é o ethos?
Isso é que é levanta dúvidas e não as posições dos tradicionalistas, por mais manipuladas que elas sejam...
Se for, parabéns!

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sexta-feira, julho 01, 2005

Acidentado Caminho

Tenho um amigo que me está constantemente a relembrar como o Pires de Lima jr. é uma pessoa pouco articulada. Como nunca tinha sido pessoa que me suscitasse grande interesse nunca me havia debruçado sobre o assunto.
Hoje o FG Santos alertou-me para um texto do referido senhor, um texto que não deixa de ser ilustrativo da confusão que anda aí na direita que é esquerda.
Começa com uma afirmação de Salazar que utiliza como forma de mostrar a direita do passado… retrógrada, autoritária.

Afirmar que “onde há autoridade não há liberdade” é uma constatação de facto.
Salazar queria com isto dizer que não onde existe Estado não existe liberdade e que há lugar para ambos. É evidente que o autor percebeu isso (caso não o tenha percebido a coisa torna-se ainda mais preocupante) … mas não conseguiu resistir à tentação de ser combatente anti-fascista!
A coisa torna-se emocionante quando se tenta colar Salazar (e o Senhor D. Miguel) ao monismo comunista, quando se tenta unir o cepticismo do Scottish Enlightenment a uma crítica ao Estado Novo. Esta é que é mesmo de rir…
Salazar é ilustrado como um fervoroso opositor da iniciativa privada. Como o autor bem deveria saber Salazar sempre foi um acérrimo defensor da iniciativa privada, que tinha a excelente visão de olhar para o seu país e compreender que um país com um tecido produtivo subdesenvolvido precisa de proteccionismo numa fase inicial. Deveria conhecer os esforços de abertura à iniciativa estrangeira que resultou nas parcerias do início da década de 60 e no subsequente desenvolvimento económico do país, ou as parcerias com empresas britânicas para o desenvolvimento ultramarino.
Mas será que não sabia?
É evidente que sabia...
Só que assim se matam dois coelhos de uma só cajadada.
Ganha-se um anti-fascista e pode-se falar de “free enterprise”, que é a única coisa de que o senhor sabe falar.
Como me dizia o FG Santos há uns dias, há uma certa direita por aí que, enquanto o mundo desaba nas suas cabeças, continua a achar que está tudo bem, porque a taxa está baixa…
Pires de Lima não apresenta qualquer coisa que exceda o trivial e eleva a banalidade a uma forma de arte…

Uma direita que ame a liberdade. Uma direita humanista, respeitadora do direito à diferença nas questões éticas, de moral e de costumes, que preze a dignidade de cada pessoa e respeite opções individuais. Uma direita que acredite na iniciativa, na concorrência e estimule a capacidade de empreender. Em suma: uma direita moderna e de marcada inspiração liberal. Portugal precisa de uma direita assim. Vamos fazer por isso?

Que Humanismo será esse? O Cristão, o secularista?
Que Liberdade é essa de cada um fazer as suas escolhas morais? E se eu escolher uma religião que não me permita pagar impostos? E se eu escolher morrer como prática sexual? E se eu me quiser casar com um cão? E se eu escolher ter sexo com crianças?

Em suma: Uma direita que não se reduza a disparar as receitas do Bloco de Esquerda, misturadas com liberalismo-económico. Portugal precisa de uma direita que pense.
´Bora lá pensar, nem que seja um quarto de hora?

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