segunda-feira, julho 04, 2005

Anatomia Nacional

A ideia falaciosa de que todos os que apoiam um estado multi-étnico são perigosos totalitários é uma ideia falsa. Seria totalitário o Portugal do Estado Novo? Obviamente que era um Estado Autoritário, mas nunca totalitário. Seria totalitária a administração colonial? Seria totalitária a administração das Índias Ocidentais e Orientais no Império Britânico? E os Estados Unidos?

E o regresso às estafadas acusações de coincidência conceptual entre Nação e Estado nada são senão uma cortina de fumo, bastante antiga, para confundir os nacionalistas com fascistas e nazis. Estranho que seja um nacionalista a afirmá-lo.
Não há em nenhum dos mestres do nacionalismo “anti-moderno” qualquer tentação de fazer uma estatolatria, que reconduziria a um positivismo semelhante ao nazi e ao fascismo, a uma glorificação do acto executivo-legislativo. Pelo contrário!
O que se passa no nacionalismo, o que o separa da estatolatria e do tribalismo (que alguns insistem em considerar, erróneamente, como um nacionalismo), é que o Estado se encontra ao serviço da Nação. O Estado é o organizador político da Nação, deixando a organização infra-política, das famílias, das associações intermédias, seguirem o seu curso e finalidades (obviamente não políticas, mas familiares e sociais). Não há qualquer identificação de Estado e Nação, mas a subordinação do aparelho político à comunidade moral.

Uma comunidade moral, uma Nação, excede em muito os aspectos do Nacionalismo Folclórico, tributo aos disparates românticos alemães, que ainda hoje causam vítimas. Ela é a própria essência da comunidade política, na linha das sãs doutrinas de Platão e Aristóteles, de Cícero e de São Tomás...
Caracteriza-se pela “homonoia”, pela busca partilhada da “vida boa”, da realização das finalidades humanas e portanto eminentemente morais, que abrangem todos os cidadãos.
Isso é o “Político”! Não existem confusões acerca disso...

Confusões grandes existem nos que quiseram fazer crer que a etnia era algo mais que um conjunto de famílias, que corresponde a alguma pureza primeva e original. O termo grego é mais que evidente.
Por isso inventam teorias e conceitos nebulosos como “Ordem Natural Comunitária”. Que concepção de Natureza é essa? A do nacionalismo tradicionalista, já todos o sabem, é a a concepção Cristã, particularmente assertiva no que respeita a caracterizar o Homem como caracterizado pelos fins e pelo espírito, é a natureza racional do Homem, que lhe permite a compreensão do seu lugar no Universo.

Realço ainda a lucidez dos que afirmam que são “nacionais” todos os que se inserem no processo evolutivo histórico. Inserem-se na sua etnia os que através dos laços de amor (familiares), o que significa que não existe qualquer presumpção às uniões familiares para além da subordinação ao ethos partilhado.
Será que a etnia é o ethos?
Isso é que é levanta dúvidas e não as posições dos tradicionalistas, por mais manipuladas que elas sejam...
Se for, parabéns!

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