quarta-feira, dezembro 30, 2009

Votos de Persistência

Nas últimas duas semanas tenho andado a pensar sobre a importância deste blogue. É certo que segundo uma perspectiva mais geral, a repercussão é curta. Não há esperança de que este seja um meio para furar os bloqueios do nosso tempo ou para conseguir primeiros passos para reflexões que permitam qualquer avanço face aos erros contemporâneos. Em termos de influência no curso do país, este como todos os outros blogues (mesmo os de grande difusão), são pouco mais que nada, meros reflexos de outras lutas e jogos de poder que não se desenrolam por aqui.
A dissolução de uma certa blogosfera de direita extra-partidária ou contra-sistémica é também um reflexo desse mesmo fenómeno. A maioria das centenas de blogues de direita que apareceram nos últimos anos, apenas pretendia ser arma em lutas microcósmicas. Extinguindo-se o micro-poder que havia gerado o conflito, extinguiu-se o blogue e quase sempre o interesse no debate sobre a busca na Norma e da Justiça. O anticonformismo passou a ser apenas um rótulo onde a absorção das premissas sistémicas foi total, aceitando-se a confusão entre meios e fins e a subordinação dos últimos aos primeiros, à boa moda do progresso.
Sei que, apesar de quase deixado ao abandono, este espaço continua a ser o que pretendeu ser: um ponto de encontro para a reflexão possível sobre o mundo contemporâneo, um espaço de discussão sobre a Justiça, um local onde se pretende demonstrar a fonte Cristã como quadro superior e origem completa da nossa narrativa.
Há que continuar, na medida do possível, como forma de tributo aos que nos passaram esta Verdade libertadora. Apesar das dificuldades e sacrifícios, esta vai sendo das últimas formas de ser acompanhado pelos amigos que nos vão guiando nesta jornada.

Com um grande abraço para os meus amigos Rafael Castela Santos, JSarto, Afonso Miguel, António Bastos, FSantos, PV, MKP, Modernista, Dr. Barbosa, que com os seus contributos, críticas e palavras de amizade, vão mantendo em mim o desejo de continuar.

Agradeço a todos os leitores a militância, na esperança de que tenham tido um Natal Feliz e de que aqui nos encontremos num excelente ano de 2010.

sexta-feira, dezembro 18, 2009

Mais um passo para o fim disto...

terça-feira, dezembro 15, 2009

A Paisagem Desoladora do Liberalismo

Nestes últimos tempos tenho rido o bastante com os disparates que se escreveram a propósito dos minaretes na Suíça. Uns acham que há graves atropelos à liberdade individual quando não existe num Estado o direito irrestrito a atropelar aquilo que é o espaço público. Para estes o espaço público nada é senão o resultado das várias expressões privadas e as próprias pré-condições da liberdade. Esquecem, porém, que segundo esta mesma perspectiva, a liberdade será o resultado daquilo por que as várias perspectivas individuais a tomarem. Quando a liberdade for tomada por outra coisa qualquer (bem estar, liberdade do sofrimento), restará a estes defensores da liberdade lamentar a ausência de um conjunto de pressupostos comuns que deveriam impedir a degenerescência e adulteração do conceito.
Depois há os outros, que lamentam a perda desse “common ground” liberal. Estes ainda me divertem mais. Dizem que se perdeu o espírito liberal, quando eles mesmos o amputam, retirando-lhe a imprescritibilidade e a perenidade do jusnaturalismo liberal e apoiando-se na democracia. Criticam o referendo e as suas decisões, mesmo sem qualquer ferramenta conceptual que lhes permita colocar um limite superior ao jogo democrático. Atiram o constitucionalismo aos pés da democracia e depois choram porque esta o pisa.
Aqueles que olham para a Suíça como grande solução de liberdade na Europa, deveriam escrever e reflectir um pouco sobre a forma como o cidadão suíço é todo-poderoso e se isso é compatível com a liberdade que dizem defender. Uma mentira a justificar uma metafísica falsa.

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