quarta-feira, junho 30, 2004

Identitários?! Não me parece…

Não são muitos anos de estudo destas matérias, mas pensava que já conhecia a generalidade dos movimentos políticos contemporâneos!
Deparei-me há algum tempo com um conjunto de “sites identitários”. Anteriormente sóo tinha, da pena do Prof. Adelino Maltez, ouvido essa designaçãao como forma de definir a política que se entende como referente à identidade da comunidade, como oposta à política cosmopolita ou a-comunitária!

O conjunto de sites “identitários” que me foram dados a observar, maioritariamente portugueses, fizeram-me deles depreender um ideário. A minhas conclusões não foram as mais positivas… Digo mais, foram profundamente negativas! O movimento enferma de alguns problemas que me parecem fazer perigar a existência de uma direita realmente portuguesa.


Uma das principais enfermidades do discurso identitário é o seu apelo rácico. Que tipo de racismo é este? Devo dizer que tenho incapacidade de compreender qualquer tipo de racismo. Primeiramente porque a rejeição dessas teses é um dos traços mais marcadamente portugueses da política portuguesa dos últimos cinco séeculos.
Provém de um povo que sabe o que vale a cultura… Provém de um povo que ée um conjunto de povos que se fundiram na península e no Império, que sob a Bandeira e a Coroa encontraram uma partilha profunda da sua existêencia! Os Francos não eram uma “Raça”, como os moçarabes portugueses também não, como já os Suevos e Alanos eram um conjunto de vários “sangues”.
Não compreendo como é que ofende ouvir nas nossas ruas música luso-africana, música africana adaptada à existência e cultura portuguesas das últimas décadas, e depois se quer fazer passar a ideia de uma Europa unida em torno de valores… Não é muito mais ofensivo ver a música estrangeira desligada dum conceito existencial e importada como se a música fosse universal, se não fosse um diálogo entre a vida dos povos? Porque é que é incompreensivelmente engraçado ver um conjunto de música tibetana, ou de folclore sueco?… Porque não podemos compreendê-la! Podemos gostar ou não dos ritmos, mas compreender exige uma inserção nesse diálogo histórico, algo que só é possível atravées de anos de vivência e estudo…
Que valores temos nós em comum com os dinamarqueses ou com os suecos?
É divertido observar esta dimensão “historiogenética” da unidade europeia e ocidental!
O nosso Cristianismo é diferente, o nosso culto é profundamente diferente, o nosso sistema cultural é profundamente diferente (é melhor, mais verdadeiro)!
Que compreendem os búlgaros sobre a genética influência franciscana no povo português, da estética árabe e da “saudade” de origens no gnosticismo messianico judaico!

O que é pena é a reduçãao da identidade a uma “forma de vida”, a cultura popular europeia, mais baixa-cultura do que elevar da alma, mais Rousseau do que Sardinha ou Couto Viana.
Qual a diferença entre a mediocritas deste populismo, e a da democracia portuguesa!
Não apresenta soluções. É só uma defesa de alguns lugares comuns, alguns mesmo anti-portugueses.
E quando o povo defender uma forma de vida diferente? Irão atrás do povo? Para isso já temos os Partidos Populares da Europa toda…

A não-existência de um ideário justificado é bem patente pela afirmação da identidade como um conjunto de direitos adquiridos (de que sindicato terá saido esta ideia?), invioláveis pela sociedade, mas que se constituem como verdadeiros “direitos absolutos”, contradizendo a crítica aos “direitos humanos” (a crítica esta lá, mas vão ter que fazer muito mais que isso…).
Talvez a necessidade de existir este movimento esteja no facto de que ele represente mais um desejo de identidade, um desejo de unidade de algo que não existe, do que uma identidade real!

Talvez já não haja uma direita portuguesa, nem ninguém disposto a fazê-la renascer!

O que estes “moços” deveriam estar a fazer era compreender porque é que o Estado e o Povo são desportugalizados. Compreendendo o seu país em vez de importar “a grosso” ideias de domínio estrangeiro, mascaradas por esse falso mito da cultura “o Ocidente”, fazendo uma verdadeira ontologia do “ser Portugal”!

Ilustrativo da subserviência cultural provinciana de que padecem:

“Lisboa é uma cidade Europeia. O nosso modelo é Viena e não Kinshasa.”In Alternativa Identitaria

O meu modelo é mesmo Lisboa!

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Ja ca passou no blog a "Fada dos Acentos"!
Muito Obrigado

terça-feira, junho 29, 2004

O Vira à Portuguesa

O Prof. Diogo Freitas do Amaral, insigne professor de Direito, manifestou ao PR a necessidade de se “preservar a democracia directa” e convocar eleições antecipadas…
É a primeira vez que vejo um professor de Direito que não compreende a essência da Constituição Portuguesa (que desprezo, mas ainda vigora!).
Não compreenderá o autor da História das Doutrinas Políticas (obra que possui “pérolas” de elevado gabarito como Platão era comunista e Aristóteles democrata) que a essência do sistema português é a legitimidade do PR? Não compreende que, as legislativas servem para a eleição da AR e não para o PM? Que o que importa não é a pessoa que desempenha o cargo, mas o apoio parlamentar e a nomeação do PR? Que todos os governos do pós-76 são, pela natureza da constituição, de iniciativa presidencial? Não saberáa também que esta personalização do Poder no PM criaria um conflito insolúvel e levaria à destruição do cargo de PR, e que estas prerrogativas e iniciativas, são dos poucos poderes reais do Chefe de Estado?
É claro que sabe! Mas o PS encontrou a sua “porta” para a direita…
A única razão para este fenómeno de esquerdização de DFA é a sobrecarga de “presidenciáveis” na direita e o “canto de sereia” periódico de alguns socialistas ao maquiavélico Professor, dizendo-lhe que poderia, eventualmente, hipoteticamente, ser um bom candidato…
Entretanto lá vai o Prof. a fazer de fantoche, com tanta confusão que já não deve saber o que realmente sente lá dentro!

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Eric Voegelin e seus discípulos... O mais inteligente conservador desde Burke!

Voegelin Institute

Profissional do Disparate

Eduardo Prado Coelho, numa entrevista à RTP 2 acabou de dizer que “na arquitectura não há fronteiras”… Bem pensado! Não há especificidades, só o Homem, na sua relação com os meios de trabalho, universal… Tantos livros que alega ter lido e nenhum o ensinou a sair dos labirintos estéreis do materialismo histórico?
Construir para um chinês ou para um português é absolutamente igual… Então uma igreja, mesquita ou sinagoga!...
Tantos romances e tão pouca compreensão da riqueza das culturas, das interpretações do mundo. O pensamento único dá menos trabalho!
O Padre Joaquim de Sousa Teixeira bem dizia “o que é que aquele homem tanto tem para dizer? Deve escrever a metro e precisar muito do dinheirinho!”

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segunda-feira, junho 28, 2004

Sabedoria Popular

Uma parede no Chile guardava a seguinte inscrição!
“O Povo Tem as Elites que Merece”

Gente letrada, mais ou menos Abrupta, continua com seus erros!
Só discussão de caras, cargos e egos!
Qual a grande diferença entre Santana e Durão?
Desconfio que tem a ver com a Honra e Glória de que falava Aristóteles no Livro V de “A Política”, e com as várias facções que existem no seio do partido do governo, que não existindo ideologicamente, se tornou numa “agência de colocações”…

Pobre Portugal, vítima de um povo que não o soube merecer!

Agradecimentos e Desculpas

Gostaria de agradecer a todos os que visitaram este blog nos últimos dias. As palavras de incentivo foram por mim muito apreciadas, as opiniões tomadas em conta. Agradeço sobretudo aos primeiros que passaram palavra JSarto e Buiça, que levaram a que este blog (ou blogue, não sei!) fosse visitado não apenas pelos amigos mais chegados e mais interessados nestas matérias!
Quero penitenciar-me pela ausência de acentuaçao dos meus textos, que é um problema até agora insolúvel, tantos os especialistas que deitaram mãos a esta empresa de resolver o conflito de teclado que este computador possui! A minha namorada dá, por vezes e na medida do possível, um toquezinho gracioso nos textos, inserindo-lhe a referida acentuação em falta…
Excuso-me ainda por não possuir um mail activo para este blog, algo que espero fazer em breve (se bem que não possa, por limitações da vida académica, deter-me em leituras exaustivas, por maior qualidade que estas possuam, pelo interesse que em mim despertem, é para mim imperativo conseguir essa temperança…).
Sobre as questões referentes ao meu salazarismo, deter-me-ei nele com maior atenção um dia que tenha tempo suficiente para tão grandiosa questão…

Agradeço mais uma vez a todos os que, com gosto ou não, passaram por este blogue nos últimos dias, e lhe concederam um novo ânimo.

Gostava ainda de dizer que suponho não conhecer nenhuma de "vosselências". Não creio ter amigos nesta comunidade bloguística...

Ainda assim me penhoro, com amizade

O Bloco e Olivença

Li no Último Reduto uma notícia retirada de um “jornal digital”, que dizia que o BE era um dos partidos mais decididos em resolver a questão de Olivença.

Podemos afiançar que isso é verdade, talvez tanto como que a cura para o Cancro e a Sida ou para a Toxicodependência, foram encontrados numa prática medicinal chinesa do século XX… O fuzilamento por bala na nuca!

Na verdade o BE não tem um ideário. Não se decide se é uma plataforma iluminista, de fundamentalismo democrático, retribuidora do Poder ao Povo (como queria o Louçã e a turminha do PSR), ou se é uma força de renovação comunista, defensora do telos proletário, de um conceito escatológico marxista do Homem (à lá UDP). Talvez nem os tipos da UDP compreendam o que digo, mas isso faz parte das suas primariedades…
Por isso não consegue decidir nada, não consegue quase dizer uma frase que faça sentido.
Fazenda defendeu uma solução permanente para o problema de Olivença!
Uma que vá ao encontro do “sentimento das populações”. Não é possivel descortinar a que sentimento das populaçoõs o Bloco se reporta! Ao sentimento unitário dos proletários, que só os modernos demiurgos, “os intelectuais” da doutrina leninista podem compreender? Ou será a vontade expressa nas urnas, que só pode ser respeitada quando em conformidade com a opinião dos bloquistas (como se vê na exigência de um referendo ao aborto e na posterior indiferença perante os seus resultados).

O que o BE quer fazer é destruir a questão. Torná-la uma mera questão das populações! Será que é da responsabilidade das populaçoõs decidir a quem se sujeita o território?
Será lícito que os habitantes de Guimarães tenham o poder de se unir a Espanha? Esse mero acto de vontade será legítimo?
Olhem para o que esta “forma de não-pensar” criou no Kosovo e decidam se é este o sentido que o mundo deve seguir…
A ignorância de Fazenda é ainda mais gritante quando se observa o que já se disse a propósito da Petição para a Revisão, que a condução da política externa não pode ser referendada.

Que obsessão é esta do BE com o referendo?
Parece mesmo o que Donoso dizia do liberalismo, “é a religião da discussão”!

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Lá é que ele está bem!

Europeistas para Bruxelas! Quem não é português deveria cá estar! Barroso escutou este mote, e fez as suas maletas. É triste pensar que por cada maoista que vai embora, muitos outros ficam por aqui, disfarçados, defendendo sucedâneos republicanos.
O drama trágico prossegue… A espada ou a parede? A espada, o PS, uma morte rápida, em excruciantes momentos de dor. A parede, o PSD, uma falsa fuga de onde não poderemos nunca sair, fingindo que ainda existe Portugal.
Ficámos esclarecidos sobre as prioridades do nosso PM! Ficámos a saber o que vale como português, como homem de palavra.
E a todos os que andam aí a apregoar que vai ser muito bom para Portugal, sugiro que leiam os tratados! Os comissários submetem a sua lealdade à prossecução dos objectivos da União. Algo que o PM já fazia há muito, mesmo no governo português!
Agora querem que ele faça o contrário… que defenda o País onde deve defender a União. Estar-se-á a presumir que Barroso irá desrespeitar esse juramento!...
Já mostrou que tem problemas de lealdade…

sexta-feira, junho 25, 2004

Corcunda Porquê?

Os liberais chamavam-nos “Corcundas” no séc. XIX simplesmente porque percebemos a ficção do Homem! Que esse Homem moderno é pouco humano. Um homem que tem direitos abstractos, que esquece a sua natureza terrena, finita, as limitações do desejo, não pode ser senão um Homem que quer ser Deus, um homem que não conhece limitações à sua existência, nem da moral, nem do outro, nem do que lhe é externo.
É contra essa vontade romântica, que gerou as doenças morais do século passado, que compreendemos que o Homem tem de se afirmar como súbdito, de Deus, da Pátria, do Rei. Tem de compreender a sua imperfeição e de olhar para a História como racionalidade própria, para reconstruir uma existência plena que o afaste da tentação do Eu absoluto (democracia pós-moderna), do Nós absoluto (nacionalismo moderno e comunismo), do Ele absoluto (milenarismo, nazismo e teocracias gnósticas)!
Gama e Castro diria melhor, mas foi o que se pôde arranjar!

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Vitimas Weberianas

O Prof. Diogo Pires Aurélio, uma das primeiras pessoas que despertaram em mim o desinteresse em Espinosa, foi a um programa de televisão da pseudo-intelectualidade portuguesa.
A conversa podia ter sido melhor, se o entrevistador Viegas tivesse percebido alguma coisa do livro (impossível, imerso que está nos seus clichés de literato de esquerda).

O fio condutor da obra e a injustificação filosófica da “tolerância” e de seus subprodutos, a “democracia pluralista”, o “multiculturalismo”, e similares.
A conversa não avançou muito mais que o desfilar dos capítulos do livro do professor, pessoa que admiro nas questões e lamento nas respostas.
A ideia principal e de que estas formas políticas são fruto do momento de reforma religiosa, da consequente desagregação existencial e espiritual, e das suas consequências na lealdade política.

Até aqui tudo certo… Um país como Portugal que não passou as provações dessa “confusão” intelectual que foi a Reforma, não teria, de mudar toda a sua forma de existência num constitucionalismo primário, num liberalismo que abriu a porta às modernas doenças da modernidade (socialismo, nazismo, social-democracia).
A necessidade de mudar ou de abrir o regime seria bastante menor. Poder-lo-ia fazer de um modo muito mais controlado, e mantendo a sua identidade moral, como bem viram Acursio das Neves e Gama e Castro.

Mas os intervenientes não quiseram ficar por aí. Passou-se a um “salto de fé” democrático, quando o Senhor Prof., também director da Biblioteca Nacional, disse que a justificação do regime que vivemos se encontra no “consenso generalizado” dos cidadãos. Que a estrutura geral da sociedade, e seus pressupostos, são ditados pelo consenso social! Exemplificava com o racismo: “Tirando sectores, que claramente podemos identificar no espectro social, ninguém concorda com a sua existência”.
Lembrei-me logo das razões pelas quais comecei a ler Ciência Política.
Ainda mais novo, sabia que as sociedades tinham de se fundamentar em algo mais do que a vontade das gentes. Por isso deambulei entre idolatrias, do Estado, da Religião, das Nações. Por isso encontrei em Burke a visão profunda da resistência contra a “ditadura totalitária”, defendida pelos dois intervenientes do diálogo televisivo.
Fico sempre aterrado quando vejo dois sujeitos simpáticos e barbudos, perigosamente néscios das implicações do seu pensamento. Defendem, sob a capa de descontracção esquerdista-porreirista, ideias tão perigosas e tão intimamente ligadas com o nazismo!
Aceitam assim acriticamente a “ditadura do consenso”, o “mundo sem sentido”. Aceitam que a política não é mais do que uma negociação, e a ordem que dela provém não é mais do que um cúmulo desses interesses privados e públicos.
O nazismo defendia o mesmo, sufragado pela democracia…
Não era também uma ideia bastante consensual na Alemanha de Weimar que os judeus eram uma maleita a ser extirpada? Mas havia gente que discordava… Um qualquer Prof. Pires Aurélio desse tempo diria “sim, mas são sectores claramente localizados”.

Poder-se-a arguir que a democracia conhece limites… erradamente! Veja-se o exemplo constitucional português, de uma sequência de revisões a “limites materiais de revisão”, não deixando portanto qualquer reserva ou área inafectada pelo seu Poder.
Se houvesse alguma reserva ao Poder democrático deveria existir um acervo de princípios inquestionáveis e imutáveis. Mas com que base se poderia impor este tipo de legalismo fundamental a uma sociedade que “endeusa” a Revolução como novo Encoberto!

Que pena… Como dizia um grande estadista português do séc. XX “como de pouco valem as qualidades dos homens, vítimas dos erros que se vêm forçados a servir…”.
Pena que estes não compreendam a debilidade dos seus argumentos. Pena que rejeitem o Estado Novo que subordinou o Comunismo a esse mesmo princípio.

Pena que considerem que só os que partilham de suas opiniões possam fazer parte desses “consensos” alargados!

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quinta-feira, junho 24, 2004

A Educação que Temos

Umas crianças da escola de Marvila foram à tv para uma marcha popular dedicada ao 25 de Abril...
A apresentadora perguntou à professora das crianças da 4ªclasse o que lhes tinha ensinado sobre essa data "libertadora".
"Tudo" dizia a professora...
A apresentadora perguntou então a uma criança o que tinha aprendido na escola sobre o assunto...
A criança respondeu "foi a revolução, porque as pessoas viviam tristes e agora vivem contentes!".
O Salazarismo dava Fátima, Futebol e Fado...
Ainda bem que hoje em dia não se fazem "lavagens ao cérebro" nas escolas, mas uma educação séria e responsável, que aprofunda temas adequados à percepção dos alunos...
Estou certo de que não existe nenhuma intenção de doutrinar as crianças!
Afinal temos um Estado Pluralista!

quarta-feira, junho 23, 2004

Para ler com calma e seriedade

As perguntas que fiz, em relação à justificação para a independência de Angola, NADA!
Nada o nosso caro Mangole disse acerca disso… Nada acrescentou ou respondeu.
Apenas o desfiar da literatura das escola marxista das colónias.

Primeiro, faz um apelo nihilista e relativista da cultura, e depois classifica a cultura colonialista portuguesa com alguns epítetos que me absterei de repetir. Há aqui qualquer coisa que me escapa, mas já conheço essa cantiga dos livros da pós-modernidade. Livros que merecem ser esquecidos… Que coerência é esta?
Ainda assim, e ao contrário do hábito de responder a perguntas com perguntas, indulgenciarei na resposta, porque creio que só assim se poderá chegar a algum lado, a um vislumbre de verdade.

1.A questão da perseguição da Pide ée absolutamente irrelevante, porque com a chegada do 25 de Abril Angola ficaria em Portugal… Não se pode dizer que seria pela perseguiçãao da Polícia que os Angolanos se queriam libertar.

2. Sobre essa falsa afirmação de que o racismo é um factor estruturante da colonização portuguesa, posso afirmar seguramente que incorre em dois erros.
-Primeiro considerar que é racismo uma tomada de consciência ou uma política que considera que existem vários níveis de civilização, diferentes graus de cultura e que existe uma cultura mais alta e mais baixa…
Esta afirmação é no mínimo tendenciosa. Isso tomaria como racismo a discriminação que os subsídios do estado fazem em relação à Alta Cultura e Cultura Popular. O Estado considera que há duas formas distintas de cultura, e uma mais alta e outra mais baixa (uma merece protecção e outra não). Dizer que isto é uma medida racista é no mínimo DISPARATADO.
A compreensão de que uma cultura pode ser mais elevada que outra é uma constatação simples. A roda não é tão evoluída como o vaivém espacial… O Cristianismo é mais evoluído que o animismo de qualquer tribo africana. Quem duvida disto que vista uma folha de parreira e vá encarar o frio transmontano, ou vá fazer uma expedição ao polo sul…
-Em segundo, poder-se-ia dizer que o Português era Racista se tivesse tido uma política de separação face a todos os povos não-brancos do Império. A História e o presente mostram a falsidade do que aí se afirma. A miscegenação ganhou uma preponderância quase mística no Império Português. Os goeses, macaenses, cabo-verdeanos, o que são?
Pretos? Alfredo da Costa, Honório Barreto, Dom Corte Real, Eusébio, eram o quê? Espanhóis? Não sabem quem foram? Oh Português racista e escravizador…
Havia então mais africanos e indianos insignes do que hoje, num continente estagnado!
Quem tem duvidas de que a miscegenação era um facto ou esquece a sua história, ou não a quer conhecer!
Se não houve o mesmo grau de miscegenação em África que na India, esta deve-se mais à incultura dos nativos, à preservação e isolamento dos seus territórios, do que a um asco das outras raças que seria essencial do povo português.
- Se o Estado Português defendeu essas culturas, defendendo apenas condicionantes mínimas, como a supressão de penas capitais, de práticas que consideramos degradantes, como forma de pagamento pela defesa e estabilidade que o estado português gerou nesses territórios. O nosso caro TTN já explanou as medidas do Estado Angolano para reprimir essas formas de vida.
Tem de se decidir. Ou se defende a forma de vida desses povos, preservando-os, ou se defende que deveria haver uma colonização cultural. Se tivéssemos feito colonização cultural estava agora tudo a falar da destruição dessas culturas… Essa destruição fica para o Comunismo, para a religião dos Angolanos, a religião do Eduardo dos Santos.
O que é que querias? Retirar toda a gente do mato? Tirá-los das famílias? Oferecer-lhes automóveis e dinheiro para serem assimilados? Tontice…
Os não assimilados tinham direito à sua existência tribal, à cultura de seus pais e avós, e a decidirem se iriam para a cidade! Que é muito mais do que podem dizer de qualquer momento na sua história!
Não estás sempre a falar da cultura angolana, da maneira de vida dos povos africanos! Essa foi a forma de os preservar.


3. A Diferença entre Portugal, Espanha e a Terra de Ninguém

Para quem não compreende a diferença entre a Independência de Portugal face a Espanha, de Angola face a Portugal, aqui vai.
A diferença entre Portugal e Angola é óbvia. Angola não tem nada de seu, a não ser a ganância de seus governantes. A Constituição é uma imitação da portuguesa, não tem língua que não seja a portuguesa, não tem uma moralidade angolana (nem sequer tem uma moral marxista), não tem uma concepção própria de justiça angolana. Não tem uma filosofia seria angolana, não tem uma justificação existencial, não tem um povo, senão um conjunto de desenraizados que fugiram ou foram raptados para servir no exército e se perderam das suas comunidades, ou de alguns assimilados que acharam que podiam roubar o seu quinhão do que os portugueses lá deixaram. O mesmo se aplica a alguns membros do PCP que por lá pululam…
Como dizia Santo Agostinho e de forma tão aplicável a este caso, “uma cidade sem justiça é uma quadrilha de ladrões”…
Curioso o facto de que o empedernido nacionalista angolano não defender nada para além de coisas que não são angolanas, que não provêm da sua história, que não têm ligação com a sua realidade. Onde está essa cultura africana. Mandaram o Português embora, mas só querem ser como ele. O que é no mínimo curioso para quem lutou pela independência e pela diferença.
Devo dizer que desconheço o Estado Social, a constituição, o marxismo, o totalitarismo na reflexão das tribos angolanas… Talvez tenham nascido em Africa… Talvez.

A diferença de Portugal para a Espanha ainda é mais evidente.
Uma língua é portadora, pelo conjunto de seus vocábulos e fonemas de um conjunto de ideias próprias, de significações partilhadas, que excedem a própria língua.
Para além disso a etnografia portuguesa distingue claramente dois povos, não pela inútil genética, mas por uma cultura ainda pré-cristã.
Da mesma forma o projecto político português consiste e consistirá sempre na defesa desse bem-comum que provém da história e dos traços essenciais da cultura portuguesa (influências judaicas, moçarabes, suevas, cristãs, franciscanas, etc) que conduziram ao momento crucial da história portuguesa, a Nação-Mundo!
Penso que ninguém ignorará que Portugal nada deve a Espanha nestes pontos. Aliás em nada que não seja na sua organização económica, fruto de muitos anos de franquismo e de um Partido Comunista sem peso na sociedade, de sindicatos mais responsáveis que sabem que o povo não está sempre subordinado às suas exigências.

4.Portugal quando chegou a África esta era coisa de ninguém! De que outra forma poderia ser? Povos sem capacidade de se defender, sem justiça. Se não fossem os Portugueses teriam sido outros… Preferias os Franceses ou Ingleses? Então preferias os atentados à vida tribal! Preferias o “ocidentalzinho”, o preto bem comportado?
O branco escravizou?
Não eram os pretos os angariadores de escravos, que se digladiavam de forma a poderem desenvolver a sua agricultura com mão-de-obra gratuíta? Não eram proibídas as batidas de escravos?
Eram. Os que o faziam eram caçadores furtivos! A política portuguesa não era escravizadora, apenas usava o comércio já existente de escravos em seu proveito. A prática da escravatura já não existe em Portugal e continua em África, mesmo sem a procura do “bandido branco” esse papão que serve para todas as mentiras…
A chibata ainda existe! E agora é mais lícito porque ée entre pretos? Que racismo nojento!
Que desculpas há agora?

terça-feira, junho 22, 2004

4º Poder?

Acordei com a notícia de uma manifestaçãao à porta de um Tribunal Português que julga um caso de aborto!
Pensei “sempre a mesma merda!”. Uma data de gente a gritar por algo para o qual já a totalidade da sociedade disse que não quer ver alterado. Depois liguei a televisão e qual não é o meu espanto quando dão imagens da dita “manif”. Estranhamente encontravam-se, com muito boa vontade, 20 pessoas à porta do Tribunal! O facto de esta ser uma intolerável pressão ao sistema judiciário, e de os néscios que reclamam um referendo continuarem a ignorar a resposta (ou o significado da abstenção) não foi o que mais me alertou para o “estado a que chegámos”.
O que mais me preocupou foi o relevo dado a uma “micro-manif”, a queda no engodo dessa rádio!
Porque é que manifestações com muito mais gente, como “regicídio” ou as acçõoes de campanha dos partidos de direita sem assento parlamentar não tem qualquer relevância e vinte pessoas que tentam influenciar uma decisão judicial relativa a uma lei que existe e vigora e já foi referendada, tem um eco impressionante e cobertura de todas as rádios e tv´s nacionais!
Claro que estas se podem escudar na sua linha editorial! Resta saber quem serve esta gente…
Não é certamente um 4º Poder, pois este seria obrigatoriamente um poder público! É um poder privado, uma arma ao serviço de uns poucos, um instrumento de propaganda nebulosa. É só um apoio de poderes obscuros, mais ou menos camuflados e encorajados pela discricionaridade das leis de comunicação social, com a sua religião da liberdade de expressão…
Não consigo distinguir o mais medíocre. Se o “lápis azul” se os jornalistas “vendidos” ou “inocentes” de agora!?

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segunda-feira, junho 21, 2004


Também foi Nuno...
Também foi de Amarante como muitos dos meninos da Ala dos Namorados...

sexta-feira, junho 18, 2004


Em 1385 foste tu, Portugal em estado puro! Haverá quem te siga o exemplo? Todos não somos demais para (em especial no Domingo) gritar... PORTUGAL!!!!

quinta-feira, junho 17, 2004

Ajudem Portugal

Ter a capacidade de ser um colectivo de seculos, de ter uma identidade colectiva, de dizer SIM e NAO no percorrer da Historia. Tudo isto provem da ser colectivo e da sua Independencia.
E por isso que subscrever esta petiçao tem interesse... Nao porque queira dizer nao ou sim a alguma coisa, mas apenas porque quer preservar essa capacidade...
Demora 30 segundos e pode lançar o debate sobre a natureza propria do Ser Portugues!
Todos os dias somos confrontados com discussoes estereis... mas esta interessa! Porque nao discutir a continuidade de Portugal?

A Petiçao, subscrita por tantos ilustres portugueses, visa a discussao e a fiscalizaçao de uma lei que, feita nas costas do povo, sobre a poeira dos nossos, considera a Constituiçao Portuguesa, e por conseguinte o Povo Portugues, um mero sucedaneo da Europa, uma sua limitaçao...

Podem concordar ou nao com essa ideia, mas vamos la entao a discuti-la!

Eu quero subscrever a petiçao

terça-feira, junho 15, 2004

Socialismo e Cristianismo

Sabemos que vivemos num mundo sem sentido. Um mundo onde quem não tem qualquer ideia é, por vezes, o único coerente.
As ideologias modernas são um conjunto de “flashes” psicolóogicos, onde a adesão é algo de reactivo, pavloviano, irreflectido. A natureza moderna, a natureza que escarnece dos clássicos é a mãe desta redução ou endeusamento da razão humana.
O socialismo faz a apologia da razão do amanhã. O homem obedece a esse “devir histórico”, a esse amanhã redentor. A que todos podem aceder pela leitura do demiurgico “O Capital”.
O nazismo fez o contrário. Destruiu a razão. O Homem ée Senhor ou Escravo, e a sua organização á uma mera questão de Poder ou Força (reduzindo a fronteira da filosofia ao terceiro diálogo da República, entre Sócrates e Trasimaco, sendo a Justiça o argumento do mais forte).
Ambas as perspectivas, as mais descritivas dos males do mundo moderno, pretendem a resolução absoluta dos problemas do Homem, através do Raciocínio e da Palavra do Fuhrer…
E o que se passa com qualquer ideologia moderna. Pretende redimir o Homem, criar o Paraíso Terrestre. Algo que sempre foi o oposto, pelo menos até ao Vaticano II, do que a Igreja (sim, a única que é possível ser verdadeira, a de Roma) defendeu.
A Igreja, mesmo nos meus momentos de ausência de fé, foi sempre uma visão do espírito contra a carne, da ideia não vergada à limitada visão do circunstancial e do material. Acredito que a Igreja que se preocupa mais com a carne do que com o espírito se condena a ser um país ou um poder semelhante ao dos imãs muçulmanos, se condena a ser, como o nazismo ou o socialismo, uma religião política.
A Igreja tem também a necessidade de ser política, de garantir um mundo onde possa existir e cumprir a sua função espiritual. Por isso é que tanto entrou em disputa com as ideias revolucionárias, como criou uma ideologia política e espiritual, a democracia cristã, que é um compromisso com a modernidade…
É fundamental compreender a imcompatibilidade radical entre o socialismo, mesmo o socialismo democrático que vemos nos partidos portugueses (exceptuando o CDS-PP, PND, PNR e pouco mais), e a mensagem da Igreja.
Não é possível considerar a importâancia do espírito e depois defender politicamente a supremacia do material sobre o Homem!
Não se pode dizer que o Homem sóo se move por elementos materiais e depois pedir-lhe um comportamento moral, que resista às necessidades do corpo.
A ideia que subjaz ao aborto da parte da esquerda portuguesa é bem demonstrativa do que digo. PCP, BE e PS (o PSD diz que é uma questao individual dos políticos, que ée o mesmo que nada dizer) afirmam que o aborto é uma questãao de escolha individual…
Porque o Homem se encontra sob os ditames das suas necessidades freudianas e económicas, não pode resistir a esses impulsos. O Homem encontra-se esvaziado daquilo que o torna mais humano, a sua moralidade. Move-se por impulsos que são inavaliáveis moralmente… a moral só existe sob o prisma do futuro e não da acção presente (se no futuro a moral vai ser diferente desta é porque esta não é válida, nenhuma será válida!).
O adolescente ou mesmo a criança que tem relações sexuais, não está a fazer mais que cumprir o que a natureza lhe diz… Não é responsável!
A ideia de “temperança”, “coragem” ou “virtude” é absolutamente estranha à concepção socialista, porque o Homem é pequeno e nada mais faz que obedecer…
O Cristianismo diz exactamente o contráario. Diz que a políitica nada mais pode fazer que ter um conteúdo moral, que se submeter a esse Bem Comum, e que a liberdade só pode ter como objectivo a ascensão espiritual do Homem, a libertação dessa “carne”, glorificada pelo socialismo. O Homem é resistência, é “agonismo” (combate entre a necessidade e a virtude)
É por isso que o socialismo nunca poderá ser cristãao… A frequência desta forma de pensar é um sintoma dum mundo que perdeu o sentido! Sintoma de um mundo de reacção, reflexos e slogans…

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segunda-feira, junho 14, 2004

Punições, Preocupações e o Problema

Estranhamente encontramos na Europa uma discussão em surdina sobre a Europa.
E é em surdina que se vai fazendo a democracia!
Em surdina porque os povos, sobre os quais deveria repousar a democracia, demonstram claramente não estarem prontos para responder sobre os assuntos mais importantes da sua vida (com uma participaçao de 40% é difícil compreender as implicações para a soberania popular. As decisões não são tomadas pela maioria!). O que não deveria constituir surpresa, pois essa incapacidade de análise, indisponibilidade de tempo e interesse, ée uma constante das massas de toda a história europeia!
Há dois tipos de opções nestas eleições.

A Punição

A punição dos governos parece ter sido prática generalizada.
Em Itália ganhou a Esquerda, mas a custo de um voto útil, que absorveu a quase totalidade de esquerda e reforçou a Aliança Nacional.
Na Alemanha a CDU esmagou o SPD, sem nenhuma outra discordância que não seja em matérias económicas.
Em França puniu-se Chirac com uma uniãao da esquerda sob os socialistas. O costume… quando Le Pen falar vai tudo votar Chirac outra vez….
Em Espanha há estado de graça… com uma vantagem de 2%! Um aviso…
Em Portugal há um ex-comunista que não consegue passar a imagem de trabalhador (falta-lhe um bocado de Cavaco). É um problema de estilo, que Durão não tem.
Em quase todos os países a discussão foi o Governo e não a Europa...


A Preocupação

Dois países são o centro do Eurocentrismo. Polónia e o Reino Unido disseram que o Não à UE está mesmo ali à porta. Por razões distintas. No Reino Unido preocupa a centralização, a soberania, o perigo para a Independência, Natureza própria do ser Britânico (uma lição para toda a Europa)! O UKIP, partido pela independência e pela saída da UE ficou a poucos votos do Labour, com a sua pior votação das últimas décadas e que mal ficou em segundo, atrás dos Tories.
Na Polónia o eleitorado avisou que quer uma sociedade católica, orgânica, contra o geometrismo e o racionalismo de Bruxelas. Quer uma sociedade baseada na sua fé…
Por isso a Liga das Famílias ficou em segundo, avisando que quer ver respeitadas as especificidades, que são a origem do seu própria identidade, tantas vezes perigada na História.

O Problema

Como se faz agora a decisãao no Parlamento Europeu? O PPE está dividido…
Primeiro porque nela se encontram distintíssimas orientações políiticas (em boa verdade não existe um centro e uma direita europeias)!
A democracia cristã é federalista por essência, mas tem-se assustado com o aumento da máquina europeia e cada vez mais se agarra ao princípio da subsidiariedade, para dizer não a Bruxelas.
Os Partidos Social Democratas do PPE são, norma geral, progressistas, achando que a UE irá tornar-se por si própria uma sociedade única. É um federalismo encapotado.
Há depois os Partidos Populares que são uma forma “sui generis” de populismo.
São partidos tipicamente ao estilo do Republicano Americano, porque consideram que são partidos da “sociedade” contra o abuso das ideias de esquerda, socialistas. Consideram-se um reduto dos conceitos da sociedade e consideram que os valores societais da maior parte da sociedade devem ser defendidos.
São o típico partido de consensos face aos radicais. Não tem um sistema doutrinário organizado e coeso, não pensa valores, apenas propõe os já existentes na sociedade.
Por isso se tornará difícil encontrar uma medida única e uma tarefa única para estes partidos.
Fala-se já na cisão do PPE e na sua divisão entre Euro cépticos e Europeistas dentro da bancada… Talvez seja altura de separar as águas!



sexta-feira, junho 11, 2004

Nove Séculos

Ontem viveu-se mais um 10 de Junho.
Mais um esquecido 10 de Junho.
Portugal ainda existe... Não por muito tempo!
O que nos faz vibrar com as vitórias futebolísticas?
O que nos faz rever nos triunfos de Portugueses no estrangeiro?
Mais um 10 de Junho só pode servir para transformar as potencialidades da Históoria, a amizade de séculos, de uma cultura real, de uma líingua, de um legado mundial, de uma marca no mundo...
Os portugueses não perceberam que o Império era para si, que nãao passava de uma forma de dar ao bem comum deste cantinho da península um cariz mundial, uma dimensãao global, um significado eterno!
Agora não podem estar mais sóos! Sem Império nao têm um sustentáculo económico próprio!
E vira-se para a Europa.
Nesta Europa, Laico Império Franco-Germanico, há que, cada vez mais e mais que nunca, compreender o caminho que levará à destruição desta solução-aliança!
Este perigo encontra-se na destruição das independências nacionais.
Não porque esta seja dogma, não porque esta seja absoluta, mas porque Portugal ainda existe! Porque apesar de alguns "futuristas" dizerem que a Nação está morta, continuamos a medir o nosso desenvolvimento pelos índices portugueses, o nosso orgulho pelos atletas portugueses, a nossa existência pela bandeira das quinas... não pela Europa (ideia diferente em cada cultura europeia)!
E por isso é preciso lembrar que existe Portugal! Que a Europa é para os Portugueses nada mais que um caminho para o "Desenvolvimento" (Essa mentira do mundo moderno...)!
Que queremos prolongar na História o "ser português", que os nossos filhos falem português, que tenham bandeira!
Que não é por sentimento, mas por serem um povo com interesses comuns, que se revê na poesia de Camões, que se revêe nos Descobrimentos, que tem na Saudade uma forma de sentir e um platonismo único no pensar...
Que os Portugueses querem continuar a ser Portugueses!

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terça-feira, junho 08, 2004




Salazar defendeu a Pátria! Fez a sua parte…
Defendamo-la nós também!
Contra a revisão constitucional, por Portugal, agora indefeso!
Como dizia António Sardinha:
"Monárquicos porque patriotas e não patriotas porque monárquicos!".
O regime é uma questão de segunda... Portugal é fundamental!

Assinem a Petição de Paulo Teixeira Pinto... Se se dizem Portugueses!

segunda-feira, junho 07, 2004

Tortura

Todas as guerras repousam num equilíbrio estreito entre a Honra e a Cobardia.
As armas não são honradas ou cobardes, justas ou injustas… Os homens sim!
Os homens libertam-se na Justiça, no fazer e no pensar, na defesa do que são!
É por isso que tudo é lícito quando no serviço da justiça e do bem.
A destruição da Ideia de Direitos Humanos Modernos, como as proibições absolutas da Tortura, faz-se numa penada…

Imaginemos que na nossa casa foi colocada uma bomba e que está prestes a explodir.
Imaginemos também que conseguimos capturar um dos criminosos.
Parece óbvio que devemos salvar os nossos familiares, os nossos pertences…
Que fazer?
A lógica dos Direitos Humanos Modernos afirma que esses indivíduos tem um direito ilimitado à preservação da sua integridade física… Assim, nada posso fazer para salvaguardar o meu bem!
O Criminoso irá preso… Esse será o preço da perda dos meu bens e família! Desigual, parece-me. Porque a pena neste caso se torna o preço de uma vida (1 vida = 15 anos de cadeia), situação tão ilógica como amoral.

Outra hipótese é agir. Tentar conseguir que o bombista denuncie onde colocou a bomba.
Parece-me improvável que a coisa vá pela conversa (um kantiano tentaria fazer ver ao criminoso que estaria a violar leis universais, que ao matar a minha família estaria a matar a sua… e outros disparates similares)!
Outra hipótese é usar a força, a dor, para preservar o Bem da vida de inocentes.
Esta deve estar subordinada ao objectivo, defender o meu direito, aquilo que me pertence, a liberdade (fica para outra vez a minha perspectiva do que ela significa…),
Não devendo ser nunca discricionária, mas um recurso necessário, uma “ultima ratio” para evitar a injustiça!

A verdade é que os Estados Unidos continuam a perfilhar esta visão. Pena que não se tivessem lembrado de apoiar o Estado Português quando lutava contra o Terrorismo, contra a desumana barbárie socialista e quando nessa luta recorria a alguns actos de tortura, quase maioritariamente justificados (como ficou provado nos julgamentos dos ex-Pide, ilibados e muitas vezes elogiados…)

Qual é o homem que pode aceitar uma moral como esta?
Esta moral abstracta, que diz que uma acção, como a tortura, é intrinsecamente má, esquece que a essência da existência do Homem é a imperfeição, a circunstância, a História.

Ninguém gosta das práticas de Tortura… Mas como a Guerra é, por vezes, um mal necessário!

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sexta-feira, junho 04, 2004

Carta a um Companheiro Inquieto
ou A Importância dos Clássicos

Porque é que nos damos ao trabalho de pensar? Porque nos queremos libertar! O conhecimento é a verdadeira liberdade… Só o conhecimento pode libertar. O que seria do homem se não conhecesse? O que seria do homem se não soubesse como andar? O que seria do Homem que não soubesse as tensões que as formas de governo geram?
O que seria do Homem se o conhecimento não fosse partilhado? O que seria se este não fosse transmitido na História? Ficaria como a Loucura, fechado nas mentes dos pensadores, desaparecendo depois… A Liberdade é isso! É saber! Não é dizer o que se quer! Não é uma construção jurídica! Por isso é que só o Homem pode ser livre! Embora os cães possam ladrar consoante o seu apetite, e possa o Homem fazer leis que ao animal conceda liberdade e personalidade jurídica, estes nunca poderão ser livres! Até por aí se compreende que o Direito só pode estar subjugado à Natureza. Que o Estado, a Lei, a Vontade, nunca poderão substituir!

A verdade é que o problema das sociedades não é a Clonagem, não é a SIDA, não é a degradação dos políticos actuais. O problema é não saber o que fazer com essas técnicas, “para que vivemos?”. A que devem elas estar subordinadas. O problema da clonagem é um problema do Homem. Se os fins forem justos as técnicas serão justas e aplicadas justamente! (Essa é a lição de Aristóteles e da sua teleologia, vertida ao Cristianismo por Aquino!).
Estamos perdidos porque não sabemos quais os nossos fins! Porque deixou de se pensar a Justiça… Porque se substituiu a Justiça por uma forma de Igualdade Socialista!
Para recuperar ou criticar a justiça, transcendente e do Homem, só se pode fazer conhecendo os autores… Lendo!

A vantagem de Aristóteles, Sto.Agostinho, até Marx, é que nunca deixarão de ter utilidade porque são autores como esses que pensam a essência do Homem. São eles que podem dizer “isto é o Homem” e é nesse diálogo que nos podemos compreender, contra o “nada”, o vazio relativista que nada pode conhecer e que só pode lançar o homem no abismo do vazio de valores, onde a destruição nuclear pode ter um valor artístico!!!!
Só com eles podemos dar um sentido completo à nossa existência! Só assim poderemos ser justos… ou pelo menos tentar!

Mas isso vai dar dinheiro? Claro que não! Não é esse o objectivo! A diferença é que nós, pobres-homens, hoje temos ócio e possibilidade de ser livres, mais humanos e portanto mais naturais!
Seremos sempre a escumalha deste mundo, que mede valor por dinheiro! Mas seremos livres… Sabemos reconhecer os tigres de papel…
Nunca “endeusaremos” os medíocres!

quinta-feira, junho 03, 2004

De Maistre e o Mundo Sincero

Ria-se sempre das novas abstrações. A soberania popular era para si uma nova mentira que padecia de toda a debilidade da Modernidade, a falta de inteligência e visão.
Substitui-se o homem pelo Homem, ocupando o criado o papel do Criador, sem perceber o que com isso sucederiam todos os tipos de flagelos que as Religiões Políticas do século XX trouxeram, com base na discórdia e na religião da Discussão que é o Liberalismo.
De Maistre entristecia-se com os governos populares. Sabia que suas mentiras só eram no interesse dos poucos ascendentes. Que Homem era esse, que não era servo, não era português, inglês ou francês? Homem assim não podia compreender a obediência, porque não se considera pertencente ao mundo…
Quantos homens podem afirmar que são senhores de si próprios? Contudo a libertação do Homem era feita nessa premissa. O mundo de De Maistre queria a libertaçãao face ao sofrimento e ao vazio… sem ter para isso que mentir. O homem é destinatário do Poder e isso deveria bastar.
Ninguém pode ser senhor de si! Essa é a sinceridade que falta ao Liberalismo!

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Sem Vergonha

Ontem deparei-me com uma publicidade da Juventude Socialista!
Dizia que as pessoas não podem ter vergonha de ser Europeias e que a Europa traz um conjunto de direitos laborais e cívicos inauditos.
Lembro-me sempre da história dos “almoços grátis”!!!! De facto poderá vir a existir um grande conjunto de direitos na Europa… Falta dizer é quem é que os vai pagar… Falta dizer quantos anos de economia em retrocesso são precisos para pagar esses direitos!
Falta dizer quantas empresas fecharão.
Engraçado é olhar para a Europa como um Grande Estado Socialista, e fazer passar a ideia de que é possível uma Europa com tantos direitos garantidos como os assegurados pelo Estado Português. Não esqueçam os néscios socialistas que no resto da Europa não houve 25 de Abril, não existe uma constituição "socializante" ou um paradigma socialista para defenderem as “liberdades” e “conquistas” que pouco são mais que incentivos ao ócio, às bebedeiras de faculdade, ao consumo de drogas leves pelos coitadinhos dos jovens universitários… No Estado Europeu que se poderá estabelecer a educação é um direito, mas não é gratuito, é abstracto…
É que, para além de estarmos muito longe disso, e mesmo para os que o desejam, desiludam-se os que pensam que a mama está para durar! A Europa não poderá ser forte se for socialista, se for uma união de direitos laborais será um continente de gente subsidiada... Um Portugal Abrilino em estado continental!
E se fosse só uma questão de ideologia (as razões da impossibilidade da Nação Europeia ficam para depois)...
Agora ainda podemos dizer “Não”… em breve teremos de lutar “Não”!

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E Unidade Nacional


Juan Donoso Cortés

terça-feira, junho 01, 2004

O Dia Mundial do Socialismo

O Telejornal está a colocar crianças a falar sobre os seus desejos!
“Que as pessoas tenham tudo o que precisam!”
“Que todos sejam felizes!”
“Queria que houvesse paz em todo o Mundo!”
Podia ser qualquer uma das concorrentes da Miss Portugal… mas não!
Curioso mesmo é verificar que as três afirmações são marcadamente socialistas!
A primeira e segunda afirmações encontram-se na Crítica do Programa de Gotha, escrito por Marx.
A Terceira encontra-se nas teses internacionalistas e evolutivas do materialismo histórico, numa pacificação do Homem através da sua unidade na Razão da Técnica.

O problema é que estes são os desejos de grande parte das pessoas! São desejos simples, só podem vir de gente simples. Inacreditável é o facto de que, tendo derrotado o Comunismo, ele tenha vencido nas mentes dos simples! E quem é simples não é digno de se ocupar de matérias sumas como a Felicidade e a Política!

Vencemos a batalha económica, mas perdemos a do espírito!

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