terça-feira, junho 22, 2004

4º Poder?

Acordei com a notícia de uma manifestaçãao à porta de um Tribunal Português que julga um caso de aborto!
Pensei “sempre a mesma merda!”. Uma data de gente a gritar por algo para o qual já a totalidade da sociedade disse que não quer ver alterado. Depois liguei a televisão e qual não é o meu espanto quando dão imagens da dita “manif”. Estranhamente encontravam-se, com muito boa vontade, 20 pessoas à porta do Tribunal! O facto de esta ser uma intolerável pressão ao sistema judiciário, e de os néscios que reclamam um referendo continuarem a ignorar a resposta (ou o significado da abstenção) não foi o que mais me alertou para o “estado a que chegámos”.
O que mais me preocupou foi o relevo dado a uma “micro-manif”, a queda no engodo dessa rádio!
Porque é que manifestações com muito mais gente, como “regicídio” ou as acçõoes de campanha dos partidos de direita sem assento parlamentar não tem qualquer relevância e vinte pessoas que tentam influenciar uma decisão judicial relativa a uma lei que existe e vigora e já foi referendada, tem um eco impressionante e cobertura de todas as rádios e tv´s nacionais!
Claro que estas se podem escudar na sua linha editorial! Resta saber quem serve esta gente…
Não é certamente um 4º Poder, pois este seria obrigatoriamente um poder público! É um poder privado, uma arma ao serviço de uns poucos, um instrumento de propaganda nebulosa. É só um apoio de poderes obscuros, mais ou menos camuflados e encorajados pela discricionaridade das leis de comunicação social, com a sua religião da liberdade de expressão…
Não consigo distinguir o mais medíocre. Se o “lápis azul” se os jornalistas “vendidos” ou “inocentes” de agora!?

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