Carta a um Companheiro Inquieto
ou A Importância dos Clássicos
Porque é que nos damos ao trabalho de pensar? Porque nos queremos libertar! O conhecimento é a verdadeira liberdade… Só o conhecimento pode libertar. O que seria do homem se não conhecesse? O que seria do homem se não soubesse como andar? O que seria do Homem que não soubesse as tensões que as formas de governo geram?
O que seria do Homem se o conhecimento não fosse partilhado? O que seria se este não fosse transmitido na História? Ficaria como a Loucura, fechado nas mentes dos pensadores, desaparecendo depois… A Liberdade é isso! É saber! Não é dizer o que se quer! Não é uma construção jurídica! Por isso é que só o Homem pode ser livre! Embora os cães possam ladrar consoante o seu apetite, e possa o Homem fazer leis que ao animal conceda liberdade e personalidade jurídica, estes nunca poderão ser livres! Até por aí se compreende que o Direito só pode estar subjugado à Natureza. Que o Estado, a Lei, a Vontade, nunca poderão substituir!
A verdade é que o problema das sociedades não é a Clonagem, não é a SIDA, não é a degradação dos políticos actuais. O problema é não saber o que fazer com essas técnicas, “para que vivemos?”. A que devem elas estar subordinadas. O problema da clonagem é um problema do Homem. Se os fins forem justos as técnicas serão justas e aplicadas justamente! (Essa é a lição de Aristóteles e da sua teleologia, vertida ao Cristianismo por Aquino!).
Estamos perdidos porque não sabemos quais os nossos fins! Porque deixou de se pensar a Justiça… Porque se substituiu a Justiça por uma forma de Igualdade Socialista!
Para recuperar ou criticar a justiça, transcendente e do Homem, só se pode fazer conhecendo os autores… Lendo!
A vantagem de Aristóteles, Sto.Agostinho, até Marx, é que nunca deixarão de ter utilidade porque são autores como esses que pensam a essência do Homem. São eles que podem dizer “isto é o Homem” e é nesse diálogo que nos podemos compreender, contra o “nada”, o vazio relativista que nada pode conhecer e que só pode lançar o homem no abismo do vazio de valores, onde a destruição nuclear pode ter um valor artístico!!!!
Só com eles podemos dar um sentido completo à nossa existência! Só assim poderemos ser justos… ou pelo menos tentar!
Mas isso vai dar dinheiro? Claro que não! Não é esse o objectivo! A diferença é que nós, pobres-homens, hoje temos ócio e possibilidade de ser livres, mais humanos e portanto mais naturais!
Seremos sempre a escumalha deste mundo, que mede valor por dinheiro! Mas seremos livres… Sabemos reconhecer os tigres de papel…
Nunca “endeusaremos” os medíocres!
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