segunda-feira, junho 28, 2004

O Bloco e Olivença

Li no Último Reduto uma notícia retirada de um “jornal digital”, que dizia que o BE era um dos partidos mais decididos em resolver a questão de Olivença.

Podemos afiançar que isso é verdade, talvez tanto como que a cura para o Cancro e a Sida ou para a Toxicodependência, foram encontrados numa prática medicinal chinesa do século XX… O fuzilamento por bala na nuca!

Na verdade o BE não tem um ideário. Não se decide se é uma plataforma iluminista, de fundamentalismo democrático, retribuidora do Poder ao Povo (como queria o Louçã e a turminha do PSR), ou se é uma força de renovação comunista, defensora do telos proletário, de um conceito escatológico marxista do Homem (à lá UDP). Talvez nem os tipos da UDP compreendam o que digo, mas isso faz parte das suas primariedades…
Por isso não consegue decidir nada, não consegue quase dizer uma frase que faça sentido.
Fazenda defendeu uma solução permanente para o problema de Olivença!
Uma que vá ao encontro do “sentimento das populações”. Não é possivel descortinar a que sentimento das populaçoõs o Bloco se reporta! Ao sentimento unitário dos proletários, que só os modernos demiurgos, “os intelectuais” da doutrina leninista podem compreender? Ou será a vontade expressa nas urnas, que só pode ser respeitada quando em conformidade com a opinião dos bloquistas (como se vê na exigência de um referendo ao aborto e na posterior indiferença perante os seus resultados).

O que o BE quer fazer é destruir a questão. Torná-la uma mera questão das populações! Será que é da responsabilidade das populaçoõs decidir a quem se sujeita o território?
Será lícito que os habitantes de Guimarães tenham o poder de se unir a Espanha? Esse mero acto de vontade será legítimo?
Olhem para o que esta “forma de não-pensar” criou no Kosovo e decidam se é este o sentido que o mundo deve seguir…
A ignorância de Fazenda é ainda mais gritante quando se observa o que já se disse a propósito da Petição para a Revisão, que a condução da política externa não pode ser referendada.

Que obsessão é esta do BE com o referendo?
Parece mesmo o que Donoso dizia do liberalismo, “é a religião da discussão”!

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