terça-feira, fevereiro 28, 2006

Sugestões e Livros na Revista.

Grãos de Areia
















Um dos grandes problemas da blogoesfera é a velocidade.
Fica-se fora por dias e tudo avança... Nada mais globalizante e moderno!
O problema é o tempo das reflexões! Evitar que a pressa, que a discussão não se esgote, influa no pensamento é cada vez mais difícil...
Tanto para dizer. É preciso escrever um tratado...
Seria preciso rever os arquivos e ver o que já se disse! Não há paciência...
Não tenho tempo, mas tenho vontade!

A Torre Sintética

O Mendo apresenta o seu reduto.
Será mais uma fortaleza na definição da nova linha...
Virá daí a almejada síntese?

sexta-feira, fevereiro 24, 2006

A Verdadeira Discussão

A mais interessante discussão sobre o Nacionalismo na blogoesfera (possivelmente a mais interessante das que tenho lido), tem vindo a ser travada pelo Jansenista, pelo Engenheiro, o Manuel e pelo Paulo Cunha Porto.
Num conjunto de textos é facilmente identificável a insuficiência das nossas palavras, dos nossos conceitos, a influência de várias percepções lógico-positivistas na nossa compreensão do mundo.

Os que querem fazer que crer que os nacionalistas são todos o mesmo, para assim colocar Burke, Sardinha, Kirk ou Buchanan ao lado de Hitler, conseguiram bem fazer passar a ideia, escudados por uma concepção de que quem fala de Nação, uma vez que a palavra encerra um sentido verdadeiro e único em si.
Ideia frankfurtiana tonta, mas que serviu como rastilho para todo o tipo de massacres da verdade.

Este texto do Jansenista é notável, pois ilustra bem o tipo de Nacionalismo que é indesejável. Um nacionalismo fechado, enclausurado num Nós redentor, que é claramente autofágico e suicida.
Acusa, e muito bem, o Nacionalismo (diria eu, um certo nacionalismo) de confundir o superior e o mundano, de fazer dos “idola fori” o Absoluto e de dar prioridade aos seus a despeito da justiça.
O diagnóstico deste “nacionalismo” é facilmente descoberto numa posição secularista e intramundana. Em vez de conceitos de justiça universais (a tradição clássica da filosofia ocidental), temos uma pertença política que esgota a existência humana. A destruição de um conceito de Justiça na Alma, e a sua substituição por uma mera adequação às circunstâncias contingentes, pela crença do Paraíso Terreno com uma perfeição material (fim do desemprego, fim da ignorância, fim da escassez de recursos), cria a fé total na redenção do político. Sem uma concepção de Justiça na Alma e crendo na redenção pelo político, cria-se obviamente uma ideia de que, fazendo o que fizer, a comunidade de pertença está acima do bem e do mal... Logo os “nossos” estão acima da virtude, tendo direito a primazia acima de todos os outros objectivos.

Quando o Sócrates de Platão refuta a definição de Justiça de Polemarco, “fazer bem aos amigos e mal aos inimigos”, estabelece claramente a ideia de que a Ordem das coisas não termina às portas da cidade, que as virtudes são universais e que a grande virtude é conhecer a ordem das coisas.
Como Aristóteles defendeu a Comunidade Política é a mais perfeita das comunidades, sendo certo que não é ela o Universo. É a Comunidade Política que se ordena segundo a Ordem das Coisas e não é ela que ordena o mundo. É a ela que cabe reproduzir a Ordem das coisas, num processo a que se chama Justiça, mas não é ela que a cria ou inventa.

Se há nacionalismo universalista, onde a virtude é conduzida por uma Tradição Moral, auxiliada por instituições políticas e tradições, haverá esperança para o Nacionalismo.

Quem não se preocupa com estas posições não vê a real incompatibilidade entre um nacionalismo intramundano e um nacionalismo aberto ao mundo...
Ainda há quem queira fazer de coisas tão diversas uma mesma coisa.

É a Esfera e não a Suástica, porque é Portugal e não Briteiros!

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quarta-feira, fevereiro 22, 2006

A Destruição do Tabú

Uma sociedade sem tabús não é uma sociedade. As democracias liberais europeias implantaram-se na ideia do “é proibido proibir”, pensando que ninguém lhes colocaria a legitimação. A sua legitimidade é o Terror e o Medo!
Quem analisar a filosofia política europeia do pós-guerra verá, facilmente, que não passa de uma tentativa de evitar uma catástrofe como a foi a II Grande Guerra. Lembro-me do artigo da História da Filosofia Política de Alan Renaut que afirma taxativamente que a democracia europeia nasce nas “câmaras de gás”. É dessa experiência que se cria a absolutização da “paz social”, a ausência de conflito acima de tudo, que se consubstancia na doutrina dos consensos, nas opiniões públicas e publicadas, nos relativismos éticos.

Se estas democracias promovem a discórdia no seu seio em questões inferiores, como bem observa o FG Santos, não permitem que ninguém questione a sua legitimidade. Pode discordar-se do salário, dos moldes em que se estrutura a família, das liberdades associativas... Não se pode, contudo, discordar de que tudo é uma questão de opinião, de que nada pode sobrevir às liberdades individuais, de que apenas a vontade contratual é vínculo da sociedade.
Tudo é variável desde que se mantenha a obediência ao regime...

Como o laureado Harvey Mansfield bem observa neste fantástico artigo, existe no pensamento político moderno a constante do Terror. Ao proclamar a morte da Virtude, a Modernidade forma sujeitos e não cidadãos, porque exploram as paixões mais vulgares... As paixões do escravo que nada vê para além do conforto. Daí a preferência pela “paz social”, a garantia de um conjunto de confortos individuais, a troco da subordinação das finalidades do Ser Humano. A moral por um prato de lentilhas...

A sociedade não pode ser livre de criticar os seus próprios fundamentos e é por isso que, em locais mais saudáveis, é proibido queimar a bandeira nacional... Noutros é proibido pôr em risco a fonte donde vem a cultura da “paz social” e do relativismo ético!

Não existe sociedade sem tabú.

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Bons Augúrios

Quando a inteligência aprecia o que escrevemos e os néscios ficam em alvoroço! Quando nos criticam por sermos meros reprodutores de livros que os críticos nem sonham o que dizem!
Quando dizem que seguimos cegamente um autor (Voegelin), ignorando que este autor é um dos grandes apologistas da Democracia! Santa Ignorância...
Quando são os internacionalistas e os distiladores de ódio que nos insultam!
Quando é gente impolida, que primeiro diz "tudo é retórica" e depois acusa "isso é retórica", que diz "não há moral" para em seguida dizer "não aceito lições de moral"!

Cavalguemos...

Da Tolerância Moderna

É com pena que vejo o Jansenista falhar o alvo perdulariamente. Se acertou na ausência de Doutorado, que me garantem que JNP é apenas Mestre, falha claramente a ideia de que um relativismo não pode ser fundamentalista. Quando Burke observava os homens de seu tempo, em particular os radicais protestantes (Dissenters), estranhava a emergência de um pensamento peculiar. A completa novidade residia no facto de defenderem, estranha e ferreamente, não apenas a difusão da Verdade, mas a difusão livre de qualquer opinião...

Estranho pensamento o que acha que o facto de eu dizer alguma coisa, mesmo desprovida de sentido, deve ter protecção jurídica. Mais estranho por proteger elementos desprovidos de conteúdo.

Os protestantes inauguram assim uma estratégia inovadora.
Considerando que mais importante que a Justiça governe a cidade, é necessário alcançar a paz, uma vez que é na riqueza material que se consegue o Paraíso Terreno, a ausência de conflitos, a abundância[1]...
Deste propósito se compreende imediatamente a razão da “tolerância” de John Locke. Todas as ideias políticas e religiosas são permitidas, desde que não conflituem com a “Paz Social”. Daí o despotismo governamental e a nebulosidade de conceitos como a liberdade, bem como a ausência de um critério coerente e permanente.

As religiões permitidas são apenas as religiões protestantes, uma vez que são estas que consagram que a liberdade de expressão é mais importante que a Verdade, que consideram que o político deve sobrepôr-se às concepções de justiça...
Estas “religiões intramundanas” divinizam o que é terreno e são, como se pode ler na New Science of Politics de Voegelin, a origem própria dos fundamentalismos modernos, que se consubstanciam no Nazismo, no Comunismo e na concepção rousseauniana de vontade geral.

O fundamentalismo lockeano e a sua concepção de “liberdade” podem ser apreciados num tribunal austríaco perto de si...

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[1] Note-se a semelhança com o paraíso comunista de Marx, protestante na sua essência.

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terça-feira, fevereiro 21, 2006

Os Impérios de Amanhã


A grande vitória de Relações Públicas das variadas resistências do mundo islâmico foi ter conseguido convencer as “opiniões públicas” dos vários países de que o Islão é um bloco político ou uma força religiosa.
É sem dúvida notável, embora não surpreendente, uma vez que o sucesso da empresa é fruto da convergência de interesses com os EUA. Não há dúvida de que a guerra já não é contra os terroristas, mas contra todo o tipo de pensamento que se contrapõe à concepção jacobina de Direitos Humanos, à ideia de “paz social” (o grande fundamento da democracia contemporânea), o que é, sumariamente, a concepção materialista-moderna da sociedade.

As visões impressionistas do mundo são hoje cultivadas como virtudes. A criação de perigos externos é sempre uma vantagem para o que está.
Há dois meses, se houvesse alguém que imaginava que os “pensadores alternativos” estariam a manifestar-se a favor de uma sociedade de valores decadentes, socialista e materialista, como a dinamarquesa, dir-se-ia que estaria maluco!
Subitamente, os que deveriam pugnar para uma compreensão da Tradição Ocidental mais ampla e não se reduzindo aos ideais jacobinos de 1789, manifestam-se os grandes defensores do “status quo” e, mais ainda, da sua radicalização...

Já se vê o baile montado! Os “tontinhos” que acham que o Legado do Ocidente pode ser reduzido às liberdades jacobinas ficaram assim muito contentinhos... Os que se dizem revolucionários são muito benvindos à reacção! Enfileiram, como já se calculava, na formatação mental da única cultura que conhecem. E o animal no homem, a disposição gregária para o “nós contra eles”, vence.
O que é bom para os ratos...

O Islão nunca foi, desde a morte de Maomé um movimento, mas uma denominação para um conjunto de movimentos dispersos, onde o Profeta é o único ponto comum. Mais do que pontos-de-vista divergentes o “Islão” é um conjunto de crenças diferentes, onde não existe uma estrutura institucional, nem a aceitação de autoridades comuns. O enquadramento conceptual das próprias escrituras religiosas é bastante diverso em cada uma das seitas muçulmanas.
Basta um Corão e um conjunto de seguidores, numa concepção bem cara ao espírito do Protestantismo, para que se produza uma nova forma de islamismo.
E basta observar os ódios entre as várias concepções religiosas muçulmanas para se compreender onde o bloco islâmico e subsequente ameaça, é concebido.

A ameaça que se apresenta para os tais Ocidentais de 1789 é a mesma que o Marquês de Sade já havia diagnosticado na Vendeia! Alguns povos atrasados que se opõem à Nova Revelação, à Modernidade, ou que promovem um “obscurantismo de base religiosa”, devem ser forçados à Liberdade! Ou eliminados...

Não posso deixar de observar que os fervorosos protestantes da dita “religious right” americana são os mesmos que se opuseram à esperança dos conservadores americanos numa candidatura anti-progressista no seio do Partido Republicano. Relembro o apoio dos neo-católicos às concepções laicas de sociedade e a forma “morna” como a repressão à liberdade religiosa em França foi por eles recebida.

Só a religião “descafeínada”, submissa à ideia superior das “liberdades individuais” e do “estado de natureza”, será tolerada. Concepções religiosas mais simples, mas que salvaguardem a obediência política ao “poder instituído” são as únicas que serão toleradas (a liberdade de Locke não se aplicava aos católicos, obviamente).
O Islão, pela sua maleabilidade, é perfeito para a submissão, como se afere do seu ódio pela filosofia... Não há ninguém tão domesticado quanto os islâmicos “ocidentalizados” que vivem no meio do “infiel” sem uma concepção de justiça ou uma proposta de sociedade. O exemplo das “Repúblicas Islâmicas” é um fiasco absoluto, que vive em guerra interna constante e envolto em sectarismos pessoais, raramente discutindo ideias ou concepções de sociedade.

A grande divisória é hoje entre os que defendem a Justiça, os que são livres porque têm uma ideia superior ao político, e os que nada compreendem de maior ao político.

Os impérios do futuro são de homens-vazios, mas bem alimentadinhos, que vivem de telenovelas e "bola", de emoções baratas e constantes...
Já não são os famélicos de Metrópolis, mas são igualmente "zombies"!

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sexta-feira, fevereiro 17, 2006

Excelente Descoberta

(dedicado ao Fernando Lemos)

Façam o favor de visitar a Revista de Teoria Política, onde poderão encontrar uma obra de referência para "download".

Atestado de Sangue... Derramado

É com orgulho que vejo o Portas do Cerco a florescer! O Vitório, com a colaboração do Olindo e de outros de igual têmpera, conseguiram erguer um muro contra os detractores da universalidade portuguesa, contra os "nacionalismos pequenistas"!
Creio mais nestes, sem Atestado de Limpeza Sanguínea, mas que não têm outro remédio senão servir o que amam! A Causa de Portugal!

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terça-feira, fevereiro 14, 2006

Hoje é dia de festa!





















Dia de celebrar a liberdade que nos resta...

Janelas (I)















Tenho para mim que os grandes visionários são os homens que cheiram o sangue. O problema de hoje não é que os grandes homens não existam, mas que o nosso futuro não inclua sangrias, o cheiro da carne queimada, os choros das mães com bébés ao colo, as fomes e pestes... É por isso que não cheira “à légua”!
O nosso futuro é uma caverna sombria, mas revestida de almofadas e tv por cabo...
O triunfo decisivo conquistou-se já, quando a Medida foi perdida.
No momento em que a prisão triunfa sobre a resistência humana e horizonte único é o conforto da cela, almofadada, cheia de passatempos (a família é um “investimento emocional” dizem-nos os manuais...) e luzinhas.
Ser escravo por vontade não significa liberdade!

O escravo, já diziam os gregos, é aquele que não tem capacidade de se governar, porque nada vê para além de um conjunto de interesses, seus e doutrém. Sem critério, está dominado pelo apetite ou consumido pela sua individualismo (um refúgio comum ao que lemos por aí)...

Sabemos que o tempo não está para brincadeiras quando olhamos para o lado e as pessoas que respeitamos já não se importam, os mais inteligentes estão consolados por imagens...
É esta a “questão straussiana”!
Num mundo moderno onde o sentido das coisas se perdeu em nome da operacionalidade e onde a operacionalidade se tornou essência o que poderemos fazer para retornar a um diálogo filosófico que faça sentido?
Se a modernidade nos conduz à destruição, ao egoísmo ou ao altruísmo, à destruição das virtudes morais, mas se a modernidade é, também, a única forma de diálogo que nos permite comunicar no nosso meio, o que podemos fazer?

A resposta neoconservadora é a forma pragmática e contemporânea de pensar a política. Nesse sentido o neoconservadorismo é a última versão da direita (a resposta do hoje à esquerda), que não se funda num conhecimento profundo ou numa reflexão moral de interesse, mas num conjunto de ideias modernas (que a homossexualidade prejudica o todo social, que os divórcios prejudicam o desenvolvimento intelectual dos filhos...).
Os neoconservadores têm, porém, consciência das limitações da sua resenha! Por essa razão afirmam que o seu pensamento é algo de limitado e sem solução para nada que não seja a manutenção do “status quo”. Nesse ponto aceita a derrota do straussianismo e a incapacidade de gerar um sistema de crenças que se situe acima do conforto e do privado! Daí que os neoconservadores tenham sempre aceitado que a única forma de gerar uma boa sociedade seria através de uma grande construcção metafísica (algo que os próprios se recusam a fazer e que censuram apelidadando de extremistas todos os que o fazem).

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segunda-feira, fevereiro 13, 2006

Continuamos a Advertir

(desavergonhadamente pilhado do PolíticaXIX)












"A vontade irrestrita é perigosa para a saúde... "

Semiramis

Soube agora do falecimento da Joana do Semiramis.
Com grande tristeza, pois era uma visita diária obrigatória, num blogue que combinava o pensamento, o saber da arte política e uma ferocidade sarcástica impressionante!
Que tenha descanso...

sexta-feira, fevereiro 10, 2006

Os Grandes Amigos do Império

ou Como Reduzir à Obediência

Se é cada vez mais difícil descobrir onde está a solução, está cada vez mais fácil dizer de onde esta não vem. Não virá por certo dos que se escondem sob signos e slogans para esconder o vazio moral em que se encafuam, dos que se encerram em respostas ultrapassadas e velhas dialéticas marxistas, que (novidade das novidades) agora sintetizam com o nacionalismo, o europeísmo-raciológico ou a cultura da gaita-de-foles...

É cada vez mais perceptível a agonia de quem saboreia a maré, não se definindo nunca.
Mantidos na ignorância pensamos sempre que descobrimos a raíz. Erro!
O tempo não está para que definam sequer o que pensam...
As tradições a que apelam são estéreis, não permitindo assim uma reflexão séria sobre o seu socialismo, sobre a concepção de liberdade que possuem!
Impera um silêncio que espera o “nicho de mercado”! Será da oportunidade que se fará o pensamento e não o inverso...

Aguardo com expectativa o momento em que surja uma seminal reflexão sobre a “Gaita de Foles e a definição de uma metafísica”, “a Gaita de Foles e a definição da Liberdade” ou o almejado “assopra na gaita e torna-te europeu”.
A redução das tradições a meras práticas, destituídas de uma finalidade maior ou a mera perpetuação de um rito desprovido de sentido verdadeiro (que não seja perpetuar por perpetuar) percorre lado-a-lado o caminho que o mundo leva!

Esvaziando as Nações das suas tradições verdadeiras, as que permitem o enquadramento moral dos homens, caminha o mundo para o alegre “esvaziamento da humanidade”... No domínio da Escravatura qualquer senhor é tão bom quanto outro!
Quem duvidar de que esta ausência de critério caminha de mãos dadas com “O Sistema” pode facilmente olhar para a esterilidade dos Regionalismos-nazionalistas Espanhóis e Italianos, para a verificar a ausência de uma concepção de tradição, de uma proposta moral, de um critério que limite o Poder Político! É tão mau, ou pior, este regionalismo com intuitos materialistas, quanto a social-democracia e o progressismo-liberal.
Por aí também não haverá novidades! Essa vara e cenoura já nós temos...

Muitos que por aí andam com Nietzsche na boca parecem não ter percebido que para cada líder é preciso um milhão de escravos.

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quinta-feira, fevereiro 09, 2006

Da Unidade das Tradições

(Dedicado ao Je Maintiendrai)

O Direito é uma disciplina que sempre me intrigou! Nunca compreendi as suas longas argumentações, as definições elegantes, mas circulares, a certeza das suas formulações.
Nos países onde se pensa pouco e o espírito é servil, o Direito é solução mágica, um horizonte máximo onde os positivismos se encontram em apoteose.
Não é que o problema nunca esteja no Direito. O NOSSO problema, contudo, é bastante mais profundo! O Direito é a expressão de coisas mais profundas, a cristalização de concepções mais profundas. Para os que não conseguem abarcar a totalidade de um problema ela apresenta-se como a camada superficial, muitas vezes reveladora, que ajuda a distinguir o aceitável, mas não define nada mais profundo que isso.

O que as palavras e os conceitos jurídicos significam tem uma raíz na reflexão sobre as coisas (uma construção cultural). É a capacidade de pensar as coisas que nos preocupam, em tempos em que o subterfúgio do relativo e subjectivo nos atiram para o vazio individualista ou a gregariedade animal, que é importante pensar as coisas para além dos “significantes”.
O direito, como disciplina normativa e não ciência, não fornece qualquer resposta a uma reflexão sobre a política. A cidadania não se faz de leis. A obediência não se faz de leis, mas de justiça.

Assim qualquer tradição político-jurídica se insere numa perspectiva mais ampla. Ao contrário do que é hábito dizer-se “a primeira tradição de algo é não existir”, a tradição primeira é o que sempre existiu! A busca das “coisas permanentes” é a tradição primeira do Homem!

Não existe, em boa verdade e por essa razão, qualquer oposição da tradição jurídico-política portuguesa com a perpectiva jusnaturalista que aqui perfilhamos e tentamos demonstrar. Se por um lado colocamos limites morais à “positividade” não é de forma derrogatória. Instituições, leis e sucessões são convenções que encontram a sua vitalidade no cumprimento do Bem, a realização mais perfeita do Ser Humano. A Ideia do Bem é guia, limite, horizonte da acção política, o que não significa que seja possível viver sem leis perenes, instituições duradouras que se destroem à mínima discordância.
Como discutir uma sucessão hereditária sem entrar no domínio do Convencionalidade, sem conhecer as leis próprias que a regem, as suas inibições, o acervo de obrigações que um Rei aceita por virtude da sucessão?
É contudo impossível também fazer uma pedagogia de restauração, da obediência, ou da liberdade, sem recorrer a uma concepção própria do Bom.

Resulta o que digo, por fim, na indissociabilidade das duas Tradições!
A montante a grande tradição Jusnaturalista, Eudemonista, Cristã, concepção que perpassa e enforma a perspectiva jurídico-política portuguesa, que se encontra a jusante.

O problema do direito sempre foi a forma como nas palavras que escondem a Tradição serviram para esconder outras coisas. Uma deturpação na Revolução, um capricho na Modernidade, o Nada na Pós-modernidade.

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terça-feira, fevereiro 07, 2006

Onde Pára o Facismo? (Parte 7 e três quartos de um quinto)

Durante muito tempo quiseram fazer crer que a Democracia vivia da Liberdade. Dessas Liberdades a maior seria a de Expressão. Notável equívoco em que nos lançaram, estes formatadores de mentes de terceira apanha...
Basta olharmos para a historiografia social-democrata e liberal europeia para sabermos que, algures no século passado, se fizeram revoluções de forma a que todos possam dizer o que pensam, sem constrangimentos. Os “bandidos” Salazar e Franco oprimiam milhões de pessoas, não deixando que as pessoas se pronunciassem publicamente sobre matérias que atentassem contra o Bem Comum, fossem subversivos ou se manifestassem contra os interesses exteriores do País.

Felizmente terminou a ditadura fascista!
Graças a Deus que agora temos na Europa regimes políticos que salvaguardam as liberdades individuais... exceptuando os casos em que prejudicam os interesses externos do seu país (salvaguarda das boas relações com o mundo árabe), a paz social (entre as várias perspectivas religiosas) ou que façam apelo à violência (nacionalismos extremistas).
O que é ainda mais curioso é que todas essas razões eram invocadas (e muito bem) para a repressão ao Comunismo no Estado Novo!

A grande diferença é que os “santinhos-de-pau-carunchoso” da nossa Democracia passam a vida a falar dos direitos inalináveis da “pessoa humana”! De direitos abstractos e universais que estão sempre prontos a cercear. Fazem-no partindo de um ponto-de-vista neutral, sem apelar a Justiça ou Verdade.

A única diferença entre os dois regimes reside precisamente aí! O Estado Novo defendia uma concepção de Bem Comum. A III República diz que defende liberdades individuais, mas não o faz...

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segunda-feira, fevereiro 06, 2006

“Nem Direitas, Nem Esquerdas! Não Queremos Nada”

Excelente a forma como o Manuel Azinhal viu a totalidade do problema!
É inacreditável que os que dizem ser a vanguarda do pensamento e do combate contra o “sistema” sejam os primeiros a vergarem-se ao pensamento politicamente correcto, sem serem capazes de compreender que, sem terem dado por isso, já aderiram à ideia de que o Ocidente é o espaço dos valores jacobinos.
Homens de vistas curtas, de ódios fortes e sem crenças...

A Primeira Desilusão de 2006



Blogues Monárquicos







Uma iniciativa muito interessante do SRA, que entrou na blogoesfera a toda a brida.
Eu já aderi e fazia muito gosto que os meus amigos monárquicos se juntassem a nós.
Apelo sobretudo aos monárquicos dissonantes do "politicamente correcto", de modo a que nos reconheçam como força de renovação moral!

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domingo, fevereiro 05, 2006

O Misantropo Enjaulado Acabou!

Voltará mais fleumático?!

sábado, fevereiro 04, 2006

Pensava Eu...

Basta uma visita a um qualquer centro de arte contemporânea para vermos como uma cruz numa garrafa de urina suscita o aplauso generalizado dos benpensantes pós-modernos!
A aceitação de restrições à liberdade em nome de uma paz social-religiosa é algo de revoltante, não só porque denuncia que o cristianismo já não existe como força social (uma vez que só se aplica aos imigrantes e minorias), como porque revela a hipocrisia dos sistemas democráticos contemporâneos.
Incrível a forma como uma manifestação da FN dinamarquesa foi dispersada pela polícia por incluír uma queima do Corão!
Não sendo grande apreciador de queimas de livros, nem da associação em questão, parto do princípio que cada um pode, num sistema liberal, manifestar-se como deseja, sem que o Bem ou Interesse Nacional possam ser invocados para coarctar esse direito!
Está cada vez mais socialista e totalitária esta Europa...

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Mercado de Futuros

Ontem tive de discutir com um amigo se o Islão é um bloco político.
Não creio que o seja, da mesma forma que os reinos cristãos não o eram no tempo das Cruzadas! Creio que o aproveitamento que o Irão está a fazer do anti-ocidentalismo é a tentativa de uma transnacionalização islâmica.

Estranho também que a perspectiva ocidental se traduza numa subserviência ao Islão...
Não comecem a ser selectivos em relação à ajuda internacional, que não vale a pena!
E depois venham dizer que são os EUA quem alimenta os inimigos.

Quem É o Nazi Agora?

Caminhamos para a aceitação plena das autoridades eclesiásticas dos Tradicionalistas no seio da Igreja. Algo que não é uma reinserção, mas uma compreensão melhor da sua mensagem e da actualidade (porque perene) do seu pensamento.
Claro que algumas vozes se elevarão contra! Alguns “Católicos Protestantes” dirão que são coisas de nazis! Terão de engolir as suas palavras ou de saír do seio da Igreja... Terão de falar contra o Papa nazi... E contra a aceitação de nazis no seio da Igreja...
Fica aqui uma dica para que comecem os seus insultos!

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quinta-feira, fevereiro 02, 2006

Fungagá da Lixarada...

Sobre a palhaçada daquelas senhoras que se dizem "lésbicas" remeto apenas para a leitura deste post do Manuel Azinhal.
A luta seguinte é a dos casamentos Homem-Animal!

Cada Maluco... Sua Mania


quarta-feira, fevereiro 01, 2006

Lamento no Triste Dia

O que dizer dos monárquicos que afirmam desabridamente que a vantagem da monarquia é o desenvolvimento económico? A morte do Rei passa a estar condicionada pela produtividade e pelo défice.
Tristes ensinamentos...

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Maniento

Aceitando o desafio do meu amigo FG Santos resolvi deixar testemunho de algumas manias que tenho. Não são muitas, mas que as há, há!

1) Tomo usualmente banho de imersão.
2) Nos dias de jogo do Benfica tenho de ler “de fio a pavio” as notícias do Glorioso n´A Bola (no sábado não consegui comprar o jornal antes de ir para o estádio e viu-se o que aconteceu...).
3) Quando vou surfar nunca ponho a alça do “leash” com as letras de pernas para o ar.
4) Antes de um momento importante penso sempre que tudo vai correr pelo pior. Assim tenho sempre agradáveis surpresas!
5) Quando leio um livro leio-o sempre até ao fim. Não gosto de coisas mal resolvidas...

Passo esta empresa ao Mendo Ramires, ao LTN, ao Rafael e Sarto (se tiverem paciência) e o Viriato, na esperança de que revelem segredos mais interessantes que os meus!