terça-feira, junho 30, 2009

DOM DICHOTE

sexta-feira, junho 26, 2009

No Sagrada Hispânia

A Trova do Cavaleiro Negro

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quinta-feira, junho 25, 2009

Passos

O Diogo diz que qualquer pequeno passo é melhor do que nenhum. Não concordo. Como há muito venho a dizer, é sempre melhor não fazer nada do que fazer pior.
E quando se dão passos no sentido errado (no caminho do socialismo, do desprezo pela tradição, no sentido de uma espiritualidade que representa a antítese do que é Portugal, a ideia de que o cidadão é superior à comunidade) qualquer passo é indiferente ou nocivo.
Não ver que o sentido dos passos tomados por esta forma de nacionalismo são o mesmo ou pior, não trazendo uma única solução para o problema essencial de Portugal, é pactuar com isso. Eu não apoio o Portugal do PNR (discurso, programa, preocupações, estilo). Não gostaria de viver nesse país, da mesma forma que nunca apoiaria o apelo soberanista do PCP ou do PCTP-MRPP. Ainda que digam às vezes as mesmas palavras que eu digo, o sentido em que caminham é completamente oposto do meu.
Pode, quem quiser, lamentar-se com a ausência do contributo deste ou daquele. Ouço a mesma conversa de gente do CDS e do PSD, dizendo que fora dos partidos do MFA nada é possível fazer, que afastado deles se é inútil. É um erro. Hoje em dia a coisa que mais diferença faz é dizer a verdade e aquilo que se pensa. Algo que não vejo ninguém no plano das Direitas fazer há muito tempo. Uns fazem indiferentemente publicidade ao pensamento cristão e a concertos de incentivo ao ódio. Outros mascaram-se de progressistas para serem mais palatáveis à formulação mental presente. Outros lançam-se aos pés de qualquer disparate que creiam dar visibilidade. Os partidários falam da parte de um “pastelão” ideológico que não tem qualquer sentido real e que foi apenas o consenso a que se chegou na última reunião lá na sede.
Tudo menos ter lógica, princípios e fins.
Se os passos que são dados vão no sentido oposto do correcto, nada se ganha. Pelo contrário. E o regime vai tendo os nacionalistas que merece e precisa…

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quarta-feira, junho 24, 2009

Actos de Reflexo











O Diogo discorda de que o povo português não se reveja no PNR. Diz que para não se rever seria preciso conhecê-lo. Espero que quando alguém vier afirmar que o Diogo está loucamente apaixonado por uma nonagenária de Lamego, ele diga o mesmo, “que não se pode afirmar que não estejam apaixonados por não se conhecerem”.
Como é evidente, a única utilidade de se afirmar tal coisa é tapar o sol com a peneira.
Daí a que o problema do PNR seja apenas a desigualdade de meios e oportunidades, vai um pulinho. Um pulinho que esquece o total ostracismo a que o Partido Humanista ou o MPT que, com menor difusão e menos membros, têm votações superiores. Por mim, utilizem a peneira que quiserem e continuem a sonhar com deputados. É-me indiferente.
O que já me não é indiferente é a forma como se apresenta o PNR como solução patriótica, nacionalista-portuguesa, consensual dentro da direita, de unidade portuguesa. Isso é simplesmente falso.
O PNR não é um partido do nacionalismo português porque (1) não reconhece a primazia de um Bem Comum Histórico – crendo caber aos vivos e presentes a determinação de quem é português e quem o não é, (2) aceita os fenómenos de paganismo e de idolatria da comunidade, ao bom estilo esquerdista, contra tudo o que sempre foi Portugal até às catástrofes dos últimos séculos, (3) crê que os Portugueses (o povo) são superiores à Nação (ente moral), não defendendo uma moral prévia aos desejos da população (a tal segurança com que se identificam os portugueses), (4) defende a posse estatal do tecido produtivo como forma de preservar emprego.
O Portugal que o PNR defende é, em suma, a Democracia, o Paganismo Comunitário, o Populismo e o Socialismo. O Anti-Portugal, como é evidente.
Se o Diogo se quer unir contra os princípios de Portugal com quem quiser, faça o favor. Mas quando invocar a Graça de Deus para a construção desta Nação pense um pouco sobre o lugar que há para a Graça no Portugal que quer construir com os seus camaradas (uns que odeiam Cristo, outros que o consideram irrelevante politicamente).
Deixar para trás a perspectiva Cristã, a favor de um qualquer culto da acção comunitária, é um acto de soberba. Típico de quem se admira ao espelho e, vaidoso, acredita mais importante o meio (o próprio) do que a finalidade (o Bem)…

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terça-feira, junho 23, 2009

Mais Vítimas para o Altar

O Irão é a grande distracção destes dias. Entre monarquias de ladrões e a psicose muçulmana, entre a obsessão progressista subjugada ao jogo dos interesses estrangeiros e a amálgama islâmico-terceiro mundista dos revolucionários, entre os que falseiam resultados e os que pretendem mandar no jogo pelo ataque às próprias instituições que os deixaram jogar, vai-se percebendo de que forma as várias forças mundiais vão aceitando e incentivando regimes patológicos com o único intuito de servirem propósitos seus.
É certo que muitos dirão que esse jogo se chama política. São precisamente esses, os que não distinguem “política” de “domínio”, que agora aparecem jurando que a democracia é o bem comum mundial. Por um lado o seu cosmopolitismo não respeita as premissas e finalidades dos outros, e, por outro lado, consideram que o bem dos outros é a rejeição dos vários bens que constituem a comunidade. O seu critério surge sempre da sua própria narrativa e impondo-se sobre a narrativa alheia.
Ver a Esquerda Modernaça a defender a “Revolução da Internet” e da Coca-Cola é uma radiografia da mente dessa gente que fala como proprietária da Teoria Crítica e da Pós-Modernidade, mas que não receia pôr a sociedade do espectáculo como grande arma para a destruição do imaginário alheio e em pôr os louvores de Foucault à Revolução Iraniana na gaveta, conseguindo assim uma vitória decisiva para as conquistas do Progresso na área.
É verdade que a base futura de apoio do regime está em perigo. Mas o apoio não é legitimidade. Moussawi tem a legitimidade de ser contra o que está. Mas que legitimações irão na cabeça dos jovens que se colocam na frente das manifestações e em que medida o débil imaginário progressista poderá produzir, num Irão com armas nucleares, um regime que seja algo mais que um estado-de-piratas com anseios de Progresso? O Progressismo e o doce comércio poderão gerar algo muito diferente do Irão presente?

quinta-feira, junho 18, 2009

Mais Vale Só

As últimas eleições dão muito que pensar. A “direita” que constituiu a massa eleitoral do PND de Monteiro amancebou-se com o partido mais idiota e vazio, o MEP, mostrando realmente a sua sólida formação política e doutrinária. O MMS, partido de meia-dúzia de oportunistas que nada mais faz senão repetir chavões de certa classe média portuguesa, veio substituir o Movimento do Doente, na substância e nos votantes.
Os Monárquicos perderam também em duas frentes. Perdeu o PPM que mostrou que as possibilidades de crescer e de se apresentar como alternativa de direita, são nulas. Perderam os da Causa, que não conseguiram, como desejavam, destruir através da detracção do partido toda a base eleitoral do partido.
O PNR demonstrou mais uma vez ser um partido (e um partido é a sua gente) em que os portugueses não se revêem, tendo ficado, apesar da linguagem moderada e da serenidade de HNO, atrás da seita “pós-hippie” do Luís Filipe Guerra, o que dificilmente abrirá perspectivas para o tal deputado da próxima legislatura (há quatro anos não se falava de outra coisa na blogosfera...).
O CDS desideologizado sobrevive e com ele morre toda a esperança de um partido representativo da Direita que acredita na Independência Nacional, num país Cristão, numa Constituição Portuguesa, numa Justiça que transcenda a funcionalidade do Estado, numa comunidade que despreza as abstracções progressistas (a democracia, a igualdade material, o estado-social, como valores-em-si).
Admitamos isto sem fazer concessões ao materialismo de todas as formas novas de socialismo e comunismo nacional, a abjectas formas de sentir a comunidade que atentam contra a Ideia de Portugal, que isso de falar da Nação e defender o seu contrário é estratégia velha do Companheiro Vasco e do tal partido da Soberania.
Fica o desafio para alguns “cristãos”: expliquem que Nacionalismo é esse que compagina gente que despreza o Cristianismo como seiva da Portugalidade.
E se acham que a Soberania é um valor-em-si, podem todos ir votar no Garcia Pereira...
Olhar a questão religiosa como se fosse politicamente irrelevante ou questão de segundo grau, é coisa pouco cristã. Falar de alianças com a antítese do Cristianismo que é a sacralidade do Sangue e do Homem, e achar que qualquer bem pode daí vir, é cair nos disparates de tantos portugueses dos anos 30 que pactuaram com ideologias sob o pretexto de defender os resquícios de Vida Cristã, apoiando o sacrifício da Igreja nos altares do Leviatã.

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terça-feira, junho 02, 2009

Um Blogue de Que Gosto Muito

Albergue Português

segunda-feira, junho 01, 2009

Domenico Fisichella e o Elogio da Monarquia














Por sugestão do Afonso debati-me no fim-de-semana com a dita obra.
O livro debate alguns dos principais pontos da posição monárquica actual e que serão de extrema utilidade para a miríade de doutrinadores democráticos da blogosfera e dos principais círculos actuantes do movimento.
Fisichella descreve com acutilância as vantagens da Monarquia no contexto do mundo moderno, consistindo isso na possibilidade de evitar a total desagregação do político no pluralismo moderno (a inexistência de referência agregadora e posição pública concreta) ou a emergência de tendências oligárquicas que desvirtuem a liberdade (bem-comum) da comunidade. Significa isto o contrário do que os nossos monárquicos têm vindo a afirmar nos tempos mais recentes, ou seja, que o Rei e a Instituição terão de ser sempre um contra-poder contra o povo, a ofensiva desagregadora, e contra os que gerem a desagregação no interesse próprio, a ofensiva oligárquica.
Contra o provedor popular que os neo-monárquicos da democracia coroada pretendem promover, Fisichella vê na independência real a incorporação do Estado e dos seus princípios perenes numa personalidade e a mais importante fonte de estabilidade do Bem Comum num procedimento político e jurídico que rejeita a submissão ao critério numérico e quantitativo da oligarquia e da demagogia.
Ainda assim, neste livro muito fica por dizer, nomeadamente na forma como a política que rejeita a submissão ao princípio da Igualdade Imaginária (a falsa igualdade de condições) pode e tem de se submeter a uma concepção do real que não é compatível com o anti-fundacionalismo e o liberalismo de serviço em que se funda o momento contemporâneo que os nossos monárquicos tanto veneram e dão por adquirido.
Se é certo que a Monarquia é aristocraticamente servir, para que o servir não seja obedecer, mas buscar o Bem de algo, é fundamental um catálogo de Bens, uma concepção do que este é (uma forma exterior ao indivíduo de selecção entre finalidades), e tal não se encontra explícito no texto. Tudo isso, sendo o mais importante, escapa completamente ao autor que se refugia num poder moderador que, em consonância com o disparate modernista, dispensa as finalidades na determinação dos excessos e defeitos. Fisichella afirma que o Rei deve evitar os excessos de democracia e das várias oligarquias, mas infelizmente não explica o critério para que o faça (se o critério for a democracia dificilmente qualquer demagogia deverá ser suprimida, p.ex.).
Apesar de ecoar muito do silêncio dos monárquicos modernos sobre o que deve ser a monarquia (o autor escreve sobre os benefícios da moderna visão pluralista, mas esquece-se de discorrer sobre como a existência de limitação das finalidades privadas é semelhante na política antiga e moderna) o livro de Fisichella tem a excelente função de nos fazer aperceber a pobreza da reflexão dos monárquicos portugueses que desejam a monarquia mesmo onde esta confirma as piores tendências demagógicas do regime.

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