Mais Vítimas para o Altar
O Irão é a grande distracção destes dias. Entre monarquias de ladrões e a psicose muçulmana, entre a obsessão progressista subjugada ao jogo dos interesses estrangeiros e a amálgama islâmico-terceiro mundista dos revolucionários, entre os que falseiam resultados e os que pretendem mandar no jogo pelo ataque às próprias instituições que os deixaram jogar, vai-se percebendo de que forma as várias forças mundiais vão aceitando e incentivando regimes patológicos com o único intuito de servirem propósitos seus.
É certo que muitos dirão que esse jogo se chama política. São precisamente esses, os que não distinguem “política” de “domínio”, que agora aparecem jurando que a democracia é o bem comum mundial. Por um lado o seu cosmopolitismo não respeita as premissas e finalidades dos outros, e, por outro lado, consideram que o bem dos outros é a rejeição dos vários bens que constituem a comunidade. O seu critério surge sempre da sua própria narrativa e impondo-se sobre a narrativa alheia.
Ver a Esquerda Modernaça a defender a “Revolução da Internet” e da Coca-Cola é uma radiografia da mente dessa gente que fala como proprietária da Teoria Crítica e da Pós-Modernidade, mas que não receia pôr a sociedade do espectáculo como grande arma para a destruição do imaginário alheio e em pôr os louvores de Foucault à Revolução Iraniana na gaveta, conseguindo assim uma vitória decisiva para as conquistas do Progresso na área.
É verdade que a base futura de apoio do regime está em perigo. Mas o apoio não é legitimidade. Moussawi tem a legitimidade de ser contra o que está. Mas que legitimações irão na cabeça dos jovens que se colocam na frente das manifestações e em que medida o débil imaginário progressista poderá produzir, num Irão com armas nucleares, um regime que seja algo mais que um estado-de-piratas com anseios de Progresso? O Progressismo e o doce comércio poderão gerar algo muito diferente do Irão presente?
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