quarta-feira, setembro 17, 2008

Os Culpados do Divórcio














Esta ideia do Divórcio sem culpa é muito divertida. As obrigações de um casamento passam a estar condicionadas pela vontade dos indivíduos em fazê-las prevalecer. O casamento passa assim a ser um contrato em que os contratantes se encontram vinculados apenas enquanto assim o desejam. Se os cônjuges decidem violar o contrato, basta-lhes, a qualquer momento, denunciar o contrato, regressando assim a um momento de liberdade. Já não há contrato de casamento... é mais um Protocolo!
Anda muita gente chocada com a coisa. O PSD e o CDS criticam esta nova forma de articular juridicamente a sociedade, esquecendo que o mesmo princípio de liberdade já existe em relação a obrigações igualmente importantes. Com a sanção dos referidos partidos, não existe nenhuma pena para um progenitor que abandone os filhos e resolva fazer com que o Estado os tenha de educar. Quem dá os filhos à adopção não tem de dar justificação à comunidade. O pobre que dá os filhos à adopção por não os poder educar ou o rico que acha que os filhos são um empecilho, são iguais perante a lei. O igualitarismo levado aos píncaros da injustiça.
Cá estaremos, Deus permita, para ver a forma como o PSD irá fazer retroceder o mesmo princípio, quando for governo, e acabar com o Aborto pago pelo contribuinte. Irá certamente acabar também com o aborto segundo os desejos da mulher e injustificado.
Mas o que realmente me dá vontade de rir é o voto de Matilde Sousa Franco, que continua a achar que o Estado Social é o essencial e o Aborto, a Família, os Deveres que todos os seres humanos têm para com os seus, são o acessório. A Sra. Deputada mantém-se convencida de que o Socialismo é uma ideia inocente e bem intencionada de redistribuição social de riqueza, mesmo enquanto o PS destrói todos os elementos civilizacionais essenciais do Cristianismo. Vota contra, ignorando ser esta uma das decisões mais viscerais dos seus companheiros de bancada, apostados na criação de uma sociedade realmente “livre”, onde uma pessoa só é pai, filho ou marido na medida dos seus desejos.
Há quem lhe chame Catolicismo Progressista. Eu chamo-lhe apenas confusão.

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