O Fim do Episódio
Escreveu-se muito sobre o neoconservadorismo. Revolucionário, refrescante, uma nova abordagem, tudo serviu para o descrever. Alguns, porém, viram bem o podre da coisa, uma vestimenta conservadora (o modo anti-social, pró-militar e anti-internacionalista) numa alma radical (uma agenda militar democratizante e progressista) e subordinada a todas as bandeiras da esquerda do século XX. Os neocons sempre aceitaram o léxico e os desejos da esquerda (a autonomia, a liberdade irreligiosa), mas mascararam-se ao defenderem elementos anti-utópicos aprendidos na “Democracia na América”.
É claro que muita palonçada correu atrás disso. Podiam assim enconstar-se aos mitos da esquerda em que se formaram e aprenderam a sua única linguagem (dos direitos e das liberdades) e viver a vida encostados à burguesia que sempre desejaram.
Agora que se ministram os últimos sacramentos ao movimento, é fácil observar o vazio de toda a construção. Uns prostram-se, como era sua missão, ao serviço do Poder que vem. Portugal também tem muitos destes. Absorvidos com a máquina, acham que tudo por esta passa e que a solução passa pelo poder. Despiram-se das roupagens da direita e agora unem-se na adoração ao próximo senhor do mundo, ao multilateralismo, e às políticas sociais.
Outros mantêm-se como senhores da guerra, mesmo depois de demonstrado o erro das ideias que lhe deram origem. Estão ao nível da rapaziada que ainda louva os campos de trabalho soviéticos porque recebeu um subsídio no tempo do Companheiro Vasco.
A única coisa que os neoconservadores deixam no pensamento conservador é o vazio que marca a sua partida e a confusão conceptual que deixaram nesse campo.
Finalmente o líder dos Republicanos é tão social-democrata como o do Democrata...
Etiquetas: Conservadorismo
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