quarta-feira, maio 21, 2008

Tecelão de Hábitos





















Nunca percebi bem Paulo Teixeira Pinto. Não lhe compreendo as motivações, a acção, o percurso. No entanto, fruto da insistência de alguns amigos que o têm em elevada estima, tenho vindo a prestar-lhe alguma atenção.
A notícia de ontem que afirmava que Paulo Teixeira Pinto estaria a apoiar a candidatura de Passos Coelho à liderança do PSD, não me surpreende. Vai contra todos os escritos e convicções que encontrei de PTP, contra todo o reforço de um carácter de coesão nacional, contra as regras mais simples da moralidade cristã. Mas não me surpreende.

PTP padece da mesma visão de si mesmo que a maior parte dos líderes da Direita (posterior a Salazar). Como em Marcelo Caetano, Freitas do Amaral ou posteriormente Paulo Portas, em primeiro lugar estariam as virtudes pessoais e só em segundo lugar os projectos políticos. O A ANP, o CDS ou o PP sempre se apresentaram, anteriormente a um conteúdo “ideológico”, como “partidos de notáveis”, onde membros destacados da sociedade pediam votos em troca do desempenho categorizado das suas funções. A identificação primordial desses partidos era sociológica e não ideológica.

O apoio de PTP ao fervoroso abortista, defensor dos casamentos homossexuais, e liberalizador exemplar, que é Passos Coelho, compreende-se nesse universo particular em que as ideias e princípios existem enquanto servem os egos. Por isso os princípios se tornaram confusos e no pensamento de PTP a apologia de Portugal se confunde com o Povo Português, a Monarquia se confunde com a democracia abrilina, e o que realmente se pensa, só é dito em grupos de amigos e em jantares reservados.

Será uma desilusão para todos os que se quiseram iludir.

Apesar de alguns amigos acharem que me vou desperdiçando, não tenho dúvidas. Um homem caracteriza-se pelos seus princípios e não o inverso. Mesmo sabendo que os próximos três anos tratarão de dar fim à “direita que temos”…

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