O Fiel Bracarense
Observando a imprensa portuguesa, é impossível não ficar com a impressão de que o Cónego Melo seria um homem duvidoso. Levantam-se dúvidas e suspeitas, relacionamentos curiosos, presumíveis crimes. Veremos daqui a alguns anos se constará do obituário de algumas das figuras que nos vão ocupando a mente e o país, as suspeitas, as alegações, as acusações que não chegaram à barra do tribunal...
Protector da sua terra, como poucos confrontou “de caras” a hidra que a tentava dominar. Defendeu a democracia, sabendo que na altura era a única forma de evitar a destruição imediata do Cristianismo neste país. Foi um homem prudente, de grande lucidez e que percebeu que sem confronto directo, os equilíbrios de forças nunca poderão ser alterados. Sem nunca ter tido um cargo político, creio ter sido um dos grandes homens políticos portugueses do fim de século.
O povo agradecido dedicou-lhe um monumento, sabendo que lhe devia grande parte da liberdade que hoje goza. Mais importante, o povo de Braga deve-lhe anos, por não ter tido a necessidade de recomeçar do zero, como aconteceu em tantos locais do sul do país. Não conhecendo os números decisivos de expropriações, de fugas forçadas para o Brasil, de gente que teve de comprar coisas que lhe haviam sido roubadas, arrisco que em virtude do clima de resistência gerado pela figura do Cónego Melo e das suas patrióticas simpatias (a protecção dada em Braga aos proscritos do MDLP), o número de crimes será mínimo quando comparado com o resto do país.
Depois do conflito, a vida normal, a restauração da Sé de Braga, por que tanto lutou.
Em Portugal, a não pronunciação de um homem por um crime só iliba os que os media decidem deixar em repouso. A justiça dos homens já falou. Faça-se a Outra.
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