quinta-feira, abril 10, 2008

A Morte de um Movimento

Há uns anos, numa conferência sobre Pensamento Conservador, ouvi da parte de um investigador italiano, uma afirmação muito interessante. Dizia ele que em Itália os conservadores haviam desaparecido com a ascensão ao Poder de Mussolini. Num período de meses, o conservadorismo, que teria tido algum peso em Itália até então, cindiu-se em apoiantes fascistas e resistentes liberais.
A história do conservadorismo italiano é interessante, mas mais importante é a forma como a debandada de conservadores para o movimento fascista é demonstrativa da forma como a ausência de fundamentação do pensamento conservador e das “Direitas”, pode levar à quase completa destruição de um movimento político.

O Romantismo como ideia política parece-me ter sido uma das causas para essa destruição. Onde o conservadorismo estava reduzido a uma crença na necessidade de manutenção do Estado, onde a política era vista como uma pertença política étnica desprovida de um “ethos” mais profundo, a debandada ganhou proporções desmedidas. Por outro lado, dos que defendiam as liberdades, sobraram meia-dúzia enquanto conservadores. Apenas os que perceberam que a liberdade ou se encontra fundada num princípio mais elevado, ou não existe, ficaram. E desta feita sem qualquer relevância política.

Independentemente dos méritos e deméritos do fascismo, a debandada dos conservadores é ainda hoje um tópico interessante, em particular para os que pretendem defender os movimentos políticos como conjuntos agregados de pontos programáticos desligados de uma racionalidade comum.

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