quinta-feira, maio 03, 2007

Para um Movimento Conservador (III)














A recepção à apresentação da Alternativa Portugal foi tépida por parte da blogosfera de direita. Não conhecendo as pessoas envolvidas e os seus projectos de actuação não é de estranhar. As pessoas gostam de caras. Essa é uma parte fundamental da política. Parece-me, porém, que existem alguns pontos bastante importantes na dita apresentação e que são de realçar.


A AP defende a existência de um núcleo essencial da Nação que deve estar a salvo dos precários equilíbrios políticos. Consequentemente, a ideia de que só transcendendo Abril será possível preservar o edifício espiritual e material que somos, parece-me pouco discutível. A existência de um pensamento tradicional dentro deste paradigma constitucional é uma impossibilidade lógica. Para além do mais, a ideia de que um Estado precisa de reconhecer realidades sociais e não de as criar como no projecto abrilino, está também na declaração de princípios.


A ideia de Liberdade como concreto e palpável resultado de uma boa ordem e da sua construção histórica (na boa esteira tradicional de Burke e do conservadorismo anglo-saxónico, intocado pela utopia anarquista ou totalitária afrancesada) é também algo a que creio todos os homens e mulheres de direita e de justiça serão sensíveis. Há uma crítica severa à partidocracia e à sua forma de representação. Até há uma vindicação das vítimas de Abril.


Não me parece que não exista matéria suficiente para discussão...

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