quarta-feira, dezembro 20, 2006

Uma Ideia Para Portugal (IV)

Monarquia e Constituição (II)





















Há nos sectores monárquicos actuais uma confusão fundamental entre o bem do Rei, a título pessoal, e o Bem Comum. Quando se observa a atribuição de títulos nobiliárquicos num momento em que a Casa Real se encontra despida da sua veste pública, não podemos deixar de indagar se tal se deve a acções na defesa da Causa de Portugal ou no sentido da Restauração. Se a própria Causa aceita uma distinção clara entre estes dois aspectos, entre Rei e Nação, não será que a Monarquia Portuguesa se tenha tornado algo de privado?

Para mais e vendo a forma como o Senhor Dom Duarte parece acatar as instituições e o regime vigentes, não podemos senão questionar qual será a Norma utilizada para essa apreciação do Bem Público. Será que SAR interpreta o Bem e o Mal à luz de uma Constituição que não se sabe se aprecia ou se estaria disposto a jurar?
Saber se SAR considera a República um modo legítimo de Governação, um regime que representa Portugal, é o ponto essencial para compreender se existe a possibilidade de uma Restauração ou apenas de instauração de um simulacro. É a República legítima?
Caso o seja, porque razão se mantém SAR a distribuir honrarias que não cabem no domínio da esfera privada?

O grande debate monárquico dos nossos dias não pode ser sobre pessoas e cargos, mas sobre o Regime. Saber se os monárquicos conseguem ver além do aqui e agora, além de maiorias até ao que corresponde à essência de Portugal.

A única coisa que se pode pedir é Consequência…

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