sexta-feira, outubro 15, 2004

A Derrota, Já!

A distancia do pensar ao dizer deve ser longa. Longa pela maturaçao, pela prudencia, por saber que, como no titulo de Weaver, “As Ideias Tem Consequencias”.
Há contudo momentos em que as palavras devem sair logo. E o que acontece neste momento em que nos encontramos derrotados.
As razoes da derrota são as razoes do mundo, e as razoes do mundo são as razoes dos homens.

A traumatica alteraçao do estado Imperial para o Estado continental, gerou nos espiritos mais fracos a duvida do destino. Para onde vai Portugal? No meio do "barulho" um grupo de gente manteve-se fiel na derrota. O Nacionalismo Portugues era a sua bandeira, a Naçao Portuguesa fonte da sua existencia. Era so uma questao de tempo ate Portugal, como havia sido por seculos (uma comunidade autonoma, um poder auto-originado, auto-interpretado, movido pela ideia de fazer o Bem, de aprender pela Historia como viver, segundo preceitos originais e sublimes fins) recuperar a sua grandiosidade (quando não no territorio, na eudaimonia das gentes).
Portugal fez-se Mundo. Fez-se de gentes de toda a Terra. Portugal fez se cupula de uma existencia colectiva dispar, com regioes e habitos diversos. Naçao-Mundo de cultura crista e influencias mundiais.
E se a cultura floresceu, e se a Saudade se sentiu, foi pelas culturas assimiladas, vertidas no Bem Comum de Portugal. As tecnicas arabes, os mapas judeus e genoveses, a reconversao das mesquitas, as Trovas do Bandarra. Assim se fez Portugal.

Mas a Modernidade e pouco defensora da Historia e sem ela e dificil evitar os erros do passado. A derrota e evidente, quando os que pela Patria e pela sua honradez deveriam pugnar transformam o Nacionalismo Portugues numa subsecçao da Grande Naçao Ariana, ou da etnia Indo-Europeia. Já os houve quem quisesse de Moscovo…
Onde um dia era Portugal agora e Magna Europa.
Onde era a Esfera ergueu-se a Estirpe.
Onde estava o Espirito ergueu-se o Sangue.

Para o Portugues a bandeira e um icone. Uma janela para uma verdade que não consegue completamente captar (essa e a sua natureza humana), mas que vai realizando na sua vida.
Mas os sequiosos do Poder não tem bandeira. A bandeira e ocasional, um mecanismo para os seus intentos. Por isso se refugiam na falsidade de suas concepçoes e acrescentam fim egoistas, onde estes nao existiam. A Naçao como fim em si, e uma abjecta abstraçao. A naçao como raça e o deserto total, de quem não consegue observar a elevaçao do espirito soerguendo-se sobre os cientismos-biologistas da Modernidade.


Portugal, como o Caturo me afirmava a proposito destes temas, “ou e uma naçao de etnia europeia, ou não e uma naçao”. Portugal e o excrescente… E uma dimensao esvaida da Raça. Algo de remoçao possivel, e mesmo provavel, uma vez que a comunidade verdadeira e ultima e a “etnia”. E esse o “realissimum”, a dimensao completa da existencia de Portugal.
A ideia enferma de varios problemas (Que unidade etnica havia em 1143? Que semelhança etnica existe agora? Que identidade indo-europeia e essa que engloba India e Paquistao, Irao e Russia, Portugal e o Bangladesh?).
Encerra contudo uma questao essencial. Qual a importancia da Identidade Genetica?
Primeiramente porque ela não implica uma afinidade especifica de modos e comportamentos (os exemplos de povos supracitados são absolutamente auto-evidentes).
Segundo, porque a afirmaçao, sobre a capa da “cientificidade”, de que existia uma afinidade primitiva entre os povos “indo-europeus” esta minada pela não analise de um conjunto de povos (quer por indisponibilidade documental, quer por falta de capacidade tecnica). Ainda que se conseguissem provar unidas por alguma coisa, esta questao seria absolutamente irrelevante, como se observou na primeira afirmaçao.
Terceiro, porque considerar esses povos destinatarios do sub-continente europeu (por terem chegado primeiro a esta parte do mundo) e de uma estupidez tao abrasiva, quanto as simplistas teorias de Nozick de “Justiça como Justo Titulo”. Afirmar tal sandice seria conceder a supremacia as concepçoes liberais, em que Justiça e Propriedade são coincidentes (o que seria absolutamente incompativel com as pretensas visoes sociais destes, ditos “nacionalistas”).


Esta “gnose”, onde o sangue e a carne são mais importantes que o espirito e as suas construçoes, adquire entao, a semelhança do milenarismo cristao, do comunismo e do nazismo, a sua maxima tensao no momento apocaliptico.
A catarse ocorre no momento da guerra racial, onde a "solidariedade do sangue" (provavelmente os O rh+ juntam-se aos Dadores Universais, para dominar o mundo!) se expressa, como por dotes de magia, depois de estar dormente por2500 anos.
A analogia crista e evidente e demonstra as lacunas (como se não houvesse já suficientes no que foi exposto anteriormente), de um pensamento “a moderna” cheio de “saltos-de-fe” kierkegaardianos, mais adequados a uma religiao que uma politica!

Que nao permaneçam duvidas!
Quem pactua com o Erro, fica por ele manchado!

Esta continuara sempre a ser uma casa Portuguesa!

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