terça-feira, abril 29, 2008

Culto da Moderação?














Quando aparece alguma coisa sobre Burke, leio-a. É uma marca de deformação profissional. De tantas coisas que li, as piores são as que o classificam como um campeão da moderação. Burke foi um homem moderado, defendendo a negociação em vez do conflito, sempre que possível. Esta possibilidade, porém, era ditada não pela capacidade de manter a máquina em funcionamento, mas pela possibilidade de manutenção de uma ordem justa.
Os que consideram que Burke foi um moderado incorrem num erro demasiado evidente.
Não conseguem compreender nunca as Reflexões e as Cartas sobre uma Paz Regicida.
Como encaixar nestas duas obras a rejeição liminar da Revolução? Como compreender que as ideias da Revolução mereçam uma “guerra eterna”? Como perceber a satisfação de Burke ao ver que a Revolução havia tragado pela guilhotina os traidores do partido de Orléans?
Burke nunca foi um orleanista...