Posts de Verão
Suspensões
O Exército Israelita afirmou que irá suspender as suas acções aéreas durante 48 horas de forma a investigar o que se terá passado em Canaã. Terrível decisão que demonstra bem a não existência de um “estado de necessidade”, mas de que a esmagadora parte das acções são punitivas, uma réplica das acções levadas a cabo por toda a Palestina.
Mais uma vez cabe afirmar que a morte de civis seria justificável se evitasse um dano maior. Assim se observa que não é o caso e que os que legitimam este tipo de acções padecem de uma doença grave.
Obrigações
A Modernidade trouxe consigo um conjunto de ideias de perigosidade extrema. Uma delas foi a ideia, recuperada dos convencionalismos sofísiticos do Mundo Antigo, de que o único tipo de obrigações é político (ou melhor dito social).
A ideia de uma moral que é definida apenas por um elemento exterior ao indivíduo, em que este se encontra castrado da possibilidade ou mesmo da necessidade da compreensão da acção, define que a completa extensão da moralidade face a uma alteridade: o soberano, o colectivo, um Deus incognoscível.
Nesta abordagem de que Hobbes é, talvez, máximo expoente, o Político enforma a totalidade (ou a quase totalidade) da vida humana. Os elementos externos a esse círculo político são desprovidos de direitos. Assim se forma a ideia de “inocentes dispensáveis” que encontramos defendida em tanta, e tão influente, literatura “neo-realista” dos nossos dias. Homens que não têm direito à humanidade... Não creio que se possa compreender Israel sem compreender a concepção judaica de humanidade. Creio ser o ponto fundamental para tal, mas ficará para depois.
Importante é referir que um inocente, alguém que independentemente de suas crenças e opiniões, não tem capacidade de inflingir qualquer dano, é sempre um elemento a preservar. Um elemento qualitativo e não quantitativo... Não há inocentes de segunda! Qualquer acção militar tem de preservar os inocentes, sejam eles estrangeiros ou nacionais, uma vez que os não-combatentes não são inimigos. Qualquer acção que perigue a vida de inocentes deve equacionar a perda de vidas como se da de cidadãos nacionais se tratasse.
Um disparo sobre um prédio onde estão civis libaneses só deve ser realizado:
Quando exista prova de perigosidade maior dessas armas.
Quando o disparo se efectuasse mesmo se os civis fossem israelitas.
Quando existe incapacidade para qualquer outro tipo de acção menos violenta.
Estou longe de afirmar, como alguns, que só existe malícia na intervenção israelita. Há nela uma grande medida de bem... É fundamental olhar e perceber o que seria dispensável e o que não.
Ainda ontem um caça israelita alvejou duas camionetas de extracção de água. Quem tiver oportunidade de observar as imagens do alvo será rápido a ilibar o piloto, uma vez que os camiões são muito semelhantes a lança-mísseis portáteis.
Ninguém mais do que Israel terá interesse em compreender onde foi utilizada força desnecessária, por forma a libertar-se de assassinos e oportunistas. Essa acção só pode ser conduzida caso a caso...
Etiquetas: Internacional
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