Outros São Todos
Diz o MCB exactamente o mesmo que eu. Israel tem todo o direito a defender-se...
Não tem é, por certo, direito à maldade.
Não tem direito a destruir aeroportos, uma vez que o Hezbollah não tem aviões, não tem direito a tomar todos os apoiantes do Hezbollah por assassinos, destruindo descuidadamente os bairros islamitas onde vive gente que nunca pegou numa arma, não tem direito a dizer-se defensor da liberdade de opinião e depois achar que os bairros que apoiam o Hezbollah podem ser destruídos à vontade do freguês, num ataque punitivo que não tem qualquer possibilidade de demover as populações de aderir a movimentos terroristas.
Meço o sucesso da intervenção israelita pela destruição do Hezbollah, mas também pela capacidade de conduzir uma guerra sendo fiel aos seus próprios princípios.
O pensamento “neo-realista” advoga a inexistência de obrigações da comunidade política. É amoralista, porque convencionalista, na ordem interna, e na ordem externa, maquiavélica e hobbesianamente, defende todo o tipo de massacres em prol de uma determinada causa. Se a “direita” americana advoga esse legado de deprezo por qualquer ideia de justiça, justifica as acções israelitas “ab initio”, criando a ideia de que qualquer ordenação dos assuntos do mundo segundo princípios é uma utopia esquerdista.
Qualquer conjunto de valores que acabe na soleira da porta esconde sempre uma mentira, a afirmação de que esses elementos não existem na realidade.
A Democracia como elemento de validação, como proposta de mundo e ordenação das sociedades, é uma mentira...
Etiquetas: Internacional, Modernidade
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