quarta-feira, janeiro 14, 2009

A Metade que Faltou

A pedido de amigos, que a comunicação social e a sua agenda “progre” não manda aqui, decidi-me a escrever umas linhas sobre as declarações do Cardeal Patriarca. Antes de tudo parece-me que as declarações não têm nada de especial. Apenas um aviso de que uma mulher que se case com alguém que professe a fé islâmica, terá de observar um conjunto de preceitos e aceitar uma forma de vida que possivelmente não se coaduna com a sua cultura e hábitos de vida. O mesmo se poderá dizer de uma mulher que se case com uma estrela de futebol egocêntrica, com um militar, com um budista... A afirmação é tão banal e simples que não mereceria qualquer atenção, não fosse a existência de um exército de “jornalistas de causas” e de uma pressão insustentável para que se veja o Catolicismo como foco de intolerância religiosa que combate contra o acervo de liberdades e garantias multiculturais do Estado pós-moderno. São sempre os mesmos, com um mesmo propósito: demonstrar que apenas quando não houver propostas morais-religiosas a liberdade será atingida. Só quando ninguém acreditar que existe Bem e Mal poderá reinar o caos da força e o Homem finalmente servir o Homem, sem apelo nem agravo... Quem leu Dawkins ou Hitchens percebe rapidamente a vontade de criar uma ordem meramente humana (onde cada um é como quer, desde que ajoelhe perante o Leviatã) e como esta é maior das Tiranias, ao bom estilo da “godless” URSS, a quem desculpam os “exageros”. É singular, mas ilustrativo, que sejam os que mais desprezam a capacidade de ver qualquer Ordem Superior no universo, quem mais se preocupa com as afirmações dos que acreditam que Esta existe.

Se o Cardeal Patriarca tivesse tido a ousadia de relembrar os católicos e suas legítimas esposas e noivas das obrigações e preceitos políticos e morais que devem seguir, talvez a declaração tivesse algum préstimo. Mas do que percebi, no meio dos bocejos de que sou acometido cada vez que ouço o senhor Cardeal Patriarca, não existe diferença em termos de costumes entre os que que professam a Fé e os que se renderam à cultura pós-religiosa e modernaça das capelinhas socialistas. Estranhamente o Senhor Cardeal Patriarca não mencionou os perigos de uma mulher católica se casar com um comunista, um niilista, um abortista... Um lapso que emendará certamente.