quinta-feira, dezembro 18, 2008

Este Tempo

Não escondo a minha desilusão com os últimos tempos deste blogue. Pouco tempo, pouca paciência, alguma tristeza com ausência de discussão de ideias na blogosfera e pelo pequeno número de pessoas com capacidade para tal. O problema é sempre o mesmo. Os nossos liberais, conservadores, socialistas, nacionalistas e esquerdistas são o que são por obra do acaso ou por acharem que tal reflecte uma imagem que querem transparecer para os outros. São poucos os que compreendem as implicações de uma forma de pensar… O problema é sempre o prefixo. Um neo-liberal é aquele que quer ser liberal, mas que ignora que o liberalismo tem uma concepção do universo que deve respeitar. Um neo-niilista é um chico-esperto que gosta de gatinhos e flores campestres. Um neo-conservador é alguém que quer conservar o que está mal na sociedade e ignora que a única coisa a conservar é aquilo que “É”.

A única coisa curisosa dos tempos mais recentes tem sido o renascimento da ofensiva pelo “homicídio a pedido”. Interessante a forma como no Luxemburgo a oposição à legalização dessa prática tem sido um exemplo para todo o constitucionalismo moderno. Se existe um poder no Estado que se opõe a uma medida do executivo e do parlamento, revê-se a Constituição de forma a que este não possa fazer frente a esses potentados democráticos. Uma bonita forma de separação e interdependência de poderes. E quem é o democrata que ousa corrigir esta estranha e democrática forma de constitucionalismo?