terça-feira, julho 01, 2008

Explicação Necessária














Após o lançamento do livro de Pat Buchanan “Churchill, Hitler, and "The Unnecessary War": How Britain Lost the Empire and the West Lost the World”, surgiram enormes discussões sobre Churchill e o seu papel na História. Tornou-se rapidamente o grande tópico de conversa e debate entre “as direitas” e um interessante elemento diferenciador entre as várias sensibilidades “conservadoras”.

Ainda não concluí a leitura da obra, mas o argumento não me está a impressionar, porque me parece claro que a reformulação europeia que a Alemanha Nazi queria realizar seria suficiente para, em poucas décadas, destronar a hegemonia britânica.
Para além disso o problema da Paz de Versalhes é tratado por Buchanan de um ponto de vista infelizmente esquerdista, ao defender que a Alemanha não teria outro caminho que não fosse a guerra. A análise da natureza do regime nazi é também pouco cuidada na obra, sendo que merecia alguma sustentação mais sólida. A crítica nunca vai para além de algumas frases de descontentamento ou de desprezo. Ou seja, encontramo-nos longe do melhor de Buchanan.

Existem algumas boas críticas ao livro de Buchanan. A de Lukaks (apesar do erro final), publicada na revista de Buchanan, é bem apanhada e percebe que o erro do livro consiste numa sobreposição de W. Bush a Churchill que tem demasiados borrões. A de Weatcroft, na NYRB, também percebe o mesmo e percebe-lhe os méritos e os erros (as inconsistências de Churchill e a incapacidade de prever a extensão e consequências da guerra à partida, respectivamente). Só o Jansenista é que não percebeu isso e de maneira leviana levou a sua caçada ao nazi a Pat Buchanan (nem o Prof. Espada, filho afectivo de Churchill e de um austríaco de que não me recordo o nome, caiu em tamanho disparate), utilizando frases retiradas de panfletos protestantes do século XIX como “Buchanan parece, além disso, viver num mundo de obscuridade e de ignorância”, que ilustrariam melhor um filme de “cowboys e índios”, do que uma reflexão séria sobre um livro. Não sei se o Jansenista o leu, mas já começa a parecer um menino que só sabia uma música.


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