terça-feira, setembro 18, 2007

O Napoleão de Buckingham Palace





















O António Bastos relembra Diana de Gales e a sua amoralidade emotiva. É notável que nas sociedades em que se afirma o culto da autenticidade se defenda o total divórcio entre a pessoa e a pessoa pública. Diana é a epítome desse divórcio. Uma mulher que se tornou princesa, mas que recusou as obrigações morais e pessoais inerentes a esse estatuto, como quem renega uma família ou o seu país. Um povo ignorante que vê nas preocupações caritativas dos seus soberanos a fonte da sua obediência, à boa maneira da legitimidade napoleónica. A princesa não lhes dava moedas de ouro ou a vitória militar, mas o sonho da benevolência de mulher famosa. Gestos efémeros, uma carícia a uma desconhecida que os media amplificaram como condesador de toda a bondade do mundo, e lá vai a população a achar que a monarquia é andar a dar sanduíches às crianças...

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