terça-feira, setembro 04, 2007

Fiar-se
















Não são justas as críticas que apregoam que neste blogue não existe uma preocupação com a emergência de um Totalitarismo Imperial, assente no Progressismo e difundido através do sexualismo, da destruição da temperança, da ideia de que não existe medida para o que deve ser desejado, de que mais é sempre melhor.
Pelo contrário, sempre tomei como princípio essencial para a restauração da Humanidade a necessidade de reconduzir a técnica ao seu devido lugar, pelo que não me assustam as tecnologias, que podem sempre ser conduzidas para o bem e para o mal. Preocupa-me apenas que, neste momento, os homens bons não tenham acesso a esses instrumentos, dado que as comunidades de homens bons se podem contar pelos dados.
Tem, por isso toda a razão o leitor Pedro Salza que, como eu, toma a acção como definida pela obtenção das suas finalidades.
A dúvida do atento amigo Demokrata corresponde precisamente à inquietação perante o a questão das finalidades e a sua aproximação ao maquiavelismo moderno. A diferença entre Maquiavel e São Tomás nesta matéria reside na licitude das finalidades. Em Maquiavel e em todo o pensamento moderno, o homem não possui uma hierarquia de finalidades que lhe seja externa. É ele que, segundo o seu desejo, constrói as finalidades da sua acção, tendo apenas como limitação a existência de uma ordem-das-coisas que o Homem deve penetrar para submeter aos seus intentos (individuais ou colectivos).
Em São Tomás, por seu turno, o Homem encadeia-se numa ordem do Ser e os seus desejos encontram-se (ou devem encontrar-se) limitados por uma concepção do Justo que o ordena. É por isso que na visão Cristã do Mundo, apesar do homicídio ser um ilícito moral, existe permissão para fazer a Guerra em defesa de um Bem, de matar para evitar dano proporcional, de restringir a liberdade para o vício à mão armada. Não há dúvida de que é um mal (e daí que muitos sacerdotes se tenham escusado dessas actividades, em consonância com a doutrina), mas é um mal que é conduzido para o Bem e sem o qual não é possível salvar Bem nenhum, excepto para os “milenaristas” que crêem que na Idade do Espírito Santo. Os que acham que não é preciso correr...

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