Estados de Alma
A Direita não tem ideias, nem sequer as pretende ter. A vitória de Portas, assim como a histórica decisão de passar à eleição do líder por directas, são sinais dos maus tempos que aí vêm. São maus augúrios porque deixam os líderes à mercê dos eleitores. A vitória de Portas é uma cedência dos princípios (Portas não os tem e gabou-se disso aos telejornais de hoje) à eficácia do combate pelo Poder, sinal de que os militantes do CDS preferem ter os mesmos princípios que o PSD para voltarem a sonhar com as assessorias governativas a que julgam ter direito divino. Esta é a grande vitória da democracia “centralista”, na medida em que consegue puxar para si o único partido de direita que existia no seu espectro. Enquanto Durão Barroso havia explicado que o PSD era um partido contra a “sucata ideológica”, Portas veio mostrar o CDS como um partido que se preocupa com os problemas reais das pessoas. São os dois o mesmo tipo de vendedores de “banha-da-cobra pragmática”, claro está, porque as ideias são formas de resolver problemas e quem não é suficientemente lúcido para perceber isto arrisca-se a ir longe neste país do faz-de-conta. Lembro-me de há uns anos os estrategas do CDS terem tentado capturar a ala direita do PSD. Agora o CDS quer tomar o lugar do PSD...
E a tão propalada extrema-direita, o que é que nela reside de Direita? Não gosta do apodo e não defende nada do que historicamente a Direita portuguesa sempre foi. Aqueles gritos mártires de “Viva Hitler” devem fazer-nos todos indagar quem são os seus camaradas...
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