quarta-feira, abril 18, 2007

A Eliminação do Conflito














Como relembra o leitor Alex, a sociedade sem conflito é uma das grandes heranças do utopismo. Seja através de Rousseau que tentou criar a comunidade em que todos se submetem à comunidade pela participação de uma constituição, seja pelo comunismo que defendia o estatismo mais abjecto e inapelável, a ideia de eliminação dos conflitos através da imposição de um pensamento único (que é o pensamento vazio da submissão incondicional) comporta a ideia de que todos os comportamentos humanos devem ser controláveis e corresponder a uma maneira única (supostamente a melhor).
Se estas concepções foram adaptadas para a direita pelo Fascismo e por outras posições estatistas da não-esquerda, é preciso que se diga que são incompatíveis com a concepção cristã de Homem. O Homem não é perfeito e não o será. Será melhor ou pior, mas nunca se libertará do Erro neste mundo, sendo que por isso as várias posições sobre um mesmo assunto são mero reflexo dessa condição. Basta observar que quem discorda do que disse está a tomar um partido diferente...
O que preocupa é a substituição do Bem Comum por bens privados, ao abrigo de ideias que dizem não haver diferença entre a justiça e o interesse próprio dos governantes e a ideia que num conjunto de princípios defendidos pelo partido estão os fins da própria política e não no bem da comunidade. São esses os partidos da “guerra civil eterna” e que os membros aceitam que se vendam a interesses externos. O partido como finalidade da política, a partidocracia, é o que está mal, sendo que pode haver partidocracia de um (Nazi ou Comunista) ou de muitos (mera escolha de partido sem ligação ao bem colectivo).
Todas as sociedades têm conflitos. É para esse efeito que o Estado possui uma concepção de justiça, em prol do Bem Comum, para que se possam articular posições diferentes no seio da justa ordem. Ao Estado, ao contrário das cartilhas totalitárias que por aí se difundem, interessa apenas o conflito de relevância política. Somos partes, é certo, mas que têm de estar agregadas por uma finalidade. A agregação não é a finalidade, que para isso já nos bastam os sonhos igualitários e socialistas...

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