Ainda a Censura
Com a atenção e amizade que os caracteriza decidiram os amigos MCB e Alex comentar o meu anterior texto sobre a existência de censura. À questão sobre se os riscos da censura são maiores que os seus benefícios a minha resposta é, como sempre, depende da forma como é feita. A censura do franquismo que visava proteger a harmonia entre as populações parece-me boa e não colocar em causa qualquer princípio importante. Nem sequer me parece que tenha sido "self defeating", uma vez que só quando a democracia chegou a Espanha se começaram a sentir os primeiros sinais de anti-semitismo.
Quanto à possibilidade da censura destruir as artes, basta observar a história do Ocidente e a forma como as artes nela floresceram, apesar de ser perfeitamente claro que na expressão artística e da expressão humana nem tudo pode valer.
Felizmente o Cristianismo não possui as tendências totalitárias das corruptelas de Lutero e Calvino e por isso conseguiu solucionar o ataque à arte de Platão e reconciliá-la com o Bem, através da representação como caminho para o transcendente. Ao contrário da arte pós-cristã que celebra o homem e muitas vezes o vazio e o nada que este carrega na sua pior forma, a arte cristã pretende ser uma janela, um mostruário de como as formas se estruturam para obter vislumbres de Deus. Houve tempos em que arte significava representar e construir.
Etiquetas: Pensamento Tradicional
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