segunda-feira, novembro 14, 2005

Allô, Presidente!

Estive há dias à conversa com um amigo que estranhava o facto de eu, monárquico assumido, votar nas Presidenciais.
A razão essencial prende-se com a necessidade que reconheço de, mesmo num regime degenerado como este, fazer o que está ao nosso alcance para encontrar um caminho menos mau para os nossos dias. Embora não concordando absolutamente com a Constituição de 1933, acreditando que as Constituições dos povos são princípios gerais que infundam um modo de vida e não uma disposição programática, poderia ter votado a favor no plebiscito. Da mesma forma que teria votado no Almirante Américo Tomás perante o perigo à soberania nacional que constutuia a candidatura “americanizada” de Humberto Delgado.
Infelizmente não existe neste momento um candidato menos mau às Presidenciais que se avizinham. Todos defendem o mesmo. Este regime, esta maneira de interpretar a Constituição, a venda de direitos sociais em troca de votos e silêncios dos sindicatos. Todos pactuam nisso. Uns até fazem dessa “igualdade material” ideologia...
Nas entrevistas os candidatos esforçam-se por nada dizer, tentando branquear as suas ligações com os partidos. Todas as entrevistas são más, sem ideias ou soluções... “Educação, competitividade, progresso... o nosso futuro e o das nossas crianças!”
Todas as banalidades do mundo concentradas em meia-dúzia de sujeitos...
Só a vontade de desferir um último golpe num velho criminoso, a vontade de matar o demagogo com o ferro com que este matou a pátria, pode levar um português de bom-senso a fazer uma cruz lá por alturas de Fevereiro...

Etiquetas: