terça-feira, novembro 08, 2005

Uma Nova Discriminação Positiva

O fenómeno mais interessante das Revoltas Francesas desta semana é a inexistência de um conjunto de propósitos e reivindicações. Cada vez que os jornalistas questionam os revoltosos a reivindicação é diferente. Respeito, integração, bom tratamento nas entrevistas de emprego, tudo serve para os meliantes justificarem as suas acções.
De estranhar os baixíssimos níveis de repressão empregues pelas forças policiais, apesar da utilização de armas de fogo. Parece que existe uma estranha auto-limitação, com vista a uma proporcionalidade de forças entre as partes. Proporcionalidade absolutamente injustificada, a não ser que se considere que deva existir um equilíbrio de forças entre crime e legalidade (como propõe o Reverendo Louçã).
A solução para o problema será sempre temporária.
A repressão, no caso de não conduzir a uma recondução moral, a uma defesa do bem comum que não permita uma pluralidade associativa que lhe seja prejudicial, será sempre um paliativo.
A implementação de medidas sociais vai resultar apenas em maiores crispações.
Se vier na forma de obrigatoriedade de servir um café de cortesia aos imigrantes candidatos a um emprego será cumprida a grande reivindicação dos revoltosos. Toda a gente já percebeu que os revoltosos não querem um tratamento igual. Querem viver à sombra do Estado Social. Querem preferência nos empregos (por deterem menores capacidades académicas). A integração só poderá ser feita à custa de gente mais capaz que será preterida na busca de emprego, e dos trabalhadores e empresas que serão onerados.
Resta saber se a integração social e laboral de imigrantes é uma prioridade para a comunidade, ou apenas para os que lucram com o aumento exponencial de oferta de mão-de-obra que. Também interessa saber de que forma os rendimentos laborais dos trabalhadores imigrantes que se transformam em remessas para o estrangeiro prejudicam a capacidade económica, de investimento e aforro, da comunidade portuguesa.

Falta relembrar, por muito que custe à mentalidade dominante, que “o querer não é razão”.

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