terça-feira, outubro 14, 2008

O Novo Socialismo de Sacristia









Em Portugal existe um novo partido político. Sem ideias novas, inteligência e sobretudo sem nada dizer, nasce um projecto político que nada traz de novo. Para além de um conjunto de solidários profissionais e de muita gente que vai à missa, este novo Movimento Esperança Portugal não é sequer algo com que valha a pena perder muito tempo, tal é a banalidade da sua proposta que em nada se distingue da falta de imaginação de um PSD ou PS.
A coisa é tão original que inclui como preocupações fundamentais o combate pela Igualdade de Oportunidades (sem explicitar se vamos ter educação igual e o fim dos colégios privados), a determinação de erradicar a Pobreza (esquecendo a pobreza de espírito de muitos dirigentes da coisa) e a promessa de “riqueza para todos” (esquecendo-se de explicitar como é que se vai conseguir distribuir a riqueza e continuar a produzi-la).
É evidente que esta tentativa de transformar o país à luz de um microcosmos sociológico e dos slogans banais de alguns ignorantes tem um objectivo. Debaixo de todo este lixo de banalidades, esconde-se a vontade de alguns figurões passarem à ribalta política depois de lhe roubarem o poleiro. Daí termos como grande elemento justificativo da existência do partido grandes progressos civilizacionais como a “construção de pontes”, a “unidade na diversidade” e o “combate à info-exclusão”, que se inscrevem tanto no léxico da esquerda, como na própria tradição guterrista de governo.
No meio do programa são deixadas cair algumas frases que demonstram o verdadeiro sentido anti-Cristão deste movimento de sacristia. “O Ser Humano enquanto medida de todas as coisas” é uma frase que vai buscar o pior do humanismo secularizado. A isto se junta a ideia ainda mais oposta ao Cristianismo (porque Socialista) de que o Bem Comum é o preencher o Homem com bens materiais (a pobreza, em vez de ser uma consequência da ordem das coisas e das transferências voluntárias de propriedade, é vista como um atentado à dignidade humana, o que vai contra quase vinte séculos de Doutrina da Igreja). O mesmo se dirá da defesa da Declaração Universal dos Direitos Humanos como elemento essencial doutrinário do MEP, o que, ao defender a origem humana do poder político vai contra a Filosofia Política Cristã e demonstra como o humanismo secular é a verdadeira fonte de inspiração do movimento. E não é por vir da sacristia que o lixo intelectual se transforma em ouro…

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