Longe do Fim
Não sei se estamos a assistir ao ocaso da blogosfera. Se o FSantos estiver correcto estamos em “fim de festa” no que respeita a um círculo nacionalista, desenvolvido nos últimos quatro anos. Creio que o mais interessante e útil, o confronto de ideias, passou por este círculo de alinhados e não-alinhados de Direita, intransigentes da Nação, uns mais motivados e inspirados, outros menos. Constituiu-se um círculo de discussão espontâneo e muitas vezes de qualidade.
A perda deste círculo não implica, porém, o fim dos blogues. Este blogue funciona para mim, como repositório de ideias. A difusão de ideias e a existência de alguns leitores fiéis é um agradibilíssimo efeito secundário do qual me custaria prescindir, mas que não impediria o curso do que se escreve neste pequeno caderno electrónico. Custa-me pensar que a perda de alguns leitores ou polémicas sirva como desculpa para o abandono de projectos que se pretendiam ser superiores ao ramerrame das coisas que existem por critérios numéricos e de eficácia.
E os substitutos não são felizes. O nível dos vários “fora” que se encontram por aí é um misto do melhor e do pior. Gente bem intencionada, quase sempre, mas com alguma impreparação que leva à moderna preferência de qualquer acção, acima da boa acção. São poucas as discussões interessantes e sempre que algumas pessoas de maior capacidade elevam o nível da discussão, procurando estabelecer pontos de distinção e elementos que conduzam a algo mais amplo que um slogan patriótico, a discussão encontra o seu fim, ou é desconstruída sem nexo por um dos muitos ignorantes que pretendem promover-se e às suas demências, a custas da boa vontade de outros.
Eu não vejo caminho que não seja continuar até que me falte o que dizer.
Enquanto não chegar lá...
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