Vermelho Induzido
A diferença entre um conservador e um liberal é que o primeiro sabe que o único caminho para a liberdade é a existência de uma norma ou conjunto de normas que se oponham à solidão atomizante, à descivilização progressiva, ao homem-vazio. O liberal acredita que o vazio do indivíduo, livre para se auto-destruír, é o reduto final do alcance do político. Se todos os indivíduos de um Estado Liberal decidirem cometer suicídio, paciência...
Para este problema há várias formas de pensar.
Pensar que isso nunca poderá acontecer é típico de uma concepção de que, no fundo, removendo todas as camadas de civilização, ficará a tendência para um bem. Por outro lado, são estes quem, geralmente, pensa que o bem e o mal são meras questões individuais. Considerar que o bem é algo de pessoal e depois que reside no fundo de cada um, é o mesmo que dizer que todos os carros são vermelhos, mas que a sua superficialidade o está a cobrir. O vermelho é apenas uma indução, algo que se pretende inculcar como Natural, como se a natureza não fosse o “dever ser” mas uma concepção original e primordial, inventada por um qualquer filósofo e intelectual, proprietário de uma qualquer pneumopatologia que o impede de ver além dos seus desejos.
Esta inversão da Natureza é uma das mais importantes da filosofia moderna.
Que préstimo terá esta concepção que determina o ponto de chegada e o caminho pelo ponto de partida?
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