A Direita Marxista
Não sei de que direita é Paulo Rangel. Não sei, mas não há de ser de nenhuma que me interesse. A ideia de que a direita pretende o mesmo que a esquerda, mas por outros meios, é para mim e para qualquer pessoa que se considere de direita, uma ofensa grave.
A ideia de Rangel é a continuação do que aqui temos vindo a referir. Para esta direita a diferença entre o extremismo e o centro está no método empregue (a força ou o argumento). Esté tudo rendido à ideia de direitos sociais, de que a comunidade serve para satisfazer os “direitos” e os apetites dos indivíduos...
É mentira que direita e esquerda façam a apologia do Bem Comum. O que a esquerda (e pelos vistos a direita que temos) faz é uma apologia do interesse público, das finalidades da comunidade, como mero preenchimento dos desejos e necessidades individuais. O sonho de Marx e dos socialismos está, por isso, perfeitamente vivo nos que se consideram portadores desse desígnio público de satisfação das necessidades privadas. Nada de comum existe, nenhum critério deve reinar, porque os desejos dos indivíduos (o critério marxista da necessidade dos indivíduos) reinam na sociedade. Eu, ignorante, sempre pensei que ser de direita era buscar o critério de justiça, o ponto que permite distinguir entre o que é lícito para o homem pedir à comunidade. Vejo que não. Que o igualitarismo socialista já tomou os que se dizem de direita. Sem pudor, possivelmente, sem consciência e certamente sem justiça.
Há uma reconquista a fazer.
Etiquetas: Modernidade
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