As Banalidades do Mal
O relativismo é uma consequência de vários caminhos. O fechamento ou abertura historicista é um dos seus lógicos antecedentes, e um dos mais sofisticados, porque gera a ideia de que esconde uma moral que de facto não está lá.
Por um lado o historicismo encerra o homem na prisão do Outro. Os outros, passados e presentes, comandam o Homem moralmente, estando este absolutamente incapaz de determinar o bom e o mau, para além do seu circunstancialismo. A consequência política desta ideia é a absolutização do Poder, realizada segundo os convencionalismos ou o poder fáctico, onde o Homem está despido dos recursos morais que lhe permitam resistir. Este historicismo vive constantemente “no melhor dos mundos possíveis”, onde nada é superior ao tempo presente.
Por outro lado o historicismo possui a patologia inversa, que crê que, por existirem no mundo diversas posições sobre o conhecimento, nenhuma delas tem qualquer validade. Ideia de e para gente simples ou de interesse na mentira, este axioma consiste em afirmar que por uma pessoa no mundo ter errado na soma 1+1=2 esta perde qualquer validade, ou que qualquer que seja o resultado este será válido. Esta abertura a tudo como verdadeiro recua à velha crença panteísta, precursora do Totalitarismo e de despotismos vários.
Será que o Daniel Oliveira acha que está a fazer um grande avanço quando professa tais banalidades? Será que compreende que ao fazer a apologia de que o Bem está nas circunstâncias e na Vontade está a recorrer à mesma sofística que o III Reich e, consequentemente, a aceitar que o Nazismo e o Socialismo que ele preconiza não possuem um ponto externo que permita distinguir um melhor e um pior?
E se assim é, a perseguição aos fascistas que o Daniel conduz poderá ser considerada algo mais do que um fruto do seu desejo individual ou do colectivo de seus comparsas?
No Daniel Oliveira, como é habitual no espaço político a que pertence, a única posição admissível é a de Pilatos. “O que é a verdade?” pergunta a todo o tempo.
A herança de Trasímaco e Pilatos pesa-lhe na argumentação...
Etiquetas: Comunismo e Socialismo, Modernidade
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