sexta-feira, março 09, 2007

Descrença Religiosa
















Antes as religiões eram normas que se procuravam. Agora está tudo dentro do Homem. Em cada simplório um sumo-sacerdote da vulgaridade. É só escolher o que lhe apetece. No Paganismo procurava-se a trancendência a partir do mundo. No Neo-Paganismo procura-se destruir a transcendência para que predomine o Mundo. Inventam-se deuses da cidade, não para que o seu exemplo os inspire (tradição que foi prolongada no exemplo dos Santos), mas para que o exemplo seja coincidente com os desejos de cada um. Inventa-se um outro mundo, mas só para justificar este e as suas falhas. Inventa-se um culto, mas nenhuma norma externa que não seja a Vontade, deixando o Homem sem qualquer farol para o Dever Ser. Inventa-se um Panteão, para se esquecer a unidade da Verdade. Inventa-se um Mito, para que se possa dizer que há várias verdades.
Como dizia Dostoyevski acerca do Comunismo pela boca de Aliocha Karamazov, não é tentar atingir o paraíso na terra, mas apear o paraíso, vulgarizando-o...
O Neo-Paganismo não é uma crença. É uma descrença!