A Minha Acusação
A Igreja Portuguesa não falou claro. Com os habituais medos de ser acusada de ingerência em questões políticas a Igreja não foi a defensora da Civilização. Padres houve que disseram que quem não acatasse as decisões da maioria mereceria ser excluído da sociedade. Conheço muito menino da Obra (e que vive à sua sombra) que achou a despenalização acto mui cristão, no desejo bem modernista de olhar os agressores como vítimas, numa socialização da culpa que só pode ser aplacada pela reformulação da sociedade segundo o paradigma socialista (caridade obrigatória, estado laico, direitos materiais assegurados para a criação de um paraíso social).
Toda a parafernália dos Direitos Humanos, toda a genuflexão perante o secularismo dos valores por estes defendidos, geram coisas destas. Os poucos que se atreveram a falar da incompatibilidade deste humanismo sentimentalista e socialista face ao Cristão foram linchados na praça pública. Há heróis na Igreja, mesmo quando a cobardia e o Mal impera. Que o Papa Bento faça a clarificação necessária, que mais vale uma Igreja Cristã pequena, que a nossa, portuguesamente prostrada aos poderes que estão.
Acredito no valor profilático da Excomunhão...
Não vou falar dos Não que valeram milhares de Sim. Seria demasiado extenso... Houve os Ainda Não, À Minha Raça Não, os Nim, os Não Me Apetece Embora Não Exista Nenhuma Razão Para Isso, os Não Há Dinheiro Para Isso... Tudo Sim, mas bem disfarçado.
O pior veio depois...
Prostrado perante a turba esteve Marques Mendes, que esta gente de alma pequena está sempre pronta a discutir. Na campanha MM disse que achava que a vida começava no seu início. Ontem à noite, democraticamente, a vida passou a ser às 10 semanas.
Das duas uma. Ou aconteceu isso, ou MM acha que a vida de outros seres humanos não é importante. Pela forma como aceitou que o Estado português licenciasse o homicídio dir-se-ia que deixou de acreditar no que há duas semanas escreveu. Há gente para quem a Verdade prescreve.
Se isso não chega para todos os católicos do PSD entregarem os cartões...
Que fique nas suas consciências.
Etiquetas: Aborto, Modernidade
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