Os Próximos Passos da Pós-Modernização do Regime
O Estado Ideológico caminha a passos largos. Não vai faltar muito para que um médico que se recuse a cometer um homicídio seja expulso da função pública, por violação da vontade do paciente. Em Portugal a Liberdade é uma farsa. Fala-se de liberdades civis, mas quer-se regulamentar tudo ao abrigo da Democracia e da não-discriminação. Regula-se a estrutura dos partidos políticos, impedindo que estas não sejam democráticas e ainda se obriga a que tenham mulheres em seus quadros. Diz-se que a sociedade civil deve ser livre, mas impõe-se no seu seio a impossibilidade de escolher os seus membros. Fala-se de solidariedade social, mas regula-se a ementa do que pode ou não ser dado no acto de caridade. Agora ouvem-se vozes que dizem que a Igreja não pode expulsar do seu seio os que lutam contra os seus princípios.
Esta é a liberdade que nos vai conduzir nos próximos tempos. Uma liberdade tolerante apenas ao que o Estado não contradiz.
Este é o drama da política. A sociedade aberta é um mito e um médico passa agora a ser um servo dos desejos do paciente, ao contrário de ser um defensor da Saúde (uma das expressões do Bem no Ser Humano). Porque se o Estado defende que deve prevalecer a vontade das mulheres acima de tudo, é óbvio que um funcionário público que se recuse a obedecer-lhe perde o seu Estatuto de servidor público. Isto é claro como água...
Amanhã estará tudo de volta aos partidos, ignorando que a próxima barreira já está ultrapassada. Não se votou apenas a possibilidade do Estado deixar a definição de Vida a cada um dos cidadãos, mas a própria acção do Estado. O Estado Total precede sempre o totalitarismo. E não deixa de ser o que é por ser maioritário ou por estar disfarçado de defesa do sofrimento da mulher.
Muitos não vislumbram isto. Muitos não querem ver... Voltam aos partidos na esperança de que esta tenha sido a última barreira para a paz. Não foi, mas a seguir não haverá referendos. Foi decidido hoje que, num país em que o Estado é quase tudo, o dever do Estado é servir os desejos dos privados. Sem lugar para limites morais...
O Estado hoje não se modernizou, que nesse horizonte havia lugar para tentativas morais (todas falhadas). O Estado hoje “pós-modernizou-se”.
Foi isto que foi a votos hoje.
Etiquetas: Aborto, Modernidade
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