terça-feira, setembro 05, 2006

Alameda

Sempre me irritaram aquelas pessoas que tentam definir tudo e todos numa palavra. As apresentações têm de cativar, servir de cartão de visita, resumir propósitos. Essa dificuldade torna ainda mais interessante que se possam ler nas páginas de estreia e apresentação da Alameda Digital ataques inteligentes ao progressimo anarquista, à forma como as nossas “cliques” criaram um mercado de cultura sem qualquer objectivo que não seja alimentá-las, a forma como sustentam mitos que lhes mantenham a posição proeminente.
A problemática da educação revela, também, uma das grandes virtudes deste formato menos dispendioso. A independência que mantém em relação a partidos e projectos políticos. Devo dizer que me agradou bastante a forma como a matéria foi apresentada, expondo pontos de vista mais privatistas e mais pró-públicos, mas sempre reticentes perante os ídolos educativos do nosso tempo.
Uma publicação portuguesa, erguida contra nihilismos, utopias e contra-culturas, que ainda apresenta uma reflexão sobre a perenidade da Pátria Portuguesa, não é tudo...
mas é um bom começo.