O Cristo Mágico
Um dos momentos mais tristes do “Prós e Contras” desta semana ocorreu quando um senhor que se diz homossexual e católico, perguntou que direito tem a Igreja de repreender os pecadores e de passar a vida a clamar contra o Pecado.
Sob a máscara de um auto-proclamado Catolicismo, o dito senhor explicou (pena que de forma tão sintética) como deveriam ser removida a visão cristão de São Paulo por possuir uma visão culpabilizadora e uma moral sexual. A Tradição, parte integral da Revelação para um católico, seria assim removida para satisfazer a Mensagem de Cristo, que segundo o dito senhor, contra tudo o que a Igreja crê, seria não o Perdão do Pecado, mas a inexistência do mesmo.
De uma penada percebemos que o senhor é tão católico como um hindu é um monoteísta, ou um budista acredita num paraíso cheio de virgens. A religião é justificação para a conduta e não uma séria compreensão do transcendente. Esta é modelada para satisfazer o ego e não para conformar o ego ao cosmos, como todas as religiões que se prezam, professam. O Cristianismo reduzido a uma forma de “auto-ajuda” é uma adaptação da religião à servidão labrega ao nosso tempo.
Não preciso de dizer o que acontece quando os homens se crêem santos independentemente do seu comportamento, ungidos pelo rumo histórico, pela racionalidade, pelo fim da racionalidade e o apogeu do sentimento, ou demais profecias “joaquinitas” de santificação da humanidade. As heresias antigas entregaram-se à miséria moral e espiritual, as modernas ao genocídio. Com enxadas não se pode ter uma máquina de morte…
Há mais eternidade na culpa de um pecador relapso do que na impenitência do “santarrão” que eliminou, vá-se lá saber através de que revelação, os obstáculos da sua separação de Deus. Tomando-Lhe o lugar, o profeta cria a sua própria “revelação”. Um ideólogo é aquele que constrói um cosmos que o serve. E quando o sexo se torna ideologia, estamos à beira do fim.
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