A Saúde como Instrumento da Felicidade
O mais repugnante da cultura da Saúde que por aí grassa é a sua incapacidade de compreender o conceito como algo de relacional e indissociavelmente ligado das finalidades do Homem. A saúde do rústico ou do militar não é a mesma que a do homem que se levanta ir para o escritório ou para a biblioteca, porque uns e outros se realizam de formas diferentes. Tal é incompreensível na sociedade moderna e na sua dialética uniformizante de descoberta abstracta do Homem. A saúde para os modernos encontra-se despida da compreensão da dimensão teleológica da Humanidade e é desenhada segundo propostas supostamente neutras, que escondem apenas as neuroses e obsessões dos autores ou a mera utilidade política do ser de “carne e osso”.
Se a Saúde fosse algo possível de diferenciar da Felicidade, poderíamos até acreditar na concepção que nos rodeia. Que não se fume, não se beba, não se coma, para viver dois séculos, ainda que absolutamente desligado de qualquer sentimento verdadeiro ou fechado numa sala sem acesso a qualquer coisa amável. É esse o destino do Homem que tem direito a viver “x” número de anos, assim que forem mais bem estudadas todas as cardiopatias geradas pelo sentimento. Proteja-se o direito abstracto.
Todo o Estado tem de possuír uma concepção de Saúde. O Estado que não o faça é louco ou mentiroso. Mas reduzir a saúde à ausência de doença é o mesmo que afirmar que a paz é a ausência de conflito. Um acto de ingenuidade ou de esperteza saloia...
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