quinta-feira, novembro 22, 2007

Nacionalismo Arrumador









Quem olha para o que se passa na Bélgica de hoje em dia, não pode senão pensar no caminho trilhado pela Europa nos últimos anos. As Nações esvaziam-se, tranformando-se em unidades folclóricas e linguísticas que se sobrepõem ao verdadeiro sentido de uma Nação, uma concepção partilhada no sentido de uma boa comunidade. As Nações transformaram-se em elementos de ordenação do poder segundo uma estrutura de eficácia (partilhas linguísticas que simplificam os processos comunicacionais) com o intuito de facilitar a missão do poder económico e do poder fáctico absoluto (a União Europeia), abandonando a salvaguarda de direitos e liberdades comunitárias e dos enquadramentos morais e políticos que as estruturam.
É impossível dizer-se que o independentismo flamengo pretende qualquer forma de constituição colectiva que não possa obter na Bélgica. Onde está a opressão? Nenhuma liberdade colectiva, nenhuma especificidade cultural, nenhuma prerrogativa especial é reprimida pelo Estado. A independência flamenga é um deserto de ideias, de propostas, fundando-se no populismo da vontade colectiva e da autodeterminação que esconde (pouco) que tudo se pretende que fique como antes, mas mais rico por não ter de suportar os custos da Valónia. Há qualquer coisa de estranho numa nação que aceita a uniformização europeia para depois afirmar a sua especificidade e diferença. Um estranho vazio...

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