À Francesa
Em Portugal temos liberdade, diz-se. Enquanto isso o Estado considera legítimo forçar uma instituição privada a mudar o seu código deontológico para que este se adeqúe às vontades da maioria dos votos expressos. Se uma instituição de interesse público não obedece aos desejos do leviatã, deve ser forçada à submissão, segundo a Procuradoria Geral da República. Se a lei permite uma prática, porque é que alguns privados podem sancionar alguém que facilite o acesso a esse bem? Acho muito bem, mas sugiro que se aplique o princípio até ao fim...
As famílias também prosseguem finalidades públicas. Como poderá o pai castigar o filho por se enfrascar todos os dias com vinho bebido em casa de um amigo? O consumo do álcool é permitido a menores de 16 anos (a sua aquisição não) e o pai está punir o acesso a um bem que não está vedado...
Esta é uma forma de democracia despótica, onde a maioria impõe, os discordantes não têm direitos e a Igreja diz que sim para receber fundos para a Universidade... A ver se agora termos uma Igreja mais livre.
E enganaram-se os que achavam que a “sociedade civil” era a resposta para tudo. Deixaram que o adversário ficasse com o Poder para repartir com eles a sociedade e o privado, esquecendo que o Poder agora tinha a hegemonia para dominar a sociedade e impôr-se aos privados... Esses merecem-me um grande aplauso!
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