Fim de noite com Salazar
Ontem vimos Salazar com todas as máscaras que decidiu usar. Porque a identidade não são as nossas faces, mas os fins para que são usadas...
Uma hora a ouvir sobre o Estadista... sem antifascistas, acidez das “vítimas” ou jargão abrilino.
Soube bem.
Até a sinceridade marcou pontos. Noutros documentários vimos santos de diversas causas. Aqui vimos um homem com seus defeitos e virtudes, uma vida dedicada a ideais e ao serviço da comunidade, num tratamento que não deixou de reflectir sobre os problemas do colonialismo em São Tomé, a repressão política, (muito menor que em qualquer país assolado pelo totalitarismo e mesmo que algumas democracias alinhadas) e sobre os lamentos de Salazar quanto aos futuros que não conseguiriam seguir o seu exemplo.
Neste país democrático, “standardizado” e pacificado substituiu-se a ditadura por uma democracia de “tiranos do estômago”. São os que criticam Salazar por não ter vendido o Império ao consórcio soviético-americano para lhes dar um Mercedes. São os que agora vendem a Vida de outros, submetendo-a às boas práticas Europeias, para que possam alcançar o paraíso da sociedade indolor e abundante. São os mesmos que falam dos Ventos da História e da mudança dos valores, para justificarem o vazio de horizontes que lhes vai na alma.
À medida que vão caindo as máscaras vemos quem dorme com quem. Em Democracia só se pode falar de gente com registo democrático limpo, segundo diz este cavalheiro. Mas não fará a defesa de tal restrição democrática parte de uma posição anti-democrática? E segundo o mesmo princípio não deve essa opinião ser cerceada?
Este “democratismo” não é obviamente um ideal, mas um certificado do qual o Daniel e seus comparsas “anti-fascistas” monopolizam o carimbo. Já o deram a Cunhal, ao Companheiro Vasco e até ao Rolão Preto... Aguardo um Aristides que me providencie um, que deles nada espero. Se não o deram ao João Pereira Coutinho por ser da extrema-direita...
Quando vejo a confusão que vai em almas católicas e a forma como estes esqueceram a Doutrina percebo a extensão do dano. O jusnaturalismo cristão não apresenta uma preferência decisiva por um tipo de regime, mas por todas as construções políticas que permitem uma sociedade cristã. Como é fácil de observar uma sociedade cristã é uma impossibilidade, numa entidade política que promove a morte de inocentes como prática voluntária. Esta I Democracia excedeu, para a Igreja e para os Cristãos, os limites da “tirania dos muitos”. Não sou eu que o digo... é a doutrina multissecular da Igreja.
Quando vemos “católicos de missa” disparar sobre Salazar e a sua repressão, não podemos senão pensar nas suas prioridades e na forma cínica como ajoelham perante o tribunal plebiscitário na hora do “massacre dos inocentes”.
Para um Cristão qual é o regime mais justo?
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