O Espírito Fascista (II)
Como já esperava o texto anterior não foi perfeitamente perceptível.
Nas palavras cabe o que nós colocarmos. Por isso existem vários sentidos na mesma expressão. Um é o movimento anti-liberal do primeiro quarto do século XX. Este sentido é um sentido legítimo, mas absolutamente desprovido de interesse teórico, porque corresponde a uma realidade histórica. Esta definição é demasiado simplificadora porque coloca um conjunto de movimentos de origens diferentes num mesmo “saco” e é por isso que é tão utilizada, e abusada, por alguma “ciência” malévola.
Nesse aspecto há um movimento transnacional, porque a História registou uma resposta anti-liberal em quase todos os países do mundo civilizado!
É óbvio que esta definição é inútil do ponto de vista analítico e qualquer referência ao fascismo, como fenómeno monolítico. Por isso é que, como o Rafael bem apontou na caixa de comentários anterior, o termo fascismo, num sentido concreto, se possa utilizar com propriedade no esquema italiano. E é nesse sentido que se pode compreender a essência do Fascismo, que tomo exactamente como o Rafael, como uma dissenção do socialismo, uma ideologia populista por excelência (Sternhell dixit, e muito bem).
Sendo esse o espírito do Fascismo em Itália, também é verdade que o Fascismo teve variadas fases. Da fase de acomodação ao Poder, que conduziu a uma coexistência e acomodação à Igreja e que é a fase de menor Totalitarismo, à fase de Saló, em que o futurismo e o nihilismo predominam, há uma essência que pode ser registada na Estatolatria. Mesmo essa estatolatria fascista é profundamentamente diferente da idolatria do chefe do nazismo...
Etiquetas: Modernidade, Nacionalismo
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