A Doença
Perguntava ontem o Nélson porque é que eu, não sendo socialista, não era também liberal. Os mais atentos a este blogue já devem ter uma ideia, pelo menos...
Não sou liberal sobretudo por isto. Porque não considero que os indivíduos sejam maiores que a comunidade, que seja a sua Vontade dona e senhora do Bem Comum (que deve ser a finalidade de todo o Estado), que a Comunidade Política seja uma associação voluntária, que o Estado possa ser Neutro e mero resultado das vontades da sociedade civil (como postularia Maritain numa doutrina nada Cristã).
O surgimento do PCLD (a favor da Pedofilia, Pornografia na TV a toda a hora, Sexo com animais e da Prostituição para todos a partir dos 16 anos) na Holanda é um excelente ponto-de-partida para a compreensão do que neste blogue defende!
Que não deve haver Liberdade para o Mal. Que a liberdade não existe onde não existe um enquadramento (uma constituição) que vise o Bem. Essa é a Lei de todas as sociedades...
Sem uma reflexão profunda sobre o Bem, que é a verdadeira natureza e fundamento da Política, não é possível evitar o que aí vem. Mais progresso social e libertação, por certo!
O dito partido holandês percebeu bem a lacuna moral do Estado e do Povo Holandês! Por isso é que no seu programa tem como ponto primordial a Educação Neutra (ponto em comum com os libertários de todos os quadrantes). Essa forma de educação, amoral, não deve ensinar o “just say no” (que isso é uma imposição fascista), mas demonstrar que todas as posições sobre um assunto são aceitáveis.
A partir desse relativismo e das regras democráticas não há forma de se contrariar, moral ou politicamente, esta situação. Simplesmente porque uma sociedade que não tem Certo ou Errado, mas apenas conjuntos de Pontos de Vista, está despida de uma defesa real contra estas investidas.
Só poderemos concluír, com Strauss, que a verdadeira Tirania é a que retira as ferramentas ao Homem para julgar o Certo e Errado, remetendo para um mundo onde não existe um horizonte moral, ou onde este horizonte moral é apenas ditado pela Vontade e Força do Outro.
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PS: Não tarda teremos a "direita das liberdades" a inventar desculpas para cercear esta liberdade democrática dos pedófilos... Inventarão que na sociedade tem de haver tabús (como se a sociedade que perfilham não visasse aboli-los), que essa é uma experiência social que não se sabe como irá acabar (nada no mundo se sabe como vai acabar e que sequelas deixará nos homens), que há limites morais à lei (mas que se aplicam a la carte ao que desejam: pedofilia não, mas aborto sim, prostituição sim, consoante a vontade momentânea do freguês).
Estaremos atentos...
Etiquetas: Modernidade, Pensamento Tradicional
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